27 de junho de 1985, dia do falecimento do Servo de Deus João Luiz Pozzobon:
“O grupo dos que estão ali presentes, […] começamos a rezar o santo terço, em pé, junto à porta que dá para a Unidade de Terapia Intensiva. No meio da oração, chega o Sr. Ernesto Brandstetter (do Instituto dos Irmãos de Maria de Schoenstatt) com a Peregrina Original, uma vez que estavam concertando o vidro da moldura, quebrado no dia 20 de junho no voo de Buenos Aires a Porto Alegre. Acabáramos o terço, quando um dos que estavam na sala veio dizer-nos que o Sr. João Pozzobon falecera…” (relato do Pe. Esteban Uriburu, no livro “Herói Hoje, não Amanhã”).
O Sr. Ernesto chegou ao hospital poucos minutos antes do Servo de Deus João Luiz Pozzobon falecer. Ele levava a Mãe Peregrina Original até o Sr. João. A Mãe, que esteve com ele durante 35 anos de sua vida, não o abandou no momento final da vida terrena.
O Sr. Ernesto relembra esse episódio e nos conta:
Sr. Ernesto Brandstetter
No dia em que João Pozzobon faleceu, estava de visita a Santa Maria/RS o Pe. Esteban Uriburu. Mais ou menos meia hora depois que o Sr. João tinha se acidentado, o Pe. Esteban foi me procurar para informar sobre o acidente. Imediatamente fomos de carro até a casa do Sr. João, carregamos a Mãe Peregrina e juntos fomos até o hospital. Fomos conduzidos a uma sala de espera onde tinha poucas pessoas. Sr. João, certamente, estava na UTI. Não me lembro de nenhuma informação sobre o estado dele e quanto tempo demoraria para saber algo. Esperei um tempo, o Pe. Esteban ficou lá com as outras pessoas e eu voltei para casa. Não estive no hospital quando ele faleceu. Recebi a notícia poucas horas depois.
Convivi com Sr. João durante 18 anos. Quase diariamente estávamos na mesma Missa e muitas vezes no mesmo banco no Santuário. Depois da sua última missa, 24 horas antes da sua morte, conversamos ainda sobre o nosso Santuário em Itaára/RS. Fui informá-lo que o Bispo de Santa Maria deu autorização para construir. Sr. João se mostrou resplandecente com essa informação. Quando estávamos na fase de decisão sobre construir ou não o Santuário, fui consultá-lo, pedindo sua opinião. A resposta era muito simples: “Quanto mais Santuários, tanto melhor!”
Que a Forçada Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, como ele chamava, cresceria tanto, não tínhamos nem ideia. A partir de 1967 eu fiz pessoalmente, cada vez num espaço de meses, uma imagem peregrina. Mas foi aumentando e dentro de poucos anos fabricamos imagens em série, de 3000 cada vez. No Jubileu de 50 anos da Campanha, no ano 2000, vieram a Santa Maria representantes de 60 países. Entreguei para cada representante uma peregrina modelo e um desenho técnico para cada país fazer suas peregrinas.
A herança que ele deixou nos ensina como ser instrumento nas mãos da Mãe de Deus. Me parece que a Espiritualidade de Instrumento foi o característico de Sr. João. Quantas vezes, depois das missas, no caminho para casa, ele contava sobre a Campanha e o que tinha acontecido no dia anterior. Ele sempre dizia: “Ontem a Mãe fez…, ontem a Mãe fez…”. Eu nunca escutei dele: “Ontem eu fiz…”. A Campanha era dela, não dele. A espiritualidade que caracteriza Schoenstatt é justamente ser Instrumento nas mão da Mãe de Deus. Então podemos dizer que Sr. João era um autêntico schoenstattiano.
Encontraram-se em Santa Maria, nos anos de 1957 até 1961, dois grandes homens: João Pozzobon e Mario Hiriart. João fazia parte da União de Homens (segundo ele mesmo me disse) e Mario era Irmão de Maria. Os dois estão em processo de canonização no mesmo nível dos procedimentos.