Ano do Laicato: Um impulso para afirmar o espírito de Hoerde nos 100 anos de fundação da União Apostólica.
Laércio e Maria Helena Guariente – Estamos à véspera dos 100 anos da fundação da União Apostólica de Schoenstatt (1919 – 2019) e quis a Divina Providência que neste tempo vivêssemos, no Brasil, o “Ano do Laicato”, que deseja estimular o protagonismo dos cristãos. É um tempo para aprofundar a identidade, vocação, espiritualidade e missão dos leigos na vida da Igreja, como sujeitos eclesiais, que testemunham Jesus Cristo e seu Reino na sociedade.
A expectativa deste Ano do Laicato se assemelha ao espírito vivido no Congresso de Hoerde, que deu origem à União Apostólica. Assim como aconteceu em 1919, atualmente se vive esse anseio de transmitir um legado para a Igreja missionária autêntica, um maior entusiasmo dos cristãos leigos na vida eclesial e também na busca da transformação da sociedade.
Há de se destacar que a União nasceu como uma organização de leigos, numa época em que pouco se falava sobre eles e muito menos estes eram valorizados na Igreja. A justificativa do direito à existência da nova Organização (da União Apostólica) era o argumento dado pelos congregados externos, da constatação de que não havia na Igreja uma organização que tivesse o apostolado como sua finalidade primeira e única.
Novo sabor
Pode-se dizer que ser leigo é ter uma vocação e a vocação específica do leigo é ser cristão. É ser santo. É chamado a seguir Jesus Cristo na família, na Igreja e na sociedade por meio de uma profissão. Explica assim Dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato da CNBB: “A profissão do leigo revela o seu modo de agir no mundo na busca da santidade”.
O Pe. José Kentenich, fundador de um Movimento de Educadores e de Educação, enfatiza assim o papel e missão dos leigos formados no Santuário: “o leigo é chamado à santidade. Como cristão ele não está no segundo plano. Não, na visão cristã ele está no mesmo patamar como os religiosos. Ele também foi chamado à santidade. […] Nós permanecemos no mundo. Mas o que queremos no mundo? […] Nós temos de transformar o mundo. […] Precisamos remodelar o mundo. […] nós que permanecemos no mundo e o transformamos, também encontramos o caminho para Deus”.
Desta maneira, os leigos, formados na pedagogia e espiritualidade a partir da ideia predileta do Pe. Kentenich, se fazem apóstolos no ser e no atuar, dando sabor (ser sal) e iluminando (ser luz), unidos ao carisma e missão de Schoenstatt no mundo de hoje.
“Somente santos o conseguem”
Ademais, o lema da Família de Schoenstatt no Brasil, “Unidos ao Pai e Profeta, por uma nova terra mariana”, impulsiona todos a serem protagonistas, pois “temos o grande desafio de testemunhar por nossa vida e aspiração, que Schoenstatt pode formar santos, à luz dos ensinamentos e do coração do nosso Pai e Fundador e que esses santos podem transformar o Brasil em terra santa mariana” (Congresso de Outubro de 2017).
Pe. Kentenich assim orienta: “O mundo atual somente poderá sarar, poderá restabelecer-se unicamente através de santos. Não é por novas organizações nem por novas correntes que introduzem no mundo esse ou aquele novo exercício, não, somente santos o conseguem”.
Sim, somente os santos poderão ajudar a transformar o Brasil e por meio do espírito de Hoerde, se poderá viver e transmitir às novas gerações a missão de apóstolos leigos, vinculados à Mãe de Deus, ao Santuário e fieis aos ensinamentos do Pe Kentenich.
Em preparação ao centenário de fundação da União Apostólica, o Ano do Laicato traz grande impulso para ousar e protagonizar a transformação da realidade em nova terra mariana, pela Cultura da Aliança!