Um namoro bem vivido: para um matrimônio bem sucedido
Ronaldo e Adriana Borges Leal Cominato*- O namoro é um tempo muito especial e importante para se conhecer. Ninguém está totalmente pronto e amar não é encontrar alguém perfeito, mas ajudar a construir alguém querido, encontrar a pessoa sonhada por Deus para mim.
Em uma sociedade que exalta muito o que é externo e a superficialidade nas relações, acontecem muitos namoros, por anos seguidos e de maneira tão artificial, que muitos se casam iludidos e depois se frustram ou sentem-se lesadas. Pensam que a outra pessoa mudou, quando na verdade você que não a tinha realmente conhecido.
O namoro é o tempo da “grande escolha”. Escolher com quem se casar não é simples e fácil, por isso esse tempo não pode ser desperdiçado. Um matrimônio bem sucedido depende de um namoro bem vivido.
Seguem oito dicas para viver bem o período do namoro:
1. Diferencie atração, paixão e amor
A admiração e a afeição pela outra pessoa nos leva a ir ao seu encontro. Mas, isso ainda não é amor. A sensibilidade ajuda, porém, não é suficiente para sustentar um relacionamento duradouro. Ter o coração batendo acelerado, diante da pessoa que nos atrai, é sensibilidade, mas ainda não é amor. Estar encantado com a beleza, a cultura, a carreira dele ou dela não é ainda amor, é admiração. Estar apaixonado é uma sensação prazerosa. Contudo, é preciso estar atento. O Papa Bento XVI falou sobre isso aos jovens, de modo interessante: “No desenrolar deste encontro, revela-se com clareza que o amor não é apenas um sentimento. Os sentimentos vão e vêm. O sentimento pode ser uma maravilhosa centelha inicial, mas não é a totalidade do amor”(1).
O amor é muito mais do que pura emoção ou sensação, é uma decisão pautada na inteligência e na vontade. Amar exige treino e preparação, renúncia de si e sacrifício. Amar é você buscar o bem do outro. Como nos exorta o mesmo papa: “Depois, não vos esqueçais de que para ser autêntico, também o amor exige um caminho de amadurecimento: a partir da atração inicial e do ‘sentir-se bem’ com o outro, educai-vos a ‘amar’ o outro, a ‘querer o bem’ do outro. O amor vive de gratuidade, de sacrifício de si, de perdão e de respeito do outro” (2).
Portanto, se você quer viver um amor autêntico, vá além dos sentimentos, lute contra o egoísmo e pratique a bondade e a gratuidade.
2. Separe o que é essencial do que é secundário
Há pessoas que exigem muito e outras que não exigem nada. É certo que Deus tem o melhor para nós, mas, é verdade também que não existe pessoa perfeita. Se o outro corresponde às suas expectativas naquilo que é essencial, seja menos exigente naquilo que é secundário. Para dar certo um relacionamento será preciso abrir mão de algumas coisas. Porém, nunca sacrifique o que é essencial para você, mas sim o que é secundário. Por exemplo, se você é uma pessoa católica e deseja abraçar o sacramento do matrimônio e educar seus filhos na fé católica, essa pessoa precisa partilhar do mesmo estilo de vida, senão vai ser complicado e trazer muita insatisfação. Mas, se essa pessoa mora em cidade diferente, ou é um pouco mais tímida, tudo isso e outros mais, podem ser superados pelo amor verdadeiro, pois não comprometem as bases do relacionamento. Certifique-se que vocês têm em comum o que é essencial e sigam em frente, crescendo e amadurecendo com as diferenças.
3. Busque o diálogo
O diálogo é mais do que uma conversa. Diálogo é o encontro de almas e corações. É falar de si mesmos, falar com confiança, desde as coisas mais triviais até as mais profundas, é conhecer a opinião do outro sobre todos os temas, do divino ao humano.
4. Aprenda a perdoar e a pedir perdão
É lógico que vão acontecer conflitos no namoro, isso é normal. O que não pode e não é normal é guardar mágoas no coração. Situações mal resolvidas só pioram com o tempo. Se você errar, tenha a coragem e a humildade de pedir perdão sem ficar justificando, e se esforce para melhorar. Se a sua namorada (o) errou com você, não guarde mágoa no coração e perdoe com sinceridade. É preciso aprender a conversar e a perdoar. Não deixe para o dia seguinte o que vocês podem resolver hoje. Exercitar o perdão é a garantia da sobrevivência do amor. O namoro não é casamento, mas, uma preparação para ele. Toda a pessoa merece uma nova chance. Porém, você não é obrigado a continuar o namoro, sob o pretexto do perdão. Por isso, você pode perdoar e analisar se vale a pena continuar o relacionamento ou não, principalmente se o mesmo lhe dá insegurança para o matrimônio. Infelizmente, há pessoas que mentem com frequência ou são infiéis.
5. Preste atenção nos laços familiares
Namorar é também se envolver com a família um do outro. Querendo ou não, ela interfere positiva ou negativamente no relacionamento. É importante ter uma boa relação com os familiares um do outro. Há famílias que não concordam com alguns namoros. Nesse caso, é melhor não bater de frente com a família de nenhum dos dois, mas, primeiramente procurar entender e analisar os motivos deles não estarem de acordo com essa relação, pois muitas vezes eles podem estar vendo coisas que nós, muito envolvidos nos sentimentos, não conseguimos ver. É bom ouvir conselhos dos que nos amam e querem o nosso bem, especialmente dos pais. Agora se as observações dos familiares forem sem fundamento, vocês devem, com paciência e aos poucos, provar-lhes o contrário.
6. Não fique “enrolando” para casar
Casar é algo muito sério! Exige maturidade e uma adequada preparação, tanto espiritual como psicológica e financeira. No entanto, não é saudável prolongar um namoro por muitos anos, sem perspectiva de futuro. Quando se começa a namorar muito jovem, é comum estender um pouco mais o relacionamento, sobretudo por causa da idade, estudos e início da vida profissional. No entanto, para quem quer viver um namoro santo e guardar a castidade, isso se torna um grande desafio. O importante é ter as condições mínimas para iniciar uma vida a dois e não esperar ter o melhor emprego, a melhor casa, o melhor carro… pois tudo isso vocês podem conquistar juntos e com o tempo. Mas, é certo que você só deve se casar quando estiver convicto e preparado para assumir esse compromisso para toda a vida.
7. Viva a castidade
O tempo do namoro não é o tempo para manter relações sexuais, pois ela está ordenada para o matrimônio. Embora, de modo geral, a sociedade não acredite mais nisso e fale o contrário, a castidade não está fora de moda. Muitos jovens vivem a castidade no namoro e ela traz todos os benefícios para os casais, pois foi planejada por Deus. Alguns dos benefícios são: a alegria, a paz, a liberdade, a certeza de estar realizando a vontade de Deus, a certeza de que esperar e sacrificar-se pelo outro é uma verdadeira prova de amor, a convicção de que vocês vão se casar por puro amor e não apenas por prazer, não haverá riscos de uma gravidez indesejada, diminui o medo e a insegurança diante da possibilidade de um dia o namoro terminar, a liberdade e a alegria de saber que você se guardou para quem de fato será sua futura esposa (o) e, principalmente, porque vivendo a castidade, o casal colherá muitos frutos no namoro e na vida familiar que construíram.
O Pe. José Kentenich fez uma oração que podemos rezar, pedindo a graça da pureza no namoro:
“Ave Maria por tua pureza, conserva puro meu corpo e minha alma. Abre-me largamente o teu coração e o coração do teu Filho. Obtende-me um profundo conhecimento de mim mesmo e a graça da fidelidade até a morte. Dá-me almas e tudo o mais toma-o para ti. Amém!”
8. Rezem juntos e preparem-se com uma formação para namorados
A oração sustenta e traz paz para a vida do casal, fortalece o seu amor por meio da relação com Deus. Procurem participar juntos e assiduamente da Santa Missa e busquem o sacramento da Confissão. Combinem para rezar juntos, pelo menos de vez em quando, o terço ou uma dezena dele, quando se encontrarem. Cultivem o hábito da leitura de algum livro de espiritualidade, que os ajude a crescer na sabedoria e amadurer na vida a dois. Ofereçam sacrifícios ao Capital de Graças pela santificação, pela pureza e pelo fortalecimento do amor de vocês. Busquem uma formação para namorados para ajudá-los a viver bem esse tempo tão importante que é o namoro.
Para a formação de namorados, no Movimento A. De Schoenstatt, entre em contato:
Ronaldo e Adriana: (11) 98235 – 2556
1. BENTO XVI, Deus caritas est, n. 17.
2. BENTO XVI, Discurso aos jovens namorados de Ancona, 21 de setembro de 2011.
* Ronaldo e Adriana pertencem ao Instituto de Famílias de Schoenstatt e responsáveis pela formação dos namorados