Para celebrar o aniversário do Fundador, em 18 de novembro de 2023, muitos se reúnem na Casa Pe. Kentenich, em Schoenstatt e ouvem esses relatos que apresentam um pouco da vida do Pe. Kentenich, há cem anos, em Engers.
No segundo semestre de 1920, Pe. Kentenich mudou-se para Engers, na Alemanha, às margens do Reno, bem próximo de Schoenstatt. Os motivos para sua mudança: Um padre palotino, que trabalhava como capelão no Hospital Santo Agostinho, em Engers, faleceu repentinamente e o Pe. Kentenich assumiu essa tarefa. Ali ele poderia também recuperar um pouco sua saúde, enquanto preparava outro sacerdote para substitui-lo, como diretor espiritual, no seminário em Schoenstatt.
Durante esses anos, o estado de saúde do P. Kentenich era muito instável. No primeiro Encontro de Dirigentes em Schoenstatt, de 2 a 5 de janeiro de 1920, estava tão fraco, que depois de alguns dias não tinha condições de fazer a conferência prevista, de modo que Aloísio Zeppenfeld exclamou, referindo-se a União Apostólica de Schoenstatt, recém fundada: “O que será de tudo isso?”
A tarefa como capelão e diretor espiritual do convento de Santo Agostinho das Franciscanas de Waldbreitbach, em Engers, deixava-lhe bastante tempo para realizar suas tarefas em Schoenstatt, onde continuou mantendo seu próprio quarto.
É surpreendente a abundância de material escrito sobre esses quatro anos em que o Pe. Kentenich viveu em Engers. Devemos isso principalmente à pesquisa da Ir. M. Magda Kessler, uma Irmã de Maria já falecida, que nasceu em Engers. Ir. M. Pia e o Pe. Engelbert Monnerjahn, em seu livro, Pe. José Kentenich, uma vida pela Igreja, chamam nossa atenção para alguns pontos principais do trabalho do Pe. Kentenich em Engers.
Diretor Espiritual das Irmãs Franciscanas
Sempre que possível, Pe. Kentenich estava à disposição das Irmãs do convento de Santo Agostinho das Franciscanas de Waldbreitbach. A convite da superiora, pregou-lhes por duas vezes o retiro anual: em 1921, fala sobre a vida interior e a necessidade de se aspirar à santidade, e em 1922, discorre sobre a graça da filiação divina. Frequentemente, no retiro mensal delas, ele dava uma conferência.
Capelão no hospital de Engers
Ir. M. Erika Kölzer, que agora vive em Borken, também vem de Engers. Ela apresenta aos presentes um testemunho impressionante sobre o trabalho do Pe. Kentenich como capelão no hospital. Ela experimentou isso, quando adolescente, por meio de sua avó. A avó disse-lhe
“No outono europeu de 1920, quando minha mãe era paciente no hospital Santo Agostinho, em Engers, Pe. Kentenich também morava lá e presidia a Santa Missa, todas as manhãs, e visitava os enfermos.
Minha mãe deve ter tudo um bom relacionamento com ele. (Nota: Ela era uma jovem viúva, com cinco filhos.) Quando ela teve um problema cardíaco grave e ficou desenganada pelo médico, Pe. Kentenich foi muito atencioso com todas as suas preocupações e necessidades… Com muitos ensinamentos religiosos e orações, ele preparou minha mãe para a hora da morte… Até hoje, me impressiona ter me encontrado com o Pe. Kentenich.”
Uma enfermeira do hospital Santo Agostinho, mais tarde, contou sobre a chegada do Pe. Kentenich ali: Um jovem palotino acompanhou-o até seu quarto e depois disse à Irmã: “A senhora não sabe que tesouro trouxemos para sua casa. Ele é um santo”.
Um coração paterno para os órfãos
Em uma antiga vila, no parque de Engers, as Irmãs franciscanas haviam montado, temporariamente, uma casa para os órfãos de guerra. Pe. Kentenich morou ali durante algum tempo. Pelo relato de Kätchen Breitbach, ouvimos como ele cuidava paternalmente dessas crianças: Ele as ajudava em suas tarefas escolares, brincava com elas no parque e as preparou para a Primeira Comunhão. Dava atenção especial às crianças com problemas mais graves. Para o Natal, deu-lhes presentes, que ele conseguiu com as lojas de Engers… No dia de São Nicolau, ele brincou de São Nicolau com as crianças.
Fundador do primeiro grupo da Juventude Masculina
Pouco tempo após ter estabelecido morada em Engers, Pe. Kentenich já atraiu a juventude e fundou ali o primeiro grupo da juventude masculina de Schoenstatt, do qual surgiram várias vocações sacerdotais.
Ir. Magda conta que os meninos vinham entusiasmados para as reuniões semanais. Às vezes, Pe. Kentenich também ia visitar a família dos meninos em suas casas, como fez, por exemplo, com a família Kessler. Três filhas desta família, que conheceram o Pe. Kentenich em Engers, mais tarde, tornaram-se Irmãs de Maria.
Ir. M. Pia chama particularmente a atenção para Karl Kessler, um dos filhos da família citada. Sua juventude foi marcada pela enfermidade e o Pe. Kentenich lhe dava uma atenção especial. Ajudou-o a suportar seu sofrimento, a amadurecer e se tornar um menino feliz. Algumas fotos mostram isso. Karl morreu num cativeiro russo, em 1944.
Um testemunho muito comovente sobre a última fase da sua vida, com trechos de cartas recitados por Werner Johann Kessler, sobrinho de Karl, mostra a profundidade religiosa a que cresceu. O Pe. Kentenich, certa vez, expressou o desejo – ainda não realizado – de que alguém escreva a biografia de Karl Kessler.
Outras atividades em Engers
Embora enfermo, o coração apostólico do Pe. Kentenich não o deixava em paz. Em 1922, Pe. Jakob Kolb, superior provincial, lhe escreve: “Espero que em Engers o senhor se restabeleça logo. Mas, poupe-se um pouco mais e, além de seus compromissos, não assuma todos os trabalhos possíveis. Se não, não vai melhorar.”
Além das atividades, citadas, é em Engers que Pe. Kentenich, em março de 1921, funda uma revista própria para a Liga Apostólica, intitulada “Rainha dos Apóstolos”. No começo, como suplemento da Revista Oficial, Mater Ter Admirabilis. Mas, a partir de janeiro de 1922, tornou-se autônoma. Finalmente, foi de Engers que o Pe. Kentenich iniciou suas viagens apostólicas para todas as partes da Alemanha.
Quantas outras pessoas ele pode ter encontrado nestes quatro anos em Engers! Como será que ele tocou a vida delas?
Ele também pode ajudar a transformar nossas vidas hoje, se seguirmos seus passos como uma autêntica “Família de Schoenstatt!”
Fonte: s-ms.org e “Pe. Kentenich: Uma vida pela Igreja”, Pe. Engelbert Monnerjahn