O Ano do Laicato no Brasil estimula cada pessoa a ser “sal da terra e luz do mundo” na sociedade, na Igreja, entre os amigos, em todos os lugares. Mas, para que essa missão se mostre coerente e com equilíbrio, ela precisa começar dentro de casa.
É isso o que Lucy Fratino Naberezny Fantini, da Liga de Famílias de Schoenstatt do Jaraguá, São Paulo/SP, partilha. Para ela, o protagonismo deve começar na família, como pai e como mãe, como esposo e como esposa, para, assim, se irradiar à sociedade. E isso, muitas vezes, requer renúncias, como ela conta:
“Cada um de nós é chamado a ser luz e sal no próprio ambiente de vida cotidiana, perseverando na tarefa de regenerar a realidade humana no espírito do Evangelho e na perspectiva do Reino de Deus”, assim afirma o Papa Francisco (Ângelus, 05.02.2017).
No Ano dos Leigos, hoje compartilho minha decisão – que não foi fácil –, mas algo falou mais alto dentro do meu coração, algo que me foi dado de presente por Deus chamado “FAMÍLIA”.
Por 16 anos trabalhei no mercado financeiro, me formei em Administração de Empresas e me especializei em Finanças numa das melhores instituições na época. Tudo foi custeado pelo banco que eu trabalhava e tinha uma carreira em expansão. Porém, já não me restava tempo para minha família, muito menos para meu filho Luciano (hoje com 15 anos).
“Perdi” muitas coisas: não o vi dar seus primeiros passos, falar os primeiros fonemas… Mas Deus me deu uma nova chance com a vinda da Laura (hoje com 5 anos). Quando ela estava com um ano, tomei uma decisão que, ressalto, não foi fácil. Mudei de profissão e voltei a fazer o que eu fazia muitos anos atrás, antes de me formar na Universidade.
“Estou contigo”
Confesso, ouvi muitas vezes que eu estava regredindo, dando passos para trás. Porém, Deus falava em meu coração: “Vai filha, estou contigo”. Já me bastava.
Tenho um marido maravilhoso que me apoiou sempre nas minhas decisões, em todos os aspectos; sem ele ao meu lado, ficaria muito difícil prosseguir com essa nova etapa. Abrimos um salão de cabeleireiro, que hoje gera dois empregos diretos e dois indiretos. Consigo ajudar meu filho com os deveres de casa e cuidar da minha pequena em dias que mais precisa da mamãe do que de remédios.
Estou construindo memórias neles, que no futuro serão lembradas com carinho. Folgo às segundas-feiras, onde me dedico totalmente a eles e espero meu marido chegar do trabalho com o jantar pronto, com um ambiente sem estresse, como era antigamente. Consigo ser esposa, mãe, filha, empresária sem comprometer os papéis. Hoje mantenho o equilíbrio.
Apostolado
Depois disso conseguimos até melhorar nosso apostolado. Fomos às Missões Familiares, que era um sonho, mas nunca foi possível devido à antiga rotina. Trabalhamos com a Liga de Famílias, vamos aos retiros, enfim, tantas bênçãos em nosso lar que não cabe tanta felicidade em nossos corações de gratidão.
Hoje sou PHD em Penteados, designer de noivas, onde tenho a honra de ver novas famílias se formando, pessoas felizes em dias plenos de suas vidas com muito brilho nos olhos.
O mais importante hoje?
Como costumo dizer: “Metade do meu trabalho é feito com amor, a outra metade é feita por amor”.