Indicação de alguns cuidados práticos para o dia a dia e celebrações litúrgicas.
Ir. M. Nilza P. da Silva – Frequentes vezes surgem perguntas sobre o andamento do processo de beatificação do Pe. José Kentenich. Sabemos que ele se encontra em fase de conclusão, na Diocese de Treves, Alemanha. Ao se concluir ali, irá para o Vaticano e continuará na Congregação para as Causas dos Santos. Para este artigo, entrevistamos a Ir. M. Elizabet Parodi, Irmã de Maria de Schoenstatt, que trabalhou muitos anos nesse órgão do Vaticano, sobre alguns detalhes importantes, que precisam serem levados bem a sério, para que o processo de beatificação continue sem impedimento.
“Em primeiro lugar, a questão se refere ao Código de Direito Canônico. Os parágrafos 1186 – 1190 falam do referido culto dos santos e beatos. No Cân. 1187 se lê:
— Só é lícito venerar com culto público os servos de Deus,
que foram incluídos pela autoridade da Igreja no álbum dos Santos ou Beatos —
Portanto, a pergunta é: O que se entende por ‘culto público’?
Culto público se deve interpretar em duas dimensões: a do lugar de culto e da celebração como tal.
Sobre o lugar de culto: De acordo com o Código de Direito Canônico, não é permitido expor aos fiéis imagens dos servos de Deus em Igrejas e oratórios públicos, até que não sejam (declarados pelo Vaticano) santos ou beatos. Isso quer dizer que não se deve ter suas imagens em lugares onde se celebra a liturgia: igrejas, capelas, oratórios etc.
Sobre as celebrações: vale algo semelhante; uma celebração passa a ter um caráter oficial da Igreja quando é presidida por um ministro ordenado (diácono, sacerdote ou bispo).
Por exemplo, se acontece uma peregrinação para a casa de João Luiz Pozzobon, levando uma imagem sua, isso não tem problemas. Mas, se essa peregrinação é presidida por um sacerdote, acompanhado pela cruz processional etc, não se pode levar a imagem do Pozzobon, porque, nesse caso, a peregrinação deixa de ser um ato privado de algumas pessoas e passa a ser um ato da Igreja. A mesma coisa vale para qualquer outra oração.
Sobre a estátua da pessoa em processo de beatificação vale o mesmo como para uma imagem: a estátua (ou foto) no Santuário Lar não tem problema, porque não se trata de um lugar público. Mas, se alguma vez se celebrar ali uma Santa Missa, a foto ou a estátua precisa ser retirada. Uma estátua em uma praça do Santuário também não representa um problema (para o processo de beatificação). Mas, se ela estiver dentro do Santuário é problema, porque ali é um lugar de culto público.
Não é correto rezar a novena durante a Missa, porque ela não faz parte da celebração litúrgica. Se quiser rezar a novena, nesse caso, ela precisa ser rezada antes ou depois da liturgia, sem que a novena seja presidida pelo celebrante, pois a sua presença com o traje litúrgico faz com que a oração da novena seja um ato de culto da Igreja”.
Agradecemos a Ir. Elizabet e continuamos nosso empenho pela beatificação do Pe. José Kentenich, pois a Igreja merece a ajuda do carisma que o Espírito Santo lhe concedeu como um bem para todo o povo.