A caminho do centenário do Congresso de Hoerd, vejamos como foi esse início…
Laercio e Maria Helena Guariente – A história do Movimento Apostólico de Schoenstatt se constitui de acontecimentos especiais. Entre esses está o Congresso de Hoerde, em 1919, que teve como princípio a “ideia predileta” que o Pe. José Kentenich apresentou aos jovens seminaristas, em 18 de outubro de 1914, ao dizer:
“…Não seria possível que a Capelinha da nossa Congregação se tornasse nosso Tabor, no qual se manifestem as magnificências de Maria? Sem dúvida, maior ação apostólica não podemos realizar, herança mais preciosa não podemos legar aos nossos sucessores do que mover Nossa Senhora e Rainha a estabelecer aqui, de modo especial, o seu trono, distribuir seus tesouros e realizar milagres da graça”.
Os congregados marianos de então captaram a ideia sobrenatural exposta pelo Pe. Kentenich, de que a Mãe de Deus queria, a partir da Capelinha, empreender um grande movimento de renovação do mundo e que, para isso, precisava de instrumentos. Naquele momento (1914-1918) acontecia a Primeira Guerra Mundial e muitos deles partiram para o campo de batalha. Pe. Kentenich lhes recomendou que permanecessem vinculados espiritualmente à Capelinha, continuassem praticando seu programa espiritual, fizessem ofertas e contribuições ao Capital de Graças, falassem e divulgassem a ideia a outros no meio em que estivessem.
A Organização Externa
Assim, na guerra, exerceram o apostolado do ser e do agir e passaram a conquistar outros jovens que também se vincularam às ideias e assumiram a espiritualidade schoenstattiana. Esses jovens “externos”, que se somaram aos congregados, recebiam a ajuda e acompanhamento do Pe. Kentenich por uma intensa correspondência individual e pela formação em grupos, o que se chamou de Organização Externa.
Naquele período, o Pe. Kentenich fundou uma Revista, com o título Mater Ter Admirabilis, chamada MTA. Seu objetivo era fortalecer ainda mais os vínculos dos congregados-soldados entre si, tendo como centro espiritual Schoenstatt e ser veículo de formação e de comunicação de vida entre eles. A Revista MTA foi um sucesso, passando de 200 exemplares, no início, para 2000 assinaturas em 1917.
Os grupos se reuniam sempre que possível para fazer orações, trocar ideias, discutir assuntos que lhes chegavam pela Revista MTA. Quando a guerra acabou, os externos, que eram leigos, começaram a se perguntar o que fariam para tudo continuar, já que os seminaristas voltariam para Schoenstatt.
Mas por que se interessavam tanto em dar continuidade à Organização Externa? Por que queriam continuar?
A resposta reside nas próprias experiências e vivências desses congregados externos. Eles encontraram na espiritualidade, na pedagogia do Pe. Kentenich e na sua vida de grupo durante a guerra, um caminho novo, uma forma de vida de grande significado para eles. Essas experiências e vivências podem ser resumidas nas próprias constatações vividas por eles: conheceram o Santuário com o acontecimento do 18 de outubro de 1914; descobriram a Mãe Três Vezes Admirável com suas graças e experimentaram a sua proteção durante a guerra; vivenciaram a espiritualidade da Aliança de Amor e experimentaram os benefícios da pedagogia do Pe. Kentenich.
Neste contexto, com orientação do Pe. Kentenich, organizaram um Congresso na cidade de Hoerde durante os dias 19 e 20 de agosto de 1919, com 24 participantes. Nesses dias discutiram a grande preocupação que traziam no coração – de que a Organização Externa não poderia morrer! E com entusiasmo chegaram à decisão de criar a UNIÃO APOSTÓLICA em substituição a Organização Externa.
A partir de Hoerde, a União Apostólica foi se desdobrando em comunidades específicas conforme os estados de vida. Assim surgiram a União Apostólica Feminina, a União Apostólica de Famílias, a União Apostólica de Mães, a União de Sacerdotes Diocesanos, a União de Homens, a União de Doentes.
Foto: Karen Bueno
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