Agosto é um mês dedicado às vocações. Toda a Igreja se une para reza pelos jovens em processo de discernimento vocacional.
Deus os chama, mas, como isso acontece?
O único que realmente dá a vocação é Deus. E, sabendo disso, de que modo Ele chama? Como podemos ouvir seu chamado?
De acordo com alguns exemplos bíblicos que conhecemos, vemos que Deus agia assim:
– dirigia o chamado diretamente à pessoa
Por exemplo: no caso de Abraão (Gn 12,1) ou dos Apóstolos (Mt 4,19)
– chamava nominalmente a pessoa
Por exemplo: a Samuel (I Sam 3, 10), ou Davi (I Sam 16, 11-13)
– fazia também um chamado geral, dirigindo-se a todas as pessoas de todos os séculos
Por exemplo: “Quem quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mt 14,24).
Hoje, Deus continua chamando, mas serve-se de muitos meios, usa de maneiras diversas para fazer chegar a nós o seu chamado.
Sua voz não é percebida pelo ouvido, mas pela alma, e tem infinitas modalidades. Na verdade, tantas quantas são as almas: assim como não há duas pessoas iguais, tampouco há duas vocações iguais.
A uns chama diretamente, mediante graças e inspirações interiores; a outros, pelo convite exterior que uma pessoa amiga, seus pais ou conhecidos, lhe fazem.
A uns, pela leitura de um livro; a outros, pelo trato e simpatia de um religioso.
A este, pela felicidade; àquele, pela dor.
A muitos, como fruto de uma educação piedosa; mas não faltam os que o escutaram e seguiram apesar da oposição dos pais.
A uns a riqueza abriu os olhos; a outros, a pobreza…
Trata-se sempre de descobrir a vocação como quem descobre um tesouro, assim como o jovem da história:
Um sonho de aventura
Uma noite, três irmãos tiveram o mesmo sonho…
Sonharam que no cume de uma montanha bastante conhecida se achava um tesouro. Logo os três se lançaram pela planície. Correram por muito tempo até chegarem junto a um grande precipício.
O primeiro saltou imediatamente e, não calculando a distância, sem pensar em suas pernas que já estavam um tanto cansadas, caiu no vazio.
O outro parou indeciso. Embora ávido pelo tesouro que estava diante dele, voltou desanimado para casa.
O terceiro, mais ajuizado, procurou e achou a passagem que conduzia para o outro lado, sem perigo para sua vida.
O jovem que ouve o chamado de Deus à vida consagrada, sacerdotal, leiga ou matrimonial também caminha em busca de um grande tesouro. Nesse caminho, o jovem ouve de modo especial a palavra que Deus lhe dirige, cheio de amor: “Eu te chamo pelo nome, és meu!” (Is 43,1)
Fonte: Educação para o amor – Encontros com Jovens. Olindo Antonio Toaldo e Marilene Machado Toaldo. Gráfica e Editora Redentorista, Goiânia/GO: 2000.