Ir. M. Nilza P. da Silva – “Na Itália, tenho que sempre explicar Schoenstatt (para os bispos), aqui no Brasil, os bispos me falaram de Schoenstatt.” Assim diz Dom Ignázio Sanna, arcebispo emérito de Oristano/Itália, atual presidente da Pontifícia Academia de Teologia, em Roma.
Dom Sanna pertence ao Instituto dos Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt e participou, como conferencista, do 33º Curso para os Bispos do Brasil, oferecido pela arquidiocese do Rio de Janeiro, de 22 a 26 de janeiro de 2024, no Centro de Estudos do Sumaré, com o tema: Antropologia Integral e a Crise da Cultura Atual: reflexões, consequências e encaminhamentos pastorais. Dom Orani Tempesta, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, destaca que “a importância de tratar do tema da antropologia nos tempos atuais nos remete à necessidade de um aprofundamento sobre quem é o homem, para, somente então nos debruçarmos sobre as crises que nos cercam em tantos setores da sociedade.”
Veja também quem é Dom Sanna
A Antropologia e a crise cultural
No dia 24, aos mais de 80 bispos presentes, Dom Sanna falou sobre o tema: “A antropologia integral e a crise da cultura contemporânea”. Para ele, a pós modernidade é marcada pela “dissolução da síntese cultural moderna e o advento do pensamento fraco e a crise da razão”. Citando diversos autores, propõe aos bispos respostas: “Penso que uma contribuição para enfrentar e, em certa medida, resolver esses nós antropológicos é dada pela concepção da antropologia cristã do homem como imagem de Deus.”
Na manhã de sexta-feira, 26 de janeiro, Dom Sanna fala sobre: “A identidade aberta: o cristão e a questão antropológica”, e destaca a emergência da questão antropológica, neste tempo marcado pela Inteligência Artificial: “O cristão não pode deixar de se perguntar até que ponto a pesquisa científica que leva a uma nova cultura está autorizada a violar os limites da natureza humana, ignorando o princípio fundamental de que, se tudo é permitido para o uso da ciência pelo homem, nem tudo é permitido para o uso do homem pela ciência.”
Os bispos me falaram sobre Schoenstatt
Nós conversamos com Dom Sanna e lhe perguntamos qual é, na sua opinião, a maior contribuição do nosso Pai e Fundador para a antropologia católica. Ele responde que “a contribuição do Pe. Kentenich para a antropologia cristã é a pedagogia da criaturalidade (consciência de ser criado) e da liberdade da pessoa. No tempo do subjetivismo exacerbado, é preciso redescobrir a dimensão fundamental da relacionalidade (capacidade de relacionar-se) da pessoa.
Surpreendeu-se o arcebispo que o Movimento Apostólico de Schoenstatt seja tão conhecido pelos bispos brasileiros: “Percebi que Schoenstatt é uma realidade conhecida e apreciada (pelos bispos). Na Itália tenho sempre que explicar (aos bispos) o que é Schoenstatt. Os bispos que encontrei em Sumaré me falaram sobre Schoenstatt.”
Dom Sanna diz que leva boas impressões nosso tipo brasileiro: “Fiquei impressionado com o número de seminaristas, é muito maior do que aqui (na Itália) e gostei da pontualidade no curso e a familiaridade entre os bispos.”
Um filho humilde da Mãe e Rainha
Terminado o curso dos bispos, no dia 26, Dom Ignacio Sanna visita a Mãe e Rainha, no Santuário Tabor Redenção da Família e, apesar de um curto tempo, convive também com representantes da Família de Schoenstatt no Rio de Janeiro. Às 16 horas, preside ali a Santa Missa, em italiano. “Dom Ignacio Sanna nos deixou a sua marca: humildade e simpatia,” diz Maria Dolores Batista Melo.
Já, de volta a Roma, nosso irmão na Aliança de Amor, Dom Sanna, envia também uma mensagem a todos nós: “Desejo de que o Santuário se torne, cada vez mais, um centro de graças para a defesa da família”.