“Nada mais familiar, nada mais brasileiro”.
Para que o Ideal Tabor, o ideal nacional do Movimento Apostólico de Schoenstatt no Brasil, se torne vida, toda a Obra é convidada a redescobrir suas diversas facetas. Nesse contexto, a pergunta lançada ao casal Luis e Rosani Ventorini é: Como viver o ideal Tabor na família?
Eles pertencem ao Instituto de Famílias de Schoenstatt, são de Santa Maria/RS e compartilham um pouco da vivência do Tabor na história de sua família:
O Ideal Tabor, presenteado ao Brasil pelo Fundador, Pe. José Kentenich, que compõe a tríade de ideais formada ainda pela Argentina (foco no Pai) e o Chile (foco no Espírito Santo), capta a natureza daqueles que habitam o solo brasileiro. Este coloca a expressão filial em destacado lugar, sendo a dependência total do Pai, em todas as circunstâncias, sua manifestação mais elevada.
Um Ideal seria uma bonita e atraente abstração se não tivesse expressão concreta na vida diária a qual, sem exceção, passa pela vida em família, pela vida de minha família. Assim sendo, vemos o Ideal Tabor como o núcleo de nossa vida familiar, não que sempre tivéssemos clareza disso, mas a vida foi – e ainda está – nos mostrando essa faceta. É nesta perspectiva que nos propomos a falar deste Ideal.
Para nós, e observando o curso de nossa vida familiar, a chama desse Ideal apresenta três elementos muito especiais. O primeiro deles é o desafio. Desafio aqui significa atrever-se a dar passos e empreender ações que não seriam possíveis de serem concretizados sem a “parceria” de Deus, com a intermediação de nossa querida Mãe. São passos dados na educação de nossa filha, nos desafios profissionais, na insegurança de não saber como será o dia de amanhã, na porta profissional que se fechou, na outra porta que demora muito a abrir, na alegria de algum acontecimento significativo para nós, na luta para reconhecermos nossas incapacidades. O desafio de abandonar nossa terra natal, residir fora por 25 anos, como se fôssemos retirados para recebermos algo e agora retornarmos, bem como nosso caminhar junto ao Instituto de Famílias, também compõem este quadro de desafios, de entrega aos planos do Pai para nós. Tudo isto provoca um “friozinho na barriga”. Sempre nos perguntamos, especialmente em nosso Santuário Lar: “O que quer Deus com isto, com este desafio?”
Então aparece o segundo elemento: o diálogo. É a busca pelo contato diário com Deus, diálogo este que começa quando dialogamos entre nós, como família, quer em nossos momentos de lazer, quer em momentos de desconforto, quer na correria do dia-a-dia, e também quando dialogamos como casal, quando compartilhamos nossas alegrias, dúvidas, angústias, quando estabelecemos nossas metas. É um precioso “bate-papo”, embora às vezes sob tensão, em função dos acontecimentos e decisões. Percebemos claramente que esta atmosfera de diálogo nos deixa fortes, proporciona um ambiente de acolhimento, onde nos sentimos partícipes de algo que não é somente nosso, mas também de Deus que é Pai. O aroma deste diálogo é a oração.
Fruto de tudo isto gostaríamos de apresentar nosso terceiro elemento, o qual, para nós, teima em fugir mas, misteriosamente, está sempre à mão, marca sempre a presença, espera nossa decisão confiante: a alegria. Podemos dizer que experimentamos grandes alegrias, mas sempre após um período de entrega ao Pai, de conquista. Talvez tenha sido esta a maneira que Deus previu para sempre estar presente em nossa vida: fazer com que sentíssemos a necessidade de tê-lo em nossos corações, em nossos próximos passos. Ao contemplarmos os desafios passados, presentes e futuros, nos damos conta de que a condução foi, é e será unicamente de Deus e da MTA. Tudo isto é de “pular de alegria”.
Assim, em breves palavras, procuramos expressar o Ideal Tabor sob o ponto de vista de uma família, uma família brasileira que recomenda a todas as famílias do mundo que experimentem o “friozinho na barriga”, que “batam papo” e “pulem de alegria”. Nada mais familiar, nada mais brasileiro. Nosso Fundador nos deixou este grande desafio.
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