70 anos do Santuário Tabor: memórias de quem estava lá.
Karen Bueno – A poucos passos da casa onde mora a Sra. Helena Ventorini, em Santa Maria/RS, está o Santuário Tabor, que hoje completa 70 anos. Pela primeira vez, em 11 de abril de 1948, a Mãe e Rainha de Schoenstatt foi convidada a fazer morada em terras brasileiras. Ela aceitou o convite e, desde esse dia, segue cada vez mais próxima dos filhos em cada parte da nação. Era um dia de graças e de muita festa, com a presença do Pe. José Kentenich, que visitava o país. Tudo preparado com cuidado e contribuições ao Capital de Graças para a consagração do primeiro Santuário Filial do Brasil. E a Sra. Helena estava lá para nos contar um pouco dessa história…
“Sou natural da Quarta Colônia, de São João do Polêsine/RS. Eu morava bem perto da igreja e ao lado tinha um prédio que passou a ser uma escola onde as Irmãs de Maria trabalhavam como professoras, onde eu era aluna. No dia em que foi inaugurado o Santuário, partiu uma lotação de ônibus para Santa Maria e eu estava nessa lotação. Havia algumas crianças da escola e também pessoas da comunidade. Nesse dia eu conheci o Pe. José Kentenich”.
“Fecho o olho e é como se o enxergasse”
Aos nove anos, a consciência muitas vezes não abrange o que significa um Santuário, como ela mesma conta: “A gente não tinha noção da grandiosidade de tudo o que acontecia. Estávamos alegres, felizes no meio do povo e lembro que tinha bastante gente. Só hoje compreendo a grandiosidade de tudo. Depois de 70 anos, sei o porquê de estar presente [na inauguração]. Eu fui crescendo e nunca me distanciei do Santuário e do Movimento de Schoenstatt, mesmo quando não morava em Santa Maria”.
Os anos foram amadurecendo a consciência e o amor: “O Santuário é o meu chão, meu pedacinho do céu. Ele é a válvula propulsora que sempre me mantém. Cheguei a Santa Maria em 1978 e tivemos a graça de conseguir uma casa bem pertinho do Santuário. Estou sempre nele, participo de todas as celebrações, das missas quase que diariamente. Os acontecimentos em minha vida foram sempre projetados pela Divina Providência, principalmente o fato de estar morando em Santa Maria, pertinho do Santuário”.
A lembrança especial desse dia, que ela toma como um privilégio, foi conhecer o Fundador, tirar uma foto com ele: “Lembro da barba comprida. Ele não falava português, então sempre tinha alguém interpretando. Não me lembro o que ele falou, mas fecho o olho e é como se o enxergasse ali, na frente do Santuário. Foi um privilégio muito grande”.
Ela não recorda, mas nesse dia o Pe. Kentenich dizia à Família de Schoenstatt que a Mãe de Deus “quer formar e educar instrumentos para que ajudem, a ela e a Jesus, a transformar o mundo”. É isso o que acontece com muitas famílias ao redor do Santuário Tabor: são transformadas para, assim, transformar o mundo. Com 70 anos de consagração, este Santuário continua a cumprir sua missão de formar filhos heroicos, reflexos do Tabor, para construir aqui a nova terra mariana.