Ir. M. Nilza P. da Silva – Há anos, nas margens do rio Ipiranga, em São Paulo/SP – após sua esposa Leopoldina, em 2 de setembro, como regente, ter assinado o decreto, declarando a independência do Brasil da corte de Portugal – no dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I a confirma ao levantar a espada e declarar que o Brasil é um país livre: “Independência ou Morte!”[1]
Há diversos relatos e análises sobre nossa independência. Cada historiador narra o fato a partir um ângulo diferente, segundo o seu modo de ver e interpretar. Depois de um tempo e distancia, numa cultura diferente, pode-se ver melhor o grande contexto dentro do qual o fato se desenrolou. Mas, ao mesmo tempo, corre-se o risco de a análise percorrer um viés manipulado, quando algumas Fake News já foram registradas ou são hoje narradas como verdades. Por isso, é muito difícil formar uma opinião livre sobre o que realmente aconteceu e não é esse o objetivo desse texto.
Há um artigo que reflete sobre o que de fato faz um país independente, pois, não basta para isso a assinatura de um documento e a proclamação por palavras. A independência de um país só é real se as pessoas que o compõem serem de fato livres.
Precisamos conquistar nossa liberdade interior
É por isso, que às margens de outro rio, o Rio Reno, em 1914, Pedro José Kentenich faz uma Aliança com a Rainha e também começa uma batalha pela autêntica liberdade dos filhos de Deus. Essa proclamação da liberdade vai muito além da Alemanha, pois o Reino da Liberdade é o mundo todo. Trata-se do Reino de Deus, que Cristo Rei veio restaurar para Deus Pai.
Ser brasileiro e ser schoenstattiano, portanto, multiplica o direito e o dever de empunhar a espada e conquistar a verdadeira liberdade.
O que é a liberdade?
O Catecismo da Igreja Católica descreve:
“A liberdade é o poder, radicado na razão e na vontade, de agir ou não agir… Pelo livre arbítrio, cada qual dispõe de si. A liberdade é, no homem, uma força de crescimento e de maturação na verdade e na bondade…
Quanto mais o homem fizer o bem, tanto mais livre se torna. Não há verdadeira liberdade, senão no serviço do bem e da justiça. A opção pela desobediência e pelo mal é um abuso da liberdade e conduz à escravidão do pecado.” (1731-1733)
Liberdade é o presente que Deus nos dá, a fim de podermos escolher sempre o bem. Escolha sempre o amor! Se escolhemos o mal, tornamo-nos escravos. Jesus, ao descrever a meta de sua encarnação, diz que veio “para anunciar aos cativos a redenção… para pôr em liberdade os cativos.” (Lucas 4, 19) Ele pagou com sua própria vida o preço de resgate pela nossa liberdade.
Maria é modelo de personalidade livre
A Imaculada sempre escolheu o bem, mesmo quando não era capaz de entender. Ela era livre de sentimentos negativos. Entre tantos exemplos de sua vida, vemos isso quando, após a morte de Jesus, ela reúne os apóstolos, para permanecerem juntos em oração, no Cenáculo. Ela não ficou ressentida porque quase todos eles abandonaram seu Filho, na pior hora de sua vida, e nem humilhou Pedro por ter traído o Mestre. Ela foi livre, escolheu o amor, olhou-os com misericórdia e lhes deu um lar, mantendo-os unidos, até a vinda do Espírito Santo. Com isso, ela também os libertou de seus medos e abriu-os para Deus.
Ir além das margens
Por amor, nós selamos uma Aliança com Maria, em seu Santuário, e nos comprometemos a educar-nos como homens livres, que escolhem livremente o bem, mesmo quando isso significa uma grande exigência a nós mesmos. A Mãe de Deus nos ajudar a amarmos a Deus como nosso Pai, crer no bem que, pelos méritos de Jesus, Ele colocou dentro de nós e queremos desenvolvê-lo em sua máxima potência, a serviço dos outros, até sermos santos.
Nosso lema “Nada sem vós, Nada sem nós” indica-nos que devemos ser colaboradores livres, por exemplo, na construção de um Brasil realmente independente: Um Brasil Tabor. Precisamos levar isso muito a sério, pois, como diz nosso Fundador: “Há três poderes que fazem história: Deus, o diabo e a livre vontade humana.”[2] Nossa livre vontade escolhe se deixa Deus ou o diabo interferir nos acontecimentos diários.
Qual é a sua colaboração?
Não podemos nos contentar em ficar apenas nas margens do que significa verdadeira liberdade. Queremos também empunhar a espada e lutar para sermos livres a partir de nosso interior. Diz nosso Pai e Fundador:
“Devemos ser personalidades livres. Deus não quer escravos de galera, mas remadores voluntários… Sob a proteção de Maria, queremos aprender a auto educar-nos para sermos personalidades firmes, livres.”[3]
“Precisamos aprender a lidar com as nossas emoções, inclinações e sentimentos… Caso contrário, nunca alcançaremos a verdadeira liberdade.”[4]
Ser livre na escolha de como agir ou reagir
Celebrando esse dia da liberdade, façamos uma avaliação sincera se estamos sendo livres em nosso modo de ser.
Ser independente de estado emocional:
– Consigo dialogar sobre política, sem me exaltar, mas, com moderação e com respeito aos que pensam diferente de mim?
– Como são minhas publicações e comentários nos grupos e nas Redes Sociais?
– Relaciono-me bem com todas as pessoas, sendo atencioso (a) e respeitoso também com as pessoas que não me são simpáticas ou que me ofenderam? Ou nas minhas ações se percebe logo quem são os meus preferidos?
– Controlo meu nervosismo e ansiedades, sem ter que recorrer a compensações, como: comer demais, falar sem controle, calar-me e isolar-me…?
– Meu falar é moderado, com clareza e sem palavras ou expressões que geram tensão no ambiente? Quem me ouve sente-se valorizado e amado?
– Quando recebo uma informação, faço a checagem para verificar se é verdade, ou já reajo emocionalmente e envio para outros?
Ser livre no meu pensamento:
– Preocupo-me em formar minha opinião própria sobre temas como religião, política, família etc.?
– Que fontes de informação uso para isso? Interesso-me em saber o que pensam os que estão no lado oposto, sem fazer julgamento prévio?
– Fundamento a minha opinião em fatos e em dados confiáveis? Como sei que são confiáveis?
– Como anda minha leitura de verdades comprovadas? Leio o Catecismo da Igreja Católica, os documentos do Vaticano? Ou me contento em saber apenas como outros os interpretam?
– Onde busco respostas para minhas dúvidas?
– Rezo pedindo as luzes do Espírito Santo?
Livre nas decisões
– Tomo decisões baseadas em verdades e valores cristãos católicos? Ou me deixo levar pelos outros, com receio de ofender ou pelo desejo de querer agradar?
– Tenho coragem de me decidir com firmeza e assumir com responsabilidade as consequências disso?
Estas são apenas algumas das reflexões importantes e necessárias, para quem quer realmente um país livre, um Brasil Tabor. Que a Mãe de Deus nos ajude a completar essa lista e sermos sincero nas respostas.
Que nossas palavras sobre a luta pela liberdade do Brasil sejam sustentadas pelo testemunho de nossas escolhas e ações.
Nunca se tornou tão real essas palavras do Documento de Fundação:
“Agora tendes a melhor ocasião...
Conforme o plano da Divina Providência a grande guerra europeia é meio extraordinariamente proveitoso na obra de vossa santificação.
Esta santificação exijo de vós. Ela é a armadura a vos revestir, a espada com a qual deveis libertar vossa pátria de seus poderosos inimigos…”[5]
[1] https://brasilescola.uol.com.br/historiab/cinco-curiosidades-sobre-independencia-brasil.htm
[2] Livro: Que se faça o homem novo
[3] Documento de Pré Fundação, 27 de outubro de 1912
[4] Livro: Sob a proteção de Maria
[5] Documento de Fundação
Importante reflexão sobre diferentes aspectos sobre o que é ser livre. Tenho a esperança para que as pessoas deixem de lado as mensagens Tik Tok para ler esta mensagem.
Escolher o bem , a verdade para ser livre, escolher o caminho da luz e e se por a serviço como fez Maria . Ir além da margem, sem medo, ao encontro do nosso semelhante, tendo em cada um deles a presença viva de Jesus.. Este foi o meu entendimento do belo e profundo texto acima.
Liberdade é ser seguidor da verdade q é nosso Senhor Jesus Cristo, Salve Maria Imaculada.