A Aliança de Amor é um meio que ajuda a santificar a vida diária, nos momentos de alegria levamos até a Mãe e Rainha nossas conquistas e projetos. Porém, a Mãe quer estar conosco também quando a cruz das dificuldades nos pesar aos ombros. E é no momento de enfermidade que podemos contribuir ainda mais com o Capital de Graças. Maria, que acompanhou seu Filho no calvário se coloca ao nosso lado.
Neste dia 11 de fevereiro, é lembrado o dia mundial do enfermo proclamado pelo Papa João Paulo II em 1992. A data tem o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a importância de cuidar de pessoas doentes, seja em casa, nos hospitais ou nas unidades de saúde.
Em sua mensagem pelo Dia Mundial dos Enfermos, de 2025, com o título “A esperança não engana (Rm 5, 5) e fortalece-nos nas tribulações”, o Papa Francisco nos recorda: “Com efeito, no momento da doença, se por um lado sentimos toda a nossa fragilidade – física, psíquica e espiritual – de criaturas, por outro lado experimentamos a proximidade e a compaixão de Deus, que em Jesus participou do nosso sofrimento. Ele não nos abandona e, muitas vezes, surpreende com o dom de uma tenacidade que nunca pensámos possuir e que, sozinhos, não teríamos encontrado.”
Como viver a Aliança de Amor na enfermidade
Me chamo Silvio Mesquita de Assunção, tenho 58 anos, e moro em Olinda/PE. Casado e pai de dois filhos. No ano de 1999, descobri um problema cardíaco e, depois de vários exames, a médica confirmou que seria necessário realizar um transplante cardíaco.
No ano de 2000, fiz uma cirurgia de válvula mitral e, depois dessa cirurgia, só passei um mês bem. Em seguida, vieram várias e várias internações, até que, em 2002, veio o transplante tão esperado. Passei 28 dias entubado, porque tive uma rejeição do órgão, e os médicos fizeram de tudo para reverter a rejeição. Enquanto estava entubado, em sonho, visitei o Santuário da Mãe e Rainha, com meus filhos. Quando me extubaram, contei o sonho para minha esposa. Ela falou que era um sinal que a nossa Mãezinha estava comigo o tempo todo. Recuperei-me e, depois de três meses internado, tive alta. Segui a vida de trabalho, indo sempre ao Santuário, nas missas dominicais, com minha família, participando do Terço dos Homens. Mas, sempre tendo a MTA e seu filho Jesus comigo.
Novos desafios, mais força
Em 2010, começaram novamente as complicações e precisei ser internado de novo. Passei três meses com uma medicação, que puncionava o coração a bater, e voltei para a lista de espera, para um novo transplante. Em 30 de março de 2010, fiz um re-trasplante de coração. Mais uma vitória que a MTA me deu. Sei que ela intercedeu muito por mim ao seu Filho. Ao todo, passei 6 meses internado. Só que, quando pensei que não ia mais passar por isso novamente, os meus rins deram sinal de que não estavam tão bem. Em 2015, comecei o tratamento de hemodiálise e selei minha Aliança de Amor.
Em 2018, fiz o transplante renal e, em 2023, perdi o rim transplantado. Faço hemodiálise e voltei a fazer os exames para tentar um transplante de rim novamente, porque viver naquelas máquinas e um desgaste enorme. No ano passado 2024, quando todos os exames estavam prontos e finalmente iria entrar na fila de espera, apareceu um tumor maligno no meu olho e tive que aguardar o transplante renal e tratar do tumor. Fiz quimioterapia, para depois fazer a cirurgia da retirada do tumor. Hoje, estou sendo acompanhado pelos médicos em observação do tumor.
Entregar cada momento a MTA
Quando entregamos e confiamos no atuar das mãos da Mãe, não nos decepcionamos, pois ela está ali e nos coloca em seu braço. Quando soube do tumor no meu olho, no mesmo instante, entregue aquela situação à Mãe e Rainha. Fiz todo tratamento pedido pela médica e cada mês que voltava para ela examinar, ela percebia que o tumor diminuía. Com três meses de quimio. o tumor já tinha diminuído 90% do tamanho. A médica não acreditou no que estava vendo. porque era um milagre. Ela nunca tinha visto aquilo, nos tantos anos atendendo pacientes. Na retirada do tumor, foi necessário fazer um transplante de córnea, pois, por mais que diminuiu o tamanho do tumor, afetou ainda a córnea.
A Mãe sempre do meu lado. Viver minha Aliança de Amor na minha enfermidade é entregar, confiar e acreditar sempre no atuar, no cuidado da Mãe e Rainha. Minha vida não tem sentido sem minha Aliança de Amor com Deus e a Mãe de Deus.
O Pe. Kentenich nos ensina
O Dr. Friedrich Kühr, ao receber o diagnóstico de um grave câncer no fígado, sem chances humanas para a recuperação. Escreveu, então, ao Pe. Kentenich contando sobre isso. Em 18 de agosto de 1950, Fritz recebeu a resposta do Pe. Kentenich:
“Que posso te dizer agora? Tudo que as suas poucas linhas dizem, queria eu te escrever com outras palavras. É a mesma atitude da ‘Carta Branca’ e ‘Inscriptio’, que o ajudou a suportar os graves sofrimentos, em Dachau. Agradeço a Deus, agradeço também a ti que ficaste fiel a esta tua maneira de ver as coisas, agradeço-te, principalmente, que o fogo do teu amor por Schoenstatt, apesar de todos os teus outros interesses, continue tão forte, que ofereces tua vida pela Obra de Schoenstatt. Sei que levas a sério, sei também que este sacrifício é fecundo, mais fecundo que toda a minha atividade pessoal. Deus te abençoe por isso…
Mais do que para ti, a situação deve ser pesada para tua estimada esposa. Espero que teu exemplo também a eleve, para que se liberte cada vez mais de tudo o que é mundano. Uma atitude heroica assim é perfeitamente compatível com o fato de sentidos sofrimentos e as dores que não podem ser evitados. Primeiro, a Mãe de Deus teve de ser Mater Dolorosa, antes que fosse Gloriosa”.
NOTA: Silvio Mesquita pertence a Liga de Famílias de Schoenstatt, em Olinda/PE, e, na Aliança, vive com o coração no Santuário. Ele enche a talha com suas contribuições ao Capital de Graças, fazendo sua parte para que, a partir do Santuário, a Mãe de Deus possa olhar por todos aqueles que necessitam.
Edição: Suellen Figueiredo/Ir. M. Nilza P. Silva
Biografia:
MARTIN, Norbert. Dr. Friedrich Kühr – uma biografia.