Suellen Figueiredo – A Aliança de Amor que selamos com nossa Mãe e Rainha de Schoenstatt nos inclui no testemunho e na missão deixados pelo Pe. José Kentenich. Neste mês, em que recordamos o dia do retorno do nosso Fundador à casa do Pai, queremos refletir sobre a nossa vida em Aliança, a partir do seu exemplo e da sua missão.
Somos Família
Se comparada a outras famílias religiosas, logo percebemos que, apesar da repercussão de seus fundadores na história da Igreja, seus filhos espirituais não possuem com seus fundadores os mesmos vínculos familiares e o amor filial que encontramos em Schoenstatt.
A presença “viva” que o Pe. Kentenich representa na história passada e atual do Movimento é algo que nos diferencia de outras comunidades. Isso se deve à vinculação pessoal ao fundador e ao próprio carisma de Schoenstatt, presente na da Aliança de Amor.
Ao selarmos uma Aliança de Amor em Schoenstatt, não o fazemos sozinhos ou apenas com a Mãe e Rainha. Nossa Aliança está alicerçada também na vinculação ao Santuário, local de graças, e ao Pe. Kentenich, o primeiro contraente dessa Aliança e portador deste carisma. Nosso Pai sempre afirmou: “Schoenstatt é o prolongamento, a ampliação do meu eu”.
O que diz a Igreja sobre Kentenich?
Na audiência com a Família e Schoenstatt, o Papa Francisco se diz impressionado com a “incompreensão e a rejeição que teve que sofrer o Pe. Kentenich”. Segundo ele, “esse é o sinal de que um cristão vai à frente: quando o Senhor o faz passar pela prova da rejeição. Porque é o sinal dos profetas. Os falsos profetas nunca foram rejeitados, porque diziam aos reis ou às pessoas o que eles queriam ouvir”. Os falsos profetas concordam com tudo, dizem: “Ah, que bonito”, e mais nada. O Pai e Fundador foi fiel, demonstrou “a capacidade de aguentar”, ou seja, “suportar na vida ser deixado de lado, rejeitado, sem se vingar com a língua, com a calúnia e a difamação”.
Vinculados ao Pai
“Schoenstatt não anuncia a necessidade das vinculações pessoais de um modo geral, atribuindo a todas a mesma importância… A vinculação do filho a Deus Pai é, para Schoenstatt, a vinculação-chave. Se a Schoenstatt interessam as vinculações naturais, é na medida em que sejam caminho para as vinculações sobrenaturais.” (Padre José Kentenich, em Um Fundador, um Pai, uma Missão).
No caminho de preparação para a Aliança de Amor, as vinculações são desenvolvidas. Para a grande maioria das pessoas, a primeira delas dá-se à nossa Mãe. Nossa vivência pessoal e de Igreja nos leva a ter, com facilidade, um amor e respeito pela figura de Maria.
O segundo vínculo mais comum é com nossos Santuários. Mesmo aqueles que não possuem um Santuário em seus locais, logo se encantam com a beleza e a singeleza de nossa capelinha. O vínculo com o local passa a ser construído com cada visita, presencial ou virtual, e a experiência do ambiente logo nos faz concluir: “Aqui é bom estar”.
O último dos vínculos tende a ser com nosso Fundador, como se ele esperasse pacientemente que cada filho volte seu olhar a ele. Nossa necessidade de vinculação ao Pe. Kentenich vem como uma resposta ao nosso tempo, tão carente de imagens paternas e, com isso, tão distante do vínculo a Deus Pai.
Como então desenvolver esse vínculo?
A vinculação ao nosso Fundador não é algo que possa ou deva ser forçada. Ela é uma graça, e, como toda graça, deve ser conquistada com abertura pessoal de coração. Aqui, queremos indicar algumas dicas de como começar a cultivar essa vinculação:
1. Busque ter uma foto do Fundador: escolha alguma que lhe chame a atenção ou que represente sua personalidade.
2. Converse com o Pai: em momentos de oração ou por meio do “telefone do Pai”, busque incluí-lo em seu dia a dia e conte-lhe sobre sua vida.
3. A oração de beatificação: peça a intercessão do Pe. Kentenich por seus planos e projetos.
4. Leitura sobre sua vida: temos muitos livros que podem ajudar nessa busca por conhecer mais sobre nosso Fundador. Comece por aqueles que contam experiências vividas com ele, como, por exemplo, “Fui em busca de um Fundador e encontrei um Pai”, de Ir. M. Petra Schnuerer.
Por fim, a busca pela vinculação ao nosso Pai e Fundador, o Pe. José Kentenich, nos confere também uma graça especial: a graça da experiência humana da paternidade de Deus. Quanto mais próximos estivermos de nosso Fundador, tanto mais firmes estaremos na vivência do carisma, e assim, poderemos servir melhor à Igreja e transmiti-lo com fidelidade às gerações futuras. Neste espírito, possamos hoje renovar nossa Aliança de Amor, pedindo a graça da vinculação ao nosso Pai e Fundador.
Alessandri, Pe. Hernan. Padre Kentenich Um Fundador, Um Pai, Uma Missão . S. Maria/RS, Editora Pallotti. Capítulo primeiro. Razões especiais da intensa vinculação de Schoenstatt a seu Fundador, página 30 à 43.