O privilégio de cuidar deste lugar tão especial
Karen Bueno / Ir. M. Nilza P. da Silva – Feche os olhos e imagine-se passando várias horas por dia no Santuário Original em Schoenstatt. Como seria estar ali fisicamente todos os dias? O que para muitos é apenas um sonho, para Ir. M. Lourdes de Pablo Lopez é rotina de trabalho. Há pouco mais de um ano, ela é a sacristã do Santuário Original, cuida de cada detalhe para acolher os peregrinos e zela pelo coração pulsante da Obra Internacional de Schoenstatt.
Ir. M. Lourdes é espanhola e trabalhava no Santuário de Barcelona, quando foi convidada para sua missão atual. “Jamais me ocorreu semelhante coisa”, diz. Uma data especial marca o início do seu trabalho: “Nós, as Irmãs de Maria da Espanha vamos para Schoenstatt todos os anos, para o retiro anual. Em 2013, chegamos no dia 21 de maio e no dia 22, pela manhã, fui rezar no Santuário Original. Para minha surpresa foi justamente neste dia que os Palotinos presentearam o Santuário para o Movimento, sinto que foi uma vivência muito especial estar ali neste momento”.
Ela recorda como foi esse dia: “Quando soubemos que era algo oficial, foi impressionante, todos fomos ao Santuário. Houve uma festa improvisada! Todo mundo que estava em Schoenstatt ia ao Santuário para agradecer à Mãe. Sentíamos que tudo tinha mudado. O que era algo obscuro agora estava coberto de luz e o nosso sentimento era de uma alegria que não tem como explicar”. É neste dia que Ir. M. Lourdes recebe o convite para ser a sacristã do Santuário Original: “Eu creio que este foi um presente da Mãe, cuidar do Santuário neste novo tempo”.
Sim eu conheço esta terra maravilhosa
Ser sacristã do Santuário Original exige muita dedicação. Há vários trabalhos para se fazer num lugar tão visitado. A primeira tarefa, segundo Ir. M. Lourdes, é a acolhida: “A primeira parte do trabalho é a presença, estar ali para todos que chegarem. Além disso, há a limpeza do Santuário, colocar as flores, as velas, os folhetos, cuidar dos símbolos de contribuições ao Capital de Graças”.
Diariamente, são celebradas três missas no Santuário Original, mas esse número pode variar bastante: “Já houve dia em que, numa manhã, foram presididas seis missas, às vezes, mais ainda durante o dia, dependendo dos grupos que chegam. É muito bonito, porque o Santuário é de todos. Chega gente de todos os países e há missas de muitas formas, às vezes com música em capela, às vezes com tambores, com todo tipo de instrumento que se possa imaginar e variadas expressões. Para mim é lindo, é a Mãe que acolhe toda a terra, cada um como é, todos se sentem em casa”.
É minha terra natal
Ir. M. Lourdes de Pablo Lopez vivenciou muitas experiências no Santuário Original, mas quando questionada sobre o que mais lhe marcou, não há dúvidas em sua resposta:
“Creio que o mais bonito foi o jubileu, o centenário da Aliança, não há nada mais belo. Marcou-me muito o momento em que levaram o quadro da Mãe à Arena. Foi inesquecível! Ela chegou acolhendo a todos. Depois, quando foi levada de volta para o Santuário, ela nos levou consigo para aquele lugar de graças”.
A sacristã comenta que havia um grupo de pessoas no Santuário Original na hora da renovação da Aliança, pessoas de vários países, dos diversos ramos e comunidades de Schoenstatt, que representavam o mundo todo nessa hora de graças. Como trabalha constantemente no lar de origem da Família de Schoenstatt, uma das preocupações de Ir. M. Lourdes é também representar todos os povos ali, diariamente. Ela explica como faz isso: “Creio que o mais importante são pelas contribuições ao Capital de Graças. É o que nos une a todos. Outra forma, é preparando o Santuário para que todos que ali chegarem se sintam em casa, muito bem acolhidos. Eu me preocupo que as pessoas fiquem a vontade, que não se vejam como uma visita, mas como alguém que acabou de chegar em sua própria casa”.
Minha terra de Schoenstatt
A tarefa de sacristã coloca Ir. M. Lourdes em contato com pessoas do mundo todo, gente que passa por Schoenstatt e tem vontade de ficar ali para sempre, ou pelo menos voltar mais algumas vezes. “Trabalho no coração do mundo e aprendi muito com as diversas culturas. É impressionante como as pessoas podem ser tão diferentes sendo tão iguais. Isso me encanta! Somos todos distintos, mas nossa cultura é a cultura da Aliança. No Santuário, eu me sinto Família. O meu trabalho não é apenas para mim, há muita gente por detrás. Eu me sinto representante de todos esses povos que passam por Schoenstatt, porque eles têm deixado algo de si em nós”.