Um amor que vem de berço e dá frutos
Ir. M. Rosequiel Fávero – Olhando para a foto acima, você sabe o que representam esses quadros religiosos pendurados sobre a parede de madeira? Este é o Santuário Lar da Família Pozzobon, em Santa Maria/RS. Todos os peregrinos que visitam a “Casa Museu João Luiz Pozzobon”, onde viveu o Servo de Deus e iniciador da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, veem um quadro do Sagrado Coração de Jesus junto ao Santuário Lar. Neste mês dedicado ao Coração de Jesus, podemos nos perguntar: quão importante era essa imagem na vida de João? O que significava, para ele, o Sagrado Coração?
Imigrante italiano, João Pozzobon cresceu num ambiente religioso, fortemente impregnado desta devoção, que – com certeza – marcou a sua personalidade. Normalmente, a piedade popular de então em relação ao Sagrado Coração de Jesus se expressava na prática das “primeiras sextas-feiras” (com a adoração ao Santíssimo e a Santa Missa), na entronização da imagem do Sagrado Coração nas famílias (muitas vezes, juntamente com o Imaculado Coração de Maria) e na consagração ao Sagrado Coração de Jesus.
Para o menino Pozzobon, o amor ao Coração de Jesus era parte importante da vida diária, como conta sua irmã Sofia: “Minha mãe foi buscá-lo a cavalo. Ao passar diante da Capela de Sant’Ana, em Vale Vêneto, o pequeno João disse à mãe que o Sagrado Coração de Jesus estava inscrito em seu coração. Minha mãe me contava, sempre, esse fato”.
Os frutos do amor ao Coração de Jesus
O Papa Francisco, na sua alocução por ocasião da oração do Angelus do primeiro domingo deste mês (06/06/2021) afirmou: “O Coração humano e divino de Jesus é a fonte onde sempre podemos haurir a misericórdia, o perdão, a ternura de Deus. Podemos ir à esta fonte detendo-nos sobre uma passagem do Evangelho, sentindo que no centro de todo gesto, de toda palavra de Jesus está o amor, o amor do Pai. E podemos fazê-lo também adorando a Eucaristia, onde este amor está presente no Sacramento. Então – conclui Francisco –, também o nosso coração, pouco a pouco, se tornará mais paciente, mais generoso, mais misericordioso”.
A partir do que o Papa Francisco expõe e a leitura de alguma biografia de João Pozzobon, não será difícil identificar na sua vida e testemunho das virtudes da paciência, da generosidade e da misericórdia. Também não será difícil encontrar na sua piedade eucarística – expressa de maneira especial na sua participação diária na Santa Missa e nas horas de adoração diante do Santíssimo Sacramento – um eco da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, vivido desde a infância, no seio de sua família.
Podemos então concluir que, como a oração do terço em família se tornou semente e expressão de sua entrega à Mãe de Deus, a prática da devoção ao Sagrado Coração de Jesus mostrou a João Pozzobon o caminho da intimidade com Cristo.
As peças do Santuário Lar têm significados especiais
Todos que temos um Santuário Lar, sabemos que cada símbolo tem um significado especial e uma razão para estar ali. Isso não foi diferente com João Pozzobon. Por isso, para a sua alma filial, foi fácil unir a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que lhe era tão cara, com a Aliança de Amor e com o Santuário.
É bem possível presumir que no início de sua vida matrimonial, como era costume nas boas famílias católicas, tenha feito a entronização do Sagrado Coração Jesus em seu lar, consagrando-lhe sua jovem família. Ao selar a Aliança de Amor com a MTA e, mais ainda, quando institui o Santuário Lar em sua casa, seu pensar genuinamente orgânico encontrará um lugar para a imagem do Sagrado Coração junto da cruz, da imagem da Mãe e Rainha e da foto do túmulo do Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, na sala de sua casa. E diante deste Santuário Lar, juntamente com sua família, terá feito ecoar muitas vezes a jaculatória “Jesus, manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso”.
Eu visitei a casa de nosso saudoso João Luiz Posso bom esse homem digno que comprometeu sua vida a Mãe Peregrina com toda sua simplicidade e seu amor.
Parabéns pelo texto publicado.