E ao morrer quero dizer sorrindo: “Ó querida MTA!”
Feliphe Botassio – Um homem ousou seguir seu caminho de entrega filial como poucos na história o fizeram, seguiu sua consciência. Um herói entregou-se livremente como vítima de amor à MTA. Conscientemente, Pe. Franz Reinisch, mártir da consciência, viveu seu ideal “viver e morrer como ardoroso apóstolo de Schoenstatt” até a última consequência. Nesse dia lembramos a entrega do grande herói. Nascido em primeiro de fevereiro de 1903, Pe. Franz Reinisch foi sempre caracterizado como homem de forte tempera ardente e irrequieta.
Quando criança, gozava do bom convívio familiar e do grande exemplo de seus pais, pessoas autênticas e católicos fervorosos. Natural de seu temperamento, gostava de bagunçar e se envolvia em brigas com certa frequência. Na juventude entregou-se às paixões juvenis e apreciava a vida boêmia na companhia de muitos amigos.
Depois de participar de um retiro inaciano, voltou para casa decidido a estudar para ser ordenado padre. Em 20 de junho de 1928, festa dos grandes apóstolos São Pedro e São Paulo, é ordenado padre. Começa sua vida sacerdotal mais ativa e apostólica em 1933 depois de passar pelo noviciado Pallotino e de conhecer o Movimento de Schoenstatt. Em 1934 consegue visitar o Santuário Original e ali teve o grande presente de participar da celebração do translado dos primeiros heróis de Schoenstatt para aquele lugar de graças. As palavras de saudação à MTA de Max Brunner reverberaram em seu coração e inflamaram a aspiração à santidade pelo heroísmo.
Exerceu seu apostolado ativamente até o ano de 1936, ano que fora proibido pela Gestapo, polícia alemã do terceiro Reich, de palestrar devido às suas palavras firmes e conscientes pela fortificação da fé nos tempos daquele regime, Nazista, considerado por ele, Franz Reinisch, ilegítimo e dirigido pelo próprio anti-cristo, Adolf Hitler.
Foi em 1941, ano que fora convocado e tomara a decisão de negar-se ao alistamento, que dentro de Pe. Franz cresceu o desejo ardente de fazer a vontade de Deus e de seguir a sua consciência, sabendo que sua decisão o levaria à morte. Para Pe. Franz, sua decisão, fruto da vontade de ser plenamente sacerdote e apóstolo de Schoenstatt, o impeliu a desejar livremente a morte. Ele abraçou sua cruz.
Do ano da recusa até o dia da condenação à morte, Pe. Franz travou árduas batalhas espirituais para manter-se firme na fé e na sua decisão de seguir. Soldados, superiores, colegas, juízes e até os confrades sacerdotes tentaram dissuadi-lo de seu propósito de morrer pela consciência, mas Pe. Franz só crescia na fé e na convicção de sua missão. Sua decisão era firme: jurara fidelidade à bandeira de Cristo, e somente a ela, jamais à bandeira do Nazismo. Teve acompanhamento espiritual dos capelães da prisão do exército e ali pode crescer no mundo sobrenatural e no amor a Deus e a MTA. Pôde relatar sua experiência por escritos, a pedido de seu diretor espiritual como exercício de fé e de apostolado.
Nos últimos dias de sua existência, experimentou da companhia de seu diretor espiritual e confessor e transmitiu a ele seus testemunhos escritos, seus últimos pensamentos e um santinho autografado com a frase que sintetiza muito de sua missão de vida: “Amar e sofrer com alegria”. E também naqueles dias escreveu seu famoso poema à MTA de saudação à morte, mais conhecido com “Hino de Franz Reinisch”.
Seu legado heroico arde em nossos corações até hoje. Cada vez que se prepara para uma nova missão em Schoenstatt, se canta em alta voz e com alma vibrando aquele Hino de entrega pela missão.
Sua vida serve de exemplo para nós. Sua entrega inflama em nós, schoenstattianos, o fogo da missão apostólica. Ele acreditou que “Schoenstatt é um Movimento profundo de santificação, do qual brotará um elevado número de santos”. Que a seu exemplo possamos ser os novos heróis que aspiravam à santidade, à maneira do Pe. Franz: livres e conscientes!
Com convicção e fidelidade, cantemos hoje seu hino
“Tu és o grande sinal, cheio de luz e resplendor do sol,
Toda abrasada pelo amor de Deus!
Eu quisera, Maria, pura donzela, ser por ti inflamado
como chama de amor no pequeno Santuário.
De pé estás junto da cruz, como Rosa da Paixão,
grande e silenciosa, pronunciando o teu “sim” ao sacrifício,
porque assim Deus o quer.
Hoje, de novo, Deus chama uma legião de heróis,
por isso, Mãe, me ofereço como vítima de amor.
Rainha do Universo, imperturbável na tormenta dos tempos,
destrói a estirpe de Satanás, vencedora na luta.
Dá-me ser teu apóstolo, como cavaleiro aqui estou,
e ao morrer quero dizer sorrindo:
Ó querida MTA!”