Ir. M. Nilza P. da Silva – A liturgia deste domingo é uma ocasião propícia para fazemos uma reflexão sobre o que ocorreu nos últimos dias: Milhares de schoenstattianos do Brasil e de vários países, mobilizados pelas Redes Sociais, se uniram em oração, suplicando a cura de Ir. M. Shaiane Machado. No entanto, Deus a levou.
Esse Deus que, nas leituras e no Salmo, da Santa Missa de hoje, nos fala que é feliz todo aquele que a Ele se confia. Como podemos entender que se pode confiar quando Ele não atendeu os pedidos de um milagre para essa jovem Irmã de Maria? Deixemos que a própria Ir. M. Shaiane nos responda:
Há alguns meses, no Encontro Nacional da Juventude Feminina de Schoenstatt, ela deu seu depoimento sobre as vezes em que vivenciou a Esperança. Num deles, referindo-se ao fato de ter suplicado a Deus uma graça e não a alcançado como ela desejava, ela disse:
“Vocês podem pensar: ‘Nossa! A esperança falhou.’ Não (a esperança não falhou). Porque a esperança não é fazer aquilo que nós planejamos ou conseguir aquilo que nós queríamos. Mas, ter esperança é confiar inteiramente que Deus nos ama infinitamente e que tudo o que Ele faz é por amor.
Gostaria de falar uma frase que escutei. Não são palavras literais, mas, diz o seguinte:‘Tudo na mão de Deus e menos no meu controle. Devo desistir de querer que as coisas sejam feitas do meu jeito, mas, confiar em Deus. Quanto menos controle (de minha parte, tanto) mais Deus controla. Devemos agir! Mas, perceber a vontade de Deus.’
Isso me faz recordar uma frase de nosso Pai e Fundador, que eu gosto muito:
‘Deveríamos viver infinitamente despreocupados, não por desleixo, mas porque confiamos em Deus’.”
Assim, agradecemos a Deus que, por amor, atendeu as orações segundo os desejos dele, que sabe o que de fato é o melhor para cada um de nós. Permanecemos confiantes no que diz São Paulo, na liturgia de hoje: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram.” (ICor 15,20). A jovem Irmã selou uma Aliança de Amor com a Mãe e Rainha, entregou-se inteiramente a serviço de sua missão, em Schoenstatt. Com certeza que, Pe. Kentenich, por sua intercessão, alcançou para ela a graça de partir bem preparada, ela recebeu todos os sacramentos e estava serena. Nós a devolvemos ao coração amoroso de Deus, de onde ela foi gerada, e agradecemos por cada dia de convívio com ela. Como nos ensina o Pe. Kentenich, “nosso caminho é de volta, não é de ida!”
Que ele continue a interceder nas intenções de cada um de nós, para vivermos em alegres esperança e continuarmos a viver nossa Aliança de Amor cheios de confiança, porque também cremos na “comunhão dos santos”. Aqueles que já partiram permanecem próximos de nós, intercedendo a Deus por nossas necessidades e acompanhando-nos a partir do céu.
Paulo conclui, animando-nos a, justamente, por causa da confiança na ressurreição, viver santamente cada dia: “Meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis, aplicando-vos cada vez mais à obra do Senhor. Sabeis que o vosso trabalho no Senhor não é em vão.” (ICor 15,58) Portanto, seguimos aplicados, como “missionários da esperança, para, em Cristo, transfigurar a realidade”.
“Com Maria, cheios de alegre esperança e certos da vitória, rumo aos novos tempos!” (Pe. Kentenich)