Ir. M. Nilza P. da Silva – Nesse dia do amigo, podemos refletir sobre a importância do vínculo pessoal em nossa vida e na vida de todas as pessoas. A Aliança de Amor, em sua dimensão horizontal, mostra-nos que o amor a Deus é autêntico quando se estende para os lados e abraça na amizade aqueles que estão junto de nós. A profundeza e a intimidade dessa amizade depende de vários fatores, mas, ser e ter amigos é essencial para a vida de todos nós.
Um amigo paternal
Nosso Fundador, Pe. José Kentenich, tinha um coração repleto de amor fraterno e cultivou amigos desde a infância. Ao ser nomeado professor dos seminaristas, em 1912, escreve em seu programa de vida: “Como professor sê para teus alunos um amigo paternal.” Sabemos como ele cumpriu esse objetivo. É grande a lista se formos citar os nomes dos que se santificaram pela amizade com ele.
Ele tinha também amigos pessoais e era fiel a eles, como exemplo, Pe. Luís Kaas, da Dioc. de Treves. Eles se conheceram durante o curto período em que Pe. Kentenich serviu na Enfermaria de Treves, no período nazista. “Uma amizade de vários decênios, que se conservou até a morte de seu amigo, em 1952,” narra sua biografia.[1]
Outra amizade que transbordou em bênçãos é com Dom Francisco Hennemann, que teve muita influência para que, em 1919, os seus superiores o liberassem de sua tarefa de diretor espiritual, para poder estar inteiramente disponível para a Família de Schoenstatt, que crescia com a fundação da União Apostólica. É por meio desse amigo que, em 1922, o Papa Pio XI recebeu informações sobre o Movimento de Schoenstatt e enviou sua bênção pontifícia.
“Em 1926 seu grande amigo, o Bispo Hennemann, da África do Sul, se fez ouvir,” narra o Pe. Monnejahn. Seu pedido ao amigo Pe. Kentenich foi atendido e “as primeiras sete Irmãs de Maria partiram para a África do Sul em dezembro de 1933.”[2]
“O grande amigo do Pe. Kentenich, em 1937 o recém-eleito Superior Geral dos Palotinos, Pe. Carlos Hoffmann, fez chegar às mãos de Pio XI esta obra (o livro Santidade de todos os dias). O Papa respondeu pelo seu Secretário de Estado, Cardeal Eugênio Pacelli: ‘Sua Santidade agradece cordialmente pelo mui valioso presente e felicita o Autor, pois o mesmo consegue orientar eficazmente aos fiéis através de explicações sólidas e atraentes no cuidado pela salvação própria e do próximo, ensinando ao mesmo tempo a santificar a vida diária por meio de propósitos santos, pensamentos piedosos e boas obras.’”[3]
Após sua morte, um amigo do Campo de Concentração escreve: “Era um sacerdote exemplar, amigo dos sacerdotes, modesto, simples e piedoso. Tinha um grande espírito apostólico.”[4]
Um amigo que é tudo para todos
José Engling é outro exemplo de Aliança de Amor praticada no amor aos amigos. Seguiu o exemplo de seu amigo Jesus: “Desde o dia da primeira comunhão, Jesus e eu nos tornamos amigos inseparáveis.”[5]
Um congregado conta que, ao chegar no seminário, ainda adolescente, lhe foi apresentado José Engling: “Sua cordialidade fez com que eu logo me sentisse à vontade e ele respondesse às minhas perguntas, como um velho amigo. Quando se foi, pensei: Que irmão leigo mais formidável! A bondade brilha em seus olhos!”[6]
A amizade com Carlos Burg, selada no seminário, foi mantida com fidelidade até sua morte. Pelas cartas trocadas entre esses amigos, podemos conhecer muito da alma e do coração de José Englig, que lhe escrevia com toda confiança.
Assim selaram a amizade: José Engling percebeu a bondade e a boa intenção do coração de Carlos quando ele ainda era muito arrogante e, por isso, cultivava inimizades entre os seminaristas. Engling se interessa pela pessoa real de Carlos e o conquista pela sua humildade em aproximar-se dele e manter conversas elevadas. “Não precisaram de mais palavras para se entenderem,” escreve Olivo Cesca, na biografia de Engling.[7] Num determinado dia, os dois “deram-se as mãos, exclamando: ‘Nós seremos santos modernos’. Estava empenhada a palavra pelo resto da vida.”
O biógrafo de Engling explica que “Engling era amigo de todos. Muitas vezes foi alvo de abusos, mas nunca usou seus punhos de aço, ao contrário, a todos cativou com sua bondade.” Tendo sido chamado para a batalha, sua primeira carta foi para o amigo Carlos: “Aqui sinto falta de uma coisa: Um amigo, com o qual eu pudesse ser uma só coisa, com o qual pudesse compartilhar tudo o que tenho, também as alegrias e tristezas, pelo qual pudesse atravessar o fogo e ele por mim.”
Carlos lhe respondeu e assim iniciou-se uma correspondência muito intensa entre os dois, animando-se mutuamente na perseverança e na aspiração a santidade.
Assim, poderíamos citar tantos outros schoenstattianos que cultivaram amigos e caminharam juntos em Aliança. Por meio de Schoenstatt, muitas amizades foram seladas por toda a vida. Você cultiva vínculos com seus amigos?
Deus é nosso amigo
“O grande Deus Uno e Trino não pretende abranger tão somente nosso amor filial, mas também quer todas as dimensões de nosso amor, também nosso amor de amizade. Ele vive em nós, como nosso Amigo Divino. ‘Já não vos chamarei servos, porém, amigos’ (Jo 15,15), é uma declaração divina que deve ser tomada literalmente.
O amor de amizade é a culminância de suas relações cordiais e afetuosas com Deus. Amigos vivem um-no-outro. O coração de um é a morada do outro. Para amigos verdadeiros vale o imperativo: ‘Totum pro toto!’ (Tudo por tudo!)
Numa autêntica amizade, Deus partilha seus bens comigo; dá-me seu Filho e seu divino Espírito. Deixa-me participar na missão de seu Filho, o qual, aos pés da cruz me confiou, solenemente, sua própria Mãe. Quem cultiva a amizade com Deus Trino que habita em seu interior, descobrirá muitas correlações e compreenderá verdades que permanecem ocultas para outros. Como fruto desta amizade receberá sempre impulsos novos para uma séria aspiração.”[8]
Leia também:
Palavras do Pe. Kentenich sobre o amor de amizade
Quantos amigos encontramos em Schoenstatt
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[1] Pe. Monnejahn, Uma vida pela Igreja
[2] Idem
[3] Ibidem
[4] Ibidem
[5] Olivo Cesca, Heroi de duas espadas.
[6] Idem
[7] Ibidem
[8] Pe. Kentenich e Ir. M. Annette Nailis, Santidade de todos os dias
Na certeza que Deus é amigo fiel nós entregamos a ele totalmente!
Deus é nosso amigo e Pe Jose K seguiueste caminho .E bom termos amigos .um amigo e graça q devemoscultivar 🌾
Relendo este artigo Sobre o amigo q o ❤de um e morada do outro.no último parágrafo.quao gde e amizade de Deus por todos .Ele ama em um todo seus filhos.q profundidade de querer nosso bem.e muitas vezes ficamos acomodados com a dor do outro..Nosso Pai fundador Pe José Kenthynny ficou incomodado com os filhos dele q estavam sob sua guarda no seminário.assim ele nos ensina na mis São a irmos ajudar nossos irmãos.❤