“Espero que seja uma experiência religiosa, de encontro, de reflexão, de renovação na fé”
Susy Jacó – Davi Perera Gavagnin, argentino que mora no Chile, professor de Artes Plásticas e Filosofia, Mestre em Comunicação e Educação e, coordena a preparação do Jubileu dos 75º anos do 31 de maio. Ele fala o que espera dessa celebração:
Como você se vinculou a Schoenstatt?
– Conheci Schoenstatt por meio de minha irmã, quando eu tinha 12 anos. Com meus amigos, formei um grupo de vida, chamado “Racimo” com quem me reúno, até hoje, sempre que vou à Argentina. Durante seus anos, estudei na Comunidade dos Padres de Schoenstatt, na Alemanha. Tenho muito a agradecer no âmbito religioso e cultural, a toda a comunidade, dos meus irmãos de curso que vieram de quinze países diferentes, especialmente do Pe. Heriberto King, com quem estudei os textos originais do Pe. Kentenich, que abriram uma nova perspectiva de vida para mim.
Que experiências anteriores você teve na organização de eventos deste tipo?
– Na bênção da Catedral de La Plata (Argentina, 1999), criei uma obra multilíngue para 200 mil pessoas, para que pudessem viver uma experiência íntima de fé em torno de sua própria identidade local. Em Schoenstatt, pude trabalhar no Jubileu Internacional de 20 de janeiro, na Argentina (1992) e 31 de maio no Chile (1999) com duas obras: A meditação multimídia de caráter permanente e um documentário, que originalmente contava com elementos interativos: “A Carta sobre o Altar”. No Jubileu Internacional da Fundação de Schoenstatt (2014) coube a mim o conteúdo e uma participação muito ampla, porque tive que dar forma a experiência de 12 mil peregrinos, na Alemanha, em Roma e, finalmente, para todos aqueles que a viveram pelas plataformas virtuais.
Há 25 anos você preparou o vídeo “A Carta sobre o Altar”. O que você tem de novo para esta celebração?
– Foi muito interessante poder contar a história do 31 de maio, com as informações que tínhamos naquela época. Embora o passado não mude, temos agora mais antecedentes que exigem um maior grau de profundidade e reflexão, não basta repetir. Por exemplo, o Pe. Kentenich estava muito motivado com os latinos no nosso continente, porque a influência do pensamento mecanicista ainda não tinha chegado a nós. Resta saber se esse é o caso também hoje. Eu creio que não. Contudo, o desafio permanece, mas se muda o contexto muda, o desafio também se atualiza. É o que propõe também o Pai, quando diz que o sentido do jubileu é a refundação, que nada mais é do que voltar aos fundamentos.
Você é um comunicador, em que ‘teclas’ tocará para empatizar com uma mudança de geração, de linguagens, de interesses e contexto?
– Schoenstatt é um carisma e também pode ser mal compreendido, se não se estuda o fundador. Eu me pergunto: Por que ele insiste tanto na mentalidade orgânica, ou na psicologia da causa segunda? Este caminho de reflexão pessoal não deveria ser evitado, há uma tecla aí. Agora, como eu diria a mesma coisa de outra maneira? Minha experiência em processos criativos mostra que essas chaves não precisam ser inventadas. Normalmente elas estão imersas no conteúdo do tema a ser trabalhado.
Numa época em que não paramos para interpretar textos completos, acredito que a questão mais importante continua sendo aquela que ele coloca: O que significa para mim o que estou lendo, vendo e ouvindo agora? Resumiria as teclas numa frase pessoal: Peregrino porque acredito, abro o coração para
encontrar Deus em mim e nos outros, renovo a Aliança de Amor com Maria porque Ela, por meio de mim, configura o mundo com a marca de Cristo.
Como todos os peregrinos podem se preparar e participar, mesmo aqueles que não poderão estar fisicamente em Bellavista?
– Para a preparação, fizemos alguns eventos a nível espiritual, de comunicação e de formação. A nível espiritual, temos a peregrinação, por todo o Chile, da Cruz da Unidade, que será entronizada no Santuário Bellavista. A nível de comunicação, fizemos o site: www.jubileo31demayo.schoenstatt.cl, com vídeos e newsletters semanais. A nível de formação, ofereceremos workshops – presenciais e virtuais – nos dias 13 e 27 de abril, das 10 às 13 horas (fuso horário de Brasília), para aqueles que não poderão participar. Em todo caso, o Jubileu é também o que acontece em cada coração, antes, durante e depois do dia 31 de maio. Propomos símbolos, gestos, textos, experiências para que todos possam celebrar na sua comunidade.
O que você espera que aconteça na festa do jubileu?
– Sobretudo, espero que seja uma experiência religiosa, de encontro, de reflexão, de renovação na fé. Cada um verá onde Deus lhe mostra portas abertas para a sua missão pessoal ou comunitária. Em todo caso, uma irrupção de graças não é algo que se possa planejar. Nosso trabalho é ajudar a nos preparar, do melhor modo, para interpretar o que Deus quer. Tem que ficar atento, porque às vezes Deus fala por um grito e outras vezes em um murmúrio.
* Entrevista publicada na Revista Vínculo, 379, abril de 2024. Revista Oficial da Família de Schoenstatt, no Chile.
Fotos: Revista Vínculo
Que texto lindo. Nos faz despertar o conhecimento sobre nosso nosso Pai Fundador e sua história de vida, ao identificar nossas ações, como necessárias a vida do outro. Isto é viver!