A autoeducação é uma palavra-chave para a vida de Aliança de Amor
Suellen Figueiredo – “O grau do nosso progresso no domínio das ciências tem que ser o grau do nosso aprofundamento interior, do crescimento da nossa alma. Caso contrário, cria-se também no nosso interior um vazio enorme, um abismo tremendo que nos faz sentir profundamente infelizes. Portanto autoeducação!” (Pe. José Kentenich – Documento de Pré-Fundação, 1912).
Desde a pré-fundação do Movimento Apostólico de Schoenstatt, o Pe. Kentenich já apontava o caminho por onde, depois, direcionaria toda a sua Obra. Para o Pai e Fundador, a autoeducação não somente era uma tarefa, mas uma arte capaz de nos aproximar de Deus e nos conduzir à santidade da vida diária.
Quando crianças, nossa educação era de responsabilidade de nossos pais e responsáveis. Com a ajuda deles aprendemos desde coisas simples, como andar e falar, aos ensinamentos que mais tarde formariam nosso caráter. Quando jovens, assumimos em parte essa tarefa, passamos pela adolescência e com ela a descoberta do nosso ser, de nossos gostos e vontades próprias. É nessa fase que nos deparamos com muitos questionamentos e conflitos. Para isso, nosso Pai e Fundador já apontava a autoeducação como meio de conseguir dominar nossos impulsos, resistindo às tentações e exaltando sempre nossas virtudes. E não é só para a juventude que o Pai indicava a autoeducação como caminho, mas para todo e qualquer schoenstattiano e cristão, em todas as idades, sendo ela uma tarefa constante para o aprofundamento de nossa fé.
O primeiro passo…
O grande objetivo da autoeducação é sermos livres para fazer, a todo momento, a vontade de Deus Pai. Em Schoenstatt, queremos realizar essa tarefa em conjunto com Maria e, para isso, é necessário o investimento de tempo e empenho. O primeiro passo é perceber que tipo de pessoa eu sou, meus defeitos e minhas virtudes, também é importante estar atento às nossas características principais, à minha personalidade como um todo. Para isso, o autoconhecimento é fundamental.
Vale ressaltar que, ao longo desse processo, iremos nos deparar com nossas fraquezas e é necessário não se deixar abater por elas. Cada miséria pessoal que encontramos pode ser um degrau para crescer sempre mais em direção ao alto, ao divino.
Ao selarmos nossa Aliança de Amor com Maria, entregamos a ela também a tarefa de nos ajudar em nossa autoeducação. Maria é a Mãe e educadora que precisamos, nela encontramos o modelo de cristão a ser seguido.
Conhece-te a ti mesmo!
Há muitas maneiras de buscar o autoconhecimento: testes de temperamentos, acompanhamento espiritual, auto-observação de nossas motivações, reações e desejos. Já dizia o Pe. Kentenich: “Tudo que se realiza numa escala pequena e constante vai nos formando ao longo do tempo”. Gostaria, então, de compartilhar algumas dicas para não deixar para depois o início de nossa autoeducação!
– Começar por pequenos propósitos! É importante que comecemos por pequenas conquistas que nos ajudarão e motivarão para as grandes. Ex.: Arrumar a cama ao levantar.
– Separar um caderno ou caderneta para montar o horário espiritual e nele anotar seus propósitos, sempre de modo a torná-los atrativos de se realizar. Um exemplo para tornar o propósito atrativo: O simples ato de ”Desejar bom dia as pessoas” pode ser apresentado como “Cumprimentar com alegria a todos por quem passar!”
– Buscar acompanhamento espiritual.
– Entregar todas nossas conquistas e fracassos ao Capital de Graças.
A autoeducação é um trabalho contínuo e com a sua prática podemos, aos poucos, observar desde pequenas até grandes mudanças em nosso ser e agir. Aos poucos, o que a princípio exigia grande esforço se torna uma atitude natural. Daí, então, terei conquistado o que o Pe. Kentenich chamava de “segunda natureza”, o que me permitirá estar cada vez mais próximo de Deus e da santidade a qual aspiro.