Foto: Schoenstatt International Communication Office 2014
Foi promulgada na manhã deste sábado, 1º de abril, no Vaticano, a Carta do Papa Francisco, em forma de Motu Proprio (ou seja, segundo o desejo pessoal do Papa), para a “transferência das competências sobre os Santuários ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização”.
Querendo favorecer o desenvolvimento da pastoral nos Santuários da Igreja, o Santo Padre decidiu transferir ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização as competências sobre os Santuários, que até agora eram atribuídas à Congregação para o Clero.
Portanto, o Papa Francisco estabelece a um novo dicastério vaticano as tarefas relacionadas a esses centros religiosos, entre as quais a criação de novos Santuários e a aprovação dos seus estatutos; criar instrumentos para favorecer a evangelização e a religiosidade popular; promover encontros nacionais e internacionais para a renovação da pastoral da piedade e devoção popular; dar assistência espiritual e eclesial aos peregrinos e, enfim, dar maior valor cultural e artístico aos Santuários.
Onde se encontra refúgio e coragem
“O Santuário possui na Igreja um grande valor simbólico e ser peregrino é uma genuína profissão de fé”. Assim inicia o Motu Proprio do Papa Francisco, dividido em cinco pontos:
Primeiro: o Santuário é expressão de devoção, oração e confiança na misericórdia de Deus na vida do povo de Deus. Ao longo dos séculos, os fiéis sempre acorreram aos lugares sagrados onde Jesus viveu, aos túmulos dos Apóstolos e aos concernentes à Mãe de Deus, aos Santos e Bem-aventurados.
Segundo: os Santuários permanecem, desde sempre, sinais de evangelização, mas também da fé simples e humilde dos fiéis, que ali encontram a dimensão da sua devoção e da presença divina.
Terceiro: apesar da crise de fé que se alastra no nosso mundo, os Santuários são vistos como espaços sagrados, verdadeiros refúgios, onde os peregrinos encontram paz, silêncio e contemplação, apesar da sua vida frenética. Neles, os fiéis recebem a força e a ajuda espiritual para o seu caminho eclesial e pastoral.
Quarto: por sua natureza, o Santuário é o lugar sagrado onde se pode ouvir a Palavra de Deus, participar dos Sacramentos e fortalecer sua ação evangelizadora, catequética. Nos Santuários, os enfermos, pobres, marginalizados, pessoas necessitadas encontram refúgio e coragem.
Enfim, o quinto ponto do Motu proprio ressalta a vocação dos Santuários, que continuam a dar impulso à Nova Evangelização, na sociedade e na Igreja, e ao desenvolvimento da pastoral devocional.
Uma autêntica forma de nova evangelização
Sobre esse fato, o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, declarou:
Antes de tudo somos agradecidos ao Papa que pensou no Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização como destinatário deste grande espaço na piedade popular e na fé da Igreja, representado pelos santuários. Como o próprio Papa afirmou, nos Santuários se busca a companhia dos santos, a proximidade a Cristo, a proteção da Virgem Maria. Os santuários são realmente, sobretudo em nossos dias, um lugar privilegiado para o anúncio do Evangelho. E penso que nós acolhemos isto também como um grande desafio, o desafio, isto é, de corresponder com uma linguagem nova, com novas possibilidades de evangelização que provém destes lugares onde a piedade popular vê e reencontra plenamente aquelas expressões basilares da própria fé.
Os santuários – também o diz o Papa Francisco – representam uma expressão da beleza, beleza que é o fruto da fé dos séculos precedentes. Quantas pessoas: existem milhões, milhões que a cada ano frequentam os nossos santuários! E estes milhões de pessoas são movidos pelos desejos mais diversos possíveis: existem aqueles fiéis que frequentam os santuários históricos mais conhecidos, mas também existe muita gente, muita gente que vai porque é atraída pela beleza dos santuários ou porque atraídas pela beleza da paisagem ou porque sentem um desejo no mais profundo do coração. Eu acredito que o esforço, o trabalho, a acolhida, o testemunho, o modo de rezar, a que os santuários são chamados a ser, representam uma autêntica forma de nova evangelização.
Com informações de: Radio Vaticano / entrevista