Ser um comunicador da Aliança e em Aliança.
Karen Bueno – Hoje é Dia Mundial das Comunicações Sociais e Solenidade da Ascensão do Senhor. Mas, o que isso diz a cada um pessoalmente? No que essa data está ligada com a vida de Aliança?
Num primeiro olhar, o dia comemorativo pode parecer distante da vida diária, reservado a quem trabalha ou se interessa pela comunicação. Mas, façamos um exercício rápido, com duas questões:
– Quantos ‘amigos’ há nas suas redes sociais?
Vale olhar todas elas: Facebook, WhatsApp, Instagram, Twitter, Snapchat, Youtube, Flickr…
– Não tem perfil nas redes sociais? Uma nova pergunta: Com quantas pessoas você conversa durante o dia? Envia e-mail? Telefona? Com quantas cruza pelas ruas, no ônibus, trabalho, faculdade…? Um simples sorriso é comunicação.
Os números e realidades variam de pessoa para pessoa, mas todas estão em constante comunicação umas com as outras o tempo todo. É por isso que a reflexão desse dia vale para todos. É discurso antigo dizer que todas as pessoas são comunicadoras por natureza, mas isso se torna cada vez mais real e visível. É nesse contexto que o Papa Francisco lança a grande pergunta este ano: o que estamos comunicando?
Falar de esperança
A mensagem do Papa compara a mente humana com a mó da azenha (um par de pedras bem grandes e duras, do mesmo formato, que giram uma em cima de outra moendo os grãos de trigo, cevada, centeio…). O Papa escreve: “Já os nossos antigos pais na fé comparavam a mente humana à mó da azenha que, movida pela água, não se pode parar. Mas o moleiro encarregado da azenha tem possibilidades de decidir se quer moer, nela, trigo ou joio. A mente do homem está sempre em ação e não pode parar de ‘moer’ o que recebe, mas cabe a nós decidir o material que lhe fornecemos”.
O que compartilhamos com as pessoas?
Sobre o conteúdo que comunicamos, seja com palavras ou com a vida, o Papa nos traz algumas reflexões interessantes. A primeira delas é selecionar o que se comunica e não simplesmente passar tudo adiante como uma enxurrada desorientada. Mais do que isso, ele pede para se comunicar esperança e confiança, passar uma visão otimista de mundo – que já é tão marcado por notícias duras e cruéis.
Mas, isso não é fugir da realidade? O Papa responde: “Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seja ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingênuo que não se deixe tocar pelo escândalo do mal. Antes, pelo contrário, queria que todos procurássemos ultrapassar aquele sentimento de mau humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal”.
O desafio não é fingir que a maldade não existe, mas apontar caminhos para enfrentá-la, é permitir que o bem seja o protagonista da história e não o mal. Para isso, diz o Papa, é preciso ser criativo, como Jesus fez quando usava as parábolas para ensinar o povo.
Uma questão de ponto de vista
Toda história traz mais de um lado, diferentes pontos de vista. Há alguns anos, entre os círculos do Movimento Apostólico de Schoenstatt, se usava a expressão: usar os “óculos da Aliança” para enxergar a realidade. Com esse mesmo sentido, o Santo Padre orienta: “Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia: partir da Boa Notícia por excelência, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo”. Ao decidir o que compartilhar e o que não compartilhar, essa é a luz: o evangelho. Antes de qualquer postagem, se perguntar: O que Jesus passaria adiante para o mundo? Não somente mensagens religiosas ou frases de autoajuda, mas caminhos de vida que ensinem a construir um mundo melhor.
Com a ascensão, o Senhor subiu ao céu, mas também prometeu permanecer junto dos seus até o fim dos dias, deixando a missão de comunicá-lo ao mundo. Assim fez a Mãe e assim fazem todos os que querem se assemelhar a ela. Assim fazem os que vivem a Aliança de Amor. “O objetivo mais profundo e último de nossa aspiração é comunicar continuamente o Espírito através de nosso atuar” (Pe. José Kentenich).
HERMOSA REFLEXIÓN DE KAREN BUENO
PERDÓN, LA COMPARTI