8 de julho: Ordenação Sacerdotal do Pe. José Kentenich
Ir. M. Nilza P. da Silva – “O sacerdote vizinho, que caminha no meio do seu povo com proximidade e ternura de bom pastor (e, na sua pastoral, umas vezes vai à frente, outras vezes no meio e outras vezes ainda atrás), as pessoas não só o veem com muito apreço, mas vão mais além: sentem por ele qualquer coisa de especial, algo que só sentem na presença de Jesus” (Papa Francisco) ¹
Mais do que “um sacerdote vizinho”, o Pe. Kentenich foi um “sacerdote Pai”. Seu coração tornou-se um Tabor, no qual muitos vivenciam o amor de Deus Pai e podem afirmar: “Deus é amor!” Seu coração sacerdotal atua além de seu tempo e de sua nação! Deus o fez reflexo de seu amor para milhares de pessoas. Por meio de seu amor sacerdotal, muitas pessoas, sacerdotes e leigos, realizam um encontro com Deus Pai. Seu sacerdócio é uma manifestação de Deus Amor que intervém e modifica a vida de muitas pessoas.
Pe. Heinz Dresbach, companheiro do Pe. Kentenich no Campo de Concentração de Dachau, revela que Pe. Kentenich era sempre capaz de ver e valorizar o positivo nas pessoas, mesmo em situações complicadas:
O Senhor Padre (Pe. Kentenich) “vive nos corações e sabe de todos os problemas que eles carregam. Sabe sorrir e o faz muitas vezes, porém, nunca perdendo a profundidade. Sua pessoa sempre irradia uma luminosa alegria, como se percebe em poucos. (…) Com a alegria, ele pôde abrir corações e, muitas vezes, bastava uma palavra sua para produzir um efeito mágico nas pessoas (…)”
“Em Dachau, havia um sacerdote que reclamava de tudo, até daquilo que o Senhor Padre fazia. Certa vez, disse isso ao próprio Senhor Padre. Este lhe respondeu, do modo mais amigável possível, e lhe deu razão em tudo o que podia. Sempre que o via, o Senhor Padre lhe dirigia palavras bondosas. O amor acolhedor do Senhor Padre transformou esse sacerdote… É admirável como ele se adapta a cada um. Às vezes, com uma simples palavra, toca o coração de uma pessoa e a transforma totalmente.” ²
Muitos encontram o coração paternal de Deus, por meio do Pe. Kentenich, justamente quando vivenciaram seus limites e fracassos. O amor misericordioso de Deus parecia transbordar, por meio do sacerdócio do Pe. Kentenich, para preencher o vazio e o afastamento causados por faltas e pecados.
Ir. M. Annette Nailis narra um exemplo, entre tantos, dessa realidade feliz e transformadora:
“Um sacerdote, quando estudante, era fiel à pessoa e Obra do Pe. Kentenich. Assim continuou também durante os primeiros anos de seu exílio. De repente, se distanciou e até afirmou, aos que conviviam com ele, que não era mais seu discípulo.
Quando Pe. Kentenich voltou, após quatorze anos de exílio, encontrou esse sacerdote desenganado pelos médicos e internado num hospital de outra cidade.
Então, Pe. Kentenich muitas vezes o procurou e dialogou com ele, por telefone. Conta a enfermeira que, pouco antes de sua morte, umas dessas ligações durou mais de uma hora. E o sacerdote faleceu tranqüilo e pacificamente!” ³
O coração sacerdotal do Pe. Kentenich facilita, para muitos, a entrega do próprio coração a Deus e o convívio familiar. Um pai de família, dos Estados Unidos, descreve e seu efeito dos encontros com o Pe. José Kentenich na vida de sua família:
Pe. Kentenich “tornou a nossa vida mais agradável. Ele era para nós um exemplo de bondade, tolerância e paciência. Levava uma vida silenciosa e nunca demonstrava antipatia. Nunca se queixava. Ele nos compreendia. Quanto mais o conhecíamos, tanto mais percebíamos a sua benevolência e a força magnética que ele irradiava. (Muitas vezes) não era necessário dizer nada (…) porque ele lia nossos pensamentos e abria o nosso coração (…) percebia o que estávamos precisando, naquele momento”. 4
No atuar do amor de Deus em seu coração sacerdotal, em sua profunda vida de oração e união com Deus, se encontra a resposta à pergunta que alguém lhe fez, ao terminar uma conversa: “Senhor Padre, como se explica que a gente sempre se despede do senhor melhor do que quando chegou?” 5
Bibliografia:
¹ HOMILIA DO PAPA FRANCISCO, Santa Missa do Crisma. Basílica Vaticana. Quinta-feira Santa, 29 de março de 2018
² Luz e Trevas – Dachau – manuscrito – p. 109
³ NAILIS. M. Annette, Padre Kentenich – Como nós o conhecemos, Ed. Pallotti, p. 24
4 MONNERJAHN. Engelbert, P. José Kentenich Uma vida pela Igreja, Ed Pallotti, p. 303¹
5 MONNERJAHN. Engelbert, P. José Kentenich Uma vida pela Igreja, Ed Pallotti, p. 239