O Ano Santo está prestes a terminar e começa o desafio de torná-lo vivo nos próximos anos.
Ir. M. Diná Batista de Souza – O Ano Santo da Misericórdia foi um ano extraordinário em todos os aspectos. Ele não é algo que começa e termina, como se fosse um tempo comemorativo, por exemplo, um ano jubilar. O Ano da Misericórdia é um novo fundamento que a Igreja coloca. É um novo degrau em nossa postura de evangelização.
Hoje nos perguntamos: O que Deus espera da Igreja e de nós, após o 20 de novembro de 2016, quando se “encerra” o Ano da Misericórdia? Uma atitude de misericórdia inserida na vida da Igreja, de Schoenstatt, da evangelização.
É isso que recebemos de presente da Igreja neste Ano Extraordinário da Misericórdia. Recebemos um novo olhar para as diversas situações de miséria. A partir dessa nova visão – ou dessa visão resgatada –, somos chamados a viver e agir na misericórdia do Pai.
Schoenstatt e a misericórdia
Nós, Família de Schoenstatt pós-centenário da Aliança, queremos impregnar o mundo com a cultura da Aliança, que se concretiza na nova imagem de Pai, um Pai de misericórdia.
Essa cultura da Aliança só poderá ser gestada e configurada se procurarmos encarnar em nossa vida a nova imagem de filho, isto é, o filho miserável e digno de misericórdia, o filho heroico do Tabor. Quem nos ajuda nessa aspiração é nossa Rainha da Aliança, a Mãe e Educadora. Somente em Aliança com Maria, conseguimos viver a santidade na vida diária, a santidade mariana. Esta cultura da Aliança vivida ajudará a formar a nova imagem de comunidade – uma comunidade de Aliança, comunidade unida.
A partir desta nova realidade perguntamo-nos: Então, com que atitude vamos evangelizar?
Evangelizamos na misericórdia do Pai
A experiência da misericórdia do Pai em minha própria vida é o núcleo da fecundidade apostólica. Nesse sentido, o Papa Francisco reflete conosco:
…cada um de nós guarda no coração uma página muito pessoal do livro da misericórdia de Deus
E o que fazemos com estas páginas bem pessoais do livro da misericórdia de Deus em nossa vida? Em outras palavras, quando nos encontramos verdadeiramente com Jesus, nós nos encontramos como num espelho, onde vemos o que o Pai do céu espera de nós e, ao mesmo tempo, a imagem real e verdadeira de quem somos. Encontrar-se com Jesus é um encontro com o nosso verdadeiro eu, miserável e pecador.
Frutos e lições que tiramos dessa experiência
Nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, nos ensina como nos comportar com nossas falhas e limites:
Diante dos fracassos:
– Não devemos surpreender-nos;
– Não devemos confundir-nos;
– Não devemos desencorajar-nos;
– Não devemos acostumar-nos.
Olhando positivamente:
Tornar-nos um milagre de humildade;
Tornar-nos um milagre de confiança;
Tornar-nos um milagre de paciência;
Tornar-nos um milagre de amor.
Viver na misericórdia do Pai
Nosso Pai simplifica as coisas, para que possamos guardar e escrever tudo numa unha, como ele costumava dizer. Ele simplifica as palavras e apresenta três desejos dele para nós, nessa nova etapa. Três desejos que resumem tudo e que, se levarmos a sério, estaremos ajudando nosso Pai na grande missão de Schoenstatt.
No dia 15 de setembro de 1965, ele se despediu da Família de Schoenstatt de Milwaukee/EUA com esses três desejos:
– “Filho, não esqueças tua mãe!”
– “Filho, não esqueças a misericórdia do eterno Deus Pai, pois atrás dela está também a misericórdia da Mãe de Deus”
– “Filho, não esqueça tua miséria”.
“Filho, não te esqueça de tua Mãe. E nossa Mãe tornou-se sempre mais a Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Filho, não te esqueça da misericórdia do eterno amor paternal e da Mãe de Deus! Mas também não te esqueça de aproveitar as tuas misérias para crescer sempre mais profundamente para dentro do coração do eterno Deus Pai”.