Os Santuários revelam a atuação de Maria

O Código de Direito Canônico define que um santuário é “a igreja ou outro lugar sagrado aonde os fiéis, por motivo de piedade, em grande número acorrem em peregrinação, com a aprovação do Ordinário do lugar” (can. 1230). Os Santuários marianos são assim chamados porque, neles, Maria se torna presente e atua como intercessora em nosso favor junto a Deus. Eles surgem por iniciativa divina e, por sua história, cada um traz uma mensagem que o caracteriza de modo original, como exemplo: Aparecida, Lourdes, Guadalupe, Fátima…

A Santa Igreja aprova e estimula as peregrinações aos Santuários, onde os fiéis vão pedir ou agradecer as graças recebidas. São João Paulo II, ao visitar um país, sempre visitava o seu Santuário Mariano Nacional.

Reunidos em Puebla, os Bispos escrevem: “Sabendo que a mensagem não está reservada a um pequeno grupo de iniciados, de privilegiados ou eleitos, mas se destina a todos, a Igreja consegue essa amplidão de convocações das multidões nos Santuários e nas festas religiosas. Aí a mensagem evangélica tem oportunidade, nem sempre aproveitada, de chegar ao coração das massas” (Puebla, 449).

Na Conferência de Aparecida eles confirmam: “A decisão de caminhar em direção ao santuário já é uma confissão de fé; o caminhar é um verdadeiro canto de esperança e a chegada é um encontro de amor. O olhar do peregrino se deposita sobre uma imagem que simboliza a ternura e a proximidade de Deus. Aí, o peregrino vive a experiência de um mistério que o supera, não só da transcendência de Deus, mas também da Igreja, que transcende sua família e seu bairro. Nos santuários, muitos peregrinos tomam decisões que marcam suas vidas. As paredes dos santuários contêm muitas histórias de conversão, de perdão e de dons recebidos que milhões poderiam contar”. (Doc. de Aparecida, 259-260).

O Santuário da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt

O primeiro Santuário da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt está localizado em Schoenstatt, na cidade de Vallendar, na Alemanha. No mundo inteiro há mais de 200 Santuários, iguais ao Original. Uma característica específica do Santuário de Schoenstatt está na livre cooperação humana como condição para que Maria permaneça ali de modo atuante. O lema do Movimento de Schoenstatt, “Nada sem vós, nada sem nós”, nos desperta para que nos empenhemos seriamente pela santidade, vivendo fielmente nossa Aliança batismal.

A origem do Santuário efetuou-se por meio de uma Aliança de Amor realizada pelo Pe. Kentenich e os seminaristas com a Mãe de Deus. A frutuosidade de sua existência está relacionada à fidelidade a esta Aliança. Cada pessoa que sela a Aliança de Amor se insere nesse compromisso mútuo e se dispõe a colaborar para que a Mãe de Deus continue a operar prodígios de transformação nos corações e tornar essa pequena Capelinha um Santuário de graças. Essa colaboração humana chamamos de contribuições ao Capital de Graças.

O Santuário é origem de toda a Obra Internacional, pois pela missão que Deus confiou à Mãe de Deus, em renovar o mundo por meio de pessoas renovadas, ela suscitou cada comunidade schoenstattiana. O Movimento Apostólico de Schoenstatt nasce e se desenvolve a partir do Santuário, a serviço da Mãe de Deus.

Desta forma, o Santuário de Schoenstatt não é somente um lugar de peregrinação e de graças, mas, é também uma escola de santificação e de envio missionário.

São finalidades do Santuário de Schoenstatt:

a) Acolher o peregrino e proporcionar-lhe uma profunda experiência com Deus no Santuário, por meio da Mãe Três Vezes Admirável, como Educadora, levando-o a viver a dinâmica da Aliança de Amor;

b) Ser o centro espiritual de toda a Família de Schoenstatt e de sua missão, centro de um Movimento popular de peregrinos e de lideranças, lugar de graças e escola de formação;

c) Ser lugar de envio de imagens da Mãe Três Vezes Admirável como ‘Mãe Peregrina’ de Schoenstatt, para as paróquias, famílias, escolas, hospitais, presídios e outros lugares;

d) Ser garantia do ‘Santuário-lar’, constituído em muitas famílias como espaço religioso, no sentido da Aliança de Amor, para formar uma autêntica ‘Igreja doméstica’.” (Vademecum, p. 69)

As três graças especiais dos Santuários de Schoenstatt:

Abrigo espiritual – Todos os que visitam o Santuário, ou acolhem com fé a Imagem Peregrina da Mãe e Rainha de Schoenstatt, experimentam, aos poucos, a graça de sentirem-se acolhidos, por ela, como filhos. Por meio de seu coração materno, vivenciam o quanto Deus os ama, e colocam-se a seu serviço, confiantes na sua Providência Divina.

Transformação interior – É decorrente da graça do abrigo. Se crermos que somos amados por Deus, o amor nos impulsiona a vivermos de acordo com seus ensinamentos. Maria implora a Jesus as graças que necessitamos para o seguimento do Evangelho. Como o Pai lhe confiou a educação humana de seu Filho, assim também acreditamos que ela nos ajuda a formar nossa vida à sua semelhança.

Eficácia no apostolado – Se as palavras comovem e os exemplos arrastam, a transformação de nosso interior faz com que, por meio de nós, muitos encontrem o caminho de volta à casa do Pai. Nosso apostolado torna-se uma expressão de amor, por isso, generoso, humilde e acompanhado com as bênçãos de Maria.
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Referência bibliográfica:
SCHOENSTATT, Irmãs de Maria de. Novena da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, 2001, 99º ed., Berto Artes Gráficas
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Para quem deseja aprofundar seu conhecimento:
MORANDÉ, Hernán Alessandri. O que significa o Santuário de Schoenstatt?, 2000, Ed. Pallotti

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