A Trindade habita meu Santuário Coração
Pe. Nicolás Schwizer – A Santíssima Trindade deve chegar a ser o centro de nossa fé e de nossa vida cristã. E não há dúvida de que nosso Deus quer ser a fonte, o sentido, a meta e a alegria de nossa vida. Frente a um mundo que foge de Deus, nós queremos e devemos cultivar em nossa alma a fome, a ânsia e a avidez de Deus. Nossa vida há de ser um peregrinar permanente ao coração de Deus, um regressar progressivo ao seio da Trindade. Podemos agora tirar muitas conclusões e consequências para nossa vida diária.
Se o Deus Trino é o centro de minha vida, então devo estar conectado permanentemente com essa fonte vital. Então hei de cultivar minha vida de oração, até chegar a esse ideal sublime de “orar sem cessar” (1 Tes. 5,17). O que significa? Significa adorar sempre a vontade de Deus, responder sempre que sim, não negar a ele nunca nada, estar permanentemente aberto para seus desejos.
2. Também hei de viver, dia a dia, a luz da fé prática na Divina Providência. Essa fé me ajuda a ver Deus em meio à vida, por detrás dos acontecimentos cotidianos, das coisas e das pessoas. O espírito de fé me dá a capacidade de captar a passagem de Deus em minha vida, de sentir sua presença instintivamente, por todas as partes. Ajuda-me a entender minha vida como uma história de amor com Ele, como uma corrente de saudações e respostas de amor mútuas.
3. Se Deus é a alma de minha vida, então devo aprender a me assombrar e admirar com sua presença e com seu atuar. Penso que é fruto de estar apaixonado por Ele. Se não amo suficientemente não me assombro, não me deixo penetrar pelo tu, não descubro o maravilhoso de seu ser. Estou tremendamente imerso em mim, demasiado preocupado por minhas próprias coisas.
4. Se fui criado “a imagem e semelhança” de Deus (Gn 1, 26s), então tenho que me esforçar em ser um reflexo Dele. E já que a essência de Deus Trino é o amor, hei de transformar-me, ao longo de minha vida, num espelho, um transparente, um sacramento de seu amor.
Se a grandeza de Deus é seu amor, então também minha grandeza deve ser o amor. Ali temos todo um programa de vida.
5. Não sou somente imagem de Deus. Sou também templo vivo, morada e santuário da Trindade. Ou como dizia o Pe. Kentenich: Sou uma “pequena igreja da Trindade, consagrada e habitada por Deus Trino” (1954, Maria Mutter und Erzieherin (Maria Mãe e Educadora) 350). Ou outra imagem bela dele: “Tenho o céu dentro de mim. Onde está a Trindade está o céu.” E depois agrega: “Nunca chegaremos a ser santos se não chegarmos a tomar consciência do Deus presente, da Trindade presente em nosso interior” (Textos 2000, 102, 105). E o Padre nos recomenda aproveitar especialmente o momento da Santa Comunhão para isso.
Concluindo, devo levar a sério a presença de Deus em meu Santuário Coração. Devo visitá-lo, saudá-lo, conversar e me conectar permanentemente com Ele. Devo adorar a Deus de meu coração, cultivar o silêncio, a oração e meditação, as jaculatórias. Hei de aceitar e realizar suas sugestões e inspirações interiores.
6. Se o Deus Trino é o centro de minha existência, então hei de fazer, em algum momento de minha vida, até uma Aliança de amor com Ele. O Fundador mesmo me convida a isso: “A Aliança de amor com Maria deve ir fazendo-se mais e mais uma Aliança de amor com Jesus, com o Pai, com o Espírito Santo, com o Deus Trino” (1946, Coroação de Maria, 87s). Ali fecha-se o ciclo de minha aliança. Ali culminam meu amor e minha entrega. Ali chego ao centro e a meta de minha existência.
Perguntas para a reflexão
1. O Deus Trino é realmente fonte, centro e meta de minha vida?
2. Ele é o centro de meus interesses pessoais, de meus interesses matrimoniais e familiares?
3. Deus é o verdadeiro centro de minha vida, de meu apostolado?
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