Entrevista com o Diácono Maike Nonicio de Andrade, do Instituto dos Padres de Schoenstatt, que será ordenado sacerdote no dia 11 de maio, às 10 horas, na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo do Campo/SP.
Maike, de que cidade você é e qual era a sua profissão?
Sou de São Bernardo do Campo/SP. Durante o ensino médio, me formei em técnico em mecatrônica e mecânica de usinagem. Logo, como parte das minhas perguntas vocacionais, decidi não seguir na área industrial e optei por estudar Comunicação Social na universidade. Na metade da carreira, postulei à Comunidade dos Padres de Schoenstatt e, por isso, não cheguei a concluir esse estudo universitário.
Como você conheceu os Padres de Schoenstatt?
Conheci os Padres de Schoenstatt através da Juventude Masculina. Desde criança, participo do Movimento A. de Schoenstatt e sempre tive contato com os assessores que acompanharam o JUMAS da minha cidade.
O que o levou a decidir-se pela vocação sacerdotal?
Quando eu era adolescente, desejava muito ajudar as pessoas ao meu redor. Sem muitas pretensões, perguntava-me como eu poderia ajudar o outro a ser feliz. Em Schoenstatt encontrei um caminho para realizar esse desejo. Acompanhando alguns grupos de vida, na paróquia do meu bairro, na realização de diversos trabalhos sociais e nas missões, fui percebendo que o encontro com Jesus é a fonte da verdadeira felicidade. A partir dessa experiência, senti o chamado de entregar a minha vida, para que as suas palavras e gestos, contidas no Evangelho, pudessem consolar os corações de quem sofre e ser luz para iluminar a vida das pessoas ao meu redor.
Você poderia ser padre em tantas outras comunidades, por que Padre de Schoenstatt?
A minha experiência de Igreja aconteceu em Schoenstatt. Participo do Movimento, desde criança, e sempre me identifiquei muito com o nosso carisma. Por isso, acredito que o meu chamado ao sacerdócio está unido a Aliança de Amor. Sinto-me chamado a viver um sacerdócio em Aliança com Deus, Maria e o seu povo.
À luz da vida e pensamento do Pe. Kentenich, acredito que os vínculos humanos são um espaço privilegiado de encontro com Deus. Nesse sentido, a vida comunitária, com todos os seus desafios, também foi um fator importante para que eu pudesse optar pela comunidade dos Padres de Schoenstatt. Viver o sacerdócio em amizade com os meus irmãos, rezar, sonhar e buscar testemunhar juntos o Evangelho, são aspectos da vida comunitária que me sustentam e inspiram.
Conte-nos como foi sua caminhada desde essa decisão até a ordenação sacerdotal?
A formação na comunidade dos Padres de Schoenstatt tem quatro etapas: dois anos de noviciado, no Paraguai, cinco anos de estudo universitário, no Chile, um ano e meio de estagio pedagógico-pastoral (no meu caso foi no Brasil, em São Paulo) e seis meses de formação interna da comunidade, em Schoenstatt, na Alemanha.
Esse caminho para mim foi marcado por muitas alegrias, perguntas e desafios. Acredito que cada uma dessas etapas me ajudou a escutar, de forma cada vez mais clara e madura, o chamado de Deus em minha vida. Para mim, foi fundamental perceber que, com todos os desafios e perguntas que surgiam no meio do caminho, eu terminava cada etapa mais feliz e apaixonado pela vocação sacerdotal em Schoenstatt.
Para você, segundo o pensar de nosso Pai e Fundador, quais são as características de um bom padre?
O Pe. Kentenich pregou muitos retiros para sacerdotes, durante a sua vida. Também escutou muitos deles. Por isso, podemos encontrar em seu pensamento um verdadeiro tesouro para compreender quais são as características de um bom padre. Mas, acredito que podemos encontrá-las, sobretudo, na forma como ele mesmo viveu o sacerdócio. Ele não era perfeito. Porém, soube deixar que a graça de Deus traspassasse as feridas e os traumas da sua vida. Afirmou várias vezes, inspirado em São Paulo (Cf. 1 Cor 15, 10): “O sacerdote é sacerdote pela graça de Deus”.
Foi a graça de Deus que transformou a vergonha que ele tinha de ser um menino sem pai em um sacerdote paternal. Foi a graça de Deus que transformou o seu medo de se vincular às pessoas em um bom acompanhante espiritual. Foi a graça de Deus que transformou o seu racionalismo excessivo em um vinculo de amor pessoal com Maria.
A própria vida do nosso Fundador nos mostra que a principal característica de um bom padre é ser, como ele mesmo dizia, “plenamente humano”. Essa característica é a que mais me inspira e desafia.
Que conselho você daria para um jovem que tem dúvidas vocacional?
Que reze muito. Que não tenha medo de perder horas e horas dentro do santuário, em adoração ou olhando nos olhos da Mãe de Deus. Também que procure um padre ou alguém de confiança, com quem ele possa partilhar tudo o que passa pelo seu coração, seus sonhos e medos. E, por último, que busque, desde já, fazer o bem às pessoas ao seu redor, de forma gratuita, para ir vendo como ele se sente realizando esse serviço de amor ao próximo.
Acompanhe, com suas orações e ofertas ao Capital de Graças, o Diácono Maike nesse tempo tão importante e coloque em sua agenda sua ordenação sacerdotal!
Que lindo chamado Make, fico feliz em saber que Deus tem nós preparado mais um grande sacerdote muitas bênçãos seja derramadas em sua caminhada.
Gratidão.