Geração dos 50 anos: herois que doaram a própria vida
Karen Bueno – Anos jubilares são anos de graças. A Obra Internacional de Schoenstatt vem experimentando, de maneira muito concreta, o atuar da Divina Providência em 2014 – são inúmeros presentes derramados sobre a Família.
O mês de agosto abriu as portas, indicando que logo mais será o jubileu dos 100 anos da Aliança de Amor. Isso requer a intensificação dos preparativos, tanto físicos como espirituais.
Para melhor preparar e vivenciar o ano jubilar, lancemos um olhar ao passado. Vejamos como alguns herois de Schoenstatt celebraram o jubileu de 50 anos da Obra, no ano de 1964:
Portador eterno da mensagem de Cristo
Mário Hiriart, um dos herois de Schoenstatt, nasce em 1931 e falece justamente no ano em que o Movimento completa 50 anos de fundação. O exemplo de santidade desse herói, que pertenceu ao Instituto dos Irmãos de Maria de Schoenstatt em Santiago/Chile, revela uma profunda preparação para celebrar as bodas de ouro da Obra.
“Tenho a convicção de que este é um dos pequenos sacrifícios que a Mãe deseja neste ano do jubileu”, dizia Mário sobre o intenso sofrimento que passava, pouco antes de sua morte. Com câncer, bastante debilitado, Mario Hiriart via nas dificuldades uma forma de colaborar com o ano jubilar, oferecendo seu sacrifício para o crescimento da Obra, especialmente a Coluna Masculina.
Se o Pai quiser, até mesmo a vida
Maria Regina Tokano, a Regininha, cursava o último ano do curso de História, em Londrina/PR. A jovem sentia-se profundamente responsável pelo futuro da Obra. Com a percepção da grandiosidade dos 50 anos, Regininha se ofereceu em holocausto como dádiva jubilar: se o Pai assim quisesse, poderia levar-lhe a vida pelo jubileu. Porém essa não era ainda a vontade de Deus. A jovem contribuiu muito, por mais dois anos, com a Juventude Feminina de Schoenstatt. Em 1966 Regininha faleceu, tornando-se uma “cruz branca” da Obra de Schoenstatt.
Entrega total
No ano de 1964, Francisco Ziober sugere que seu grupo da Liga de Famílias sele a Carta Branca como presente para o jubileu de 50 anos da Obra. Francisco não sabia que seu presente pessoal seria muito maior, seria a própria vida.
No dia 18 de setembro, bastante debilitado por conta da doença – leucemia –, Francisco escreve uma carta à Família de Schoenstatt pelo dia da Aliança. O assunto principal do texto tratava da preparação para o jubileu, como neste trecho:
“Por isso é que neste dia 18, quando ainda falta um mês para se completar o Ano Jubilar, quando ainda temos um mês para pensar, sentir e olhar o passado, o presente e procurar deixar algo para o futuro, é que fazemos este apelo. Um mês ainda é tempo para fazermos grandes coisas para a Mãe querida. Sabemos que Ela depende de nós: ‘Nada sem vós, nada sem nós!’… Portanto, contemplemos o passado: as gerações fundadoras; o que sofreu por nós o Pai Fundador; e a herança que nos legaram os herois, símbolos de filialidade e entrega total numa Aliança de Amor pura e completa. Procuremos sentir tudo isto com intensidade e cheguemos assim até o presente: o que somos nós? Temos realmente vivido a Aliança de Amor com a Mãe? Temos sabido nos entregar totalmente para sermos instrumentos úteis dentro dos planos de Deus?”
Francisco dirigiu esta pergunta aos presentes: “Se o passado nos traz tantos exemplos a serem seguidos, como deixaremos esta geração jubilar para o futuro?”. A pergunta de Ziober se encaixa perfeitamente no ano de 2014. “Como deixaremos esta geração jubilar para o futuro?”. A resposta de Francisco ajuda a refletir: “Façamos nossa entrega perfeita, sejamos instrumentos e deixemos também uma herança jubilar às gerações futuras”.
O grupo de Ziober se preparou para selar a Carta Branca no dia 18 de outubro. Porém Francisco não teve tempo de realizar a consagração, ele selou sua ‘Aliança Eterna’ no dia 27 de setembro de 1964.