“Ser protagonistas é fazer o que Jesus fez. Onde quer que estejas, com quem quer que te encontres e seja a hora que for: Que faria Jesus no meu lugar?” (Papa Francisco).
Karen Bueno – No encontro com os jovens no Chile, o Papa Francisco os incentivou a arriscar, a correr riscos, a serem corajosos, “para que se sintam e sejam protagonistas no coração da Igreja”. No dia 20 de janeiro, a Família Internacional de Schoenstatt recorda seu segundo Marco Histórico que levou, como consequência, o Pe. José Kentenich a ser prisioneiro do regime nazista no campo de concentração de Dachau.
É interessante notar que Dachau era justamente uma prisão para personalidades protagonistas, para pessoas capazes de influenciar muitas outras ou que se importavam muito em transformar o mundo e a realidade social, como era caso do Dr. Friedrich Kühr. Esse foi o primeiro campo de concentração criado pelos nazistas e, como estratégia de guerra, prendiam-se ali todos aqueles que se mostravam resistentes ao regime e poderiam atrapalhar os planos de Hitler: sacerdotes, bispos, políticos, artistas, pessoas influentes que se posicionavam contra a ideologia do governo.
Assim era o Pe. José Kentenich, um protagonista da história, porque permitia que Deus o conduzisse conforme seus planos: é isso que ocorre no dia 20 de janeiro de 1942 e tal atitude o leva ao cárcere.
Mesmo como prisioneiro, o Pai e Fundador não deixou que lhe roubassem a liberdade, tomando as rédeas da própria vida. Isso fica muito marcado na história, tão conhecida, de quando um oficial exige que ele lave sua bicicleta, porém o Pe. Kentenich responde que não a lavará porque se exige isso dele, mas porque ele quer fazer isso livremente – a partir daí ambos se tornam grandes amigos. Uma verdadeira atitude de protagonista.
Dentro da prisão, não faltaram oportunidades para o Pai e Fundador se colocar como “sal da terra e luz do mundo”: quando as luzes se apagavam e os olhares dos oficiais se desviavam, grandes sonhos eram planejados às escondidas, no silêncio do cárcere e no ritmo do coração de Deus. Também na convivência com os demais prevalecia o exemplo de vida, como quando deva seu alimento aos companheiros de prisão.
A Família de Schoenstatt do Brasil, com o desejo de ser protagonista e formar aqui uma nova terra mariana, tem a uma grande inspiração hoje no seu Pai e Profeta. Um passo importante para transformar o mundo é esse que o Pe. Kentenich deu na data do Segundo Marco Histórico: deixar-se mover pelo Espírito Santo, ouvir seus acenos para ter atitudes concretas segundo a vontade de Deus.
O dia 20 de janeiro recorda que ser protagonista traz riscos e consequências, que a missão pode exigir um “salto mortal atrás de outro”, mas que no final tudo vale a pena, porque a Mãe e Rainha está junto e sempre acompanha seus filhos, porque Deus nos ama e não pediria nada que não fosse o melhor para cada um. “Todos os problemas são solucionados a partir do alto e nós temos apenas a única tarefa de nos abandonarmos singelamente ao Deus Trino, na Mãe de Deus” (Pe. José Kentenich, 2ª Palestra da Semana de Outubro, 16.10.1947).
Foto: Ir. M. Nilza Pereira da Silva