“Apareceu, em seguida, um grande sinal no céu: uma mulher revestida do Sol,
a lua debaixo de seus pés e, na cabeça, uma coroa de doze estrelas.” (AP 12,1)
Kennedy Rocha – Celebramos a Assunção de Maria, Solenidade litúrgica que contempla a glorificação da Mãe de Deus e nossa. Maria, desde sua concepção, foi preservada da mancha do pecado original, Deus preparou a chegada do Seu Filho bendito, através do ventre, puro e imaculado, de Maria. Todo o curso da vida de Nossa Senhora foi pleno da graça de Deus, ela é Bem-aventurada, pois o Senhor fez nela maravilhas, ela encontrou graça diante de Deus, como diz o anjo Gabriel na anunciação.
Segundo uma antiga tradição cristã, Maria terminou o curso de sua vida terrestre no ano 42 dC, Desde os primeiros séculos, usa-se a expressão “dormição”, do latim “domitare” em vez de “morte”. Desde antigamente, alguns teólogos e santos da Igreja Católica, sustentam que Maria não teria morrido, mas teria “dormitado” e assim subido ao céu. (…) O que a Igreja Católica ensina é que o corpo de Maria foi preservado das consequências da morte, que são a corrupção e a decomposição. (Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, C.Ss.R.) São Paulo nos diz que “o salário do pecado é a morte,” (Rm 6,23) como a Virgem Maria não pecou ela não conheceu a corrupção da morte, mas foi assumida por Deus, daí vem a palavra assunção.
O Concílio Vaticano II nos esclarece sobre o fim da vida terrestre de Maria:
Foi vontade de Deus manifestar solenemente o sacramento da salvação humana, só depois de ter enviado o Espírito prometido por Cristo. Por isso, vemos os apóstolos, antes do dia do Pentecostes, assíduos e unânimes na oração, com algumas mulheres e com Maria mãe de Jesus e os irmãos deste” (At 1,14), e vemos também Maria implorando com suas preces o dom do Espírito, que na anunciação, já a tinha coberto com sua sombra. Finalmente, a Virgem Imaculada, que fora preservada de toda mancha da culpa original, terminando o curso de sua vida terrena, foi levada a glória celeste em corpo e alma, e exaltada pelo Senhor como Rainha do universo, para que se parecesse mais com o seu Filho, Senhor dos senhores (cf. Ap 19,16) e vencedor do pecado e da morte. (Lumen Gentium, n.59).
Maria é a nova Eva
“Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos.” (Rm 5,19) Santo Irineu nos diz que “A humildade e a obediência de Maria desataram o orgulho e a desobediência de Eva.” Nos evangelhos Jesus não se referia a Maria por Mãe, mas sim por Mulher, à primeira vista pode parecer para nós que havia uma frieza entre eles ou um distanciamento, mas ao contrário, quando Jesus chamava Maria de Mulher ele se referia a mulher do Gênesis que pisaria a cabeça da serpente, (Gn 3,15) e que posteriormente encontramos no Apocalipse revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. (Ap 12,1) Então podemos concluir que se por Eva o pecado entrou no mundo, através de Maria a Salvação entrou no mundo, pois Maria é a Mãe do Salvador.
Maria foi predestinada, desde toda a eternidade, para ser a Mãe do Salvador
O Catecismo nos ensina que:
“Deus enviou Seu Filho” (Gl 4,4), mas, para formar-lhe um corpo quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, “uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27): Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida. (CIC 488)
Maria é a criatura mais perfeita de Deus, modelo de vida e santidade. Ela sofreu em sua alma toda a dor que o Filho sofreu em seu corpo. No fim de sua vida na terra, o Pai das Misericórdias não iria abandoná-la à mesma sorte dos pecadores, mas aquela cuja vida foi um grande louvor à Deus, foi assumida por Ele, de corpo e alma, e hoje tem livre acesso ao Trono da Graça e de lá derrama sobre nós misericórdia. “Deus a escolheu para tesoureira, ecônoma e dispensadora de todas as suas graças; de sorte que todas as suas graças e todos os seus dons passam por suas mãos.” (São Luís Maria Grignion de Montfort)
Em Schoenstatt Maria é Vencedora
Ao olharmos a história de Schoenstatt e também a de nosso Fundador, veremos que sempre foi Maria a grande precursora, guerreira “que avança como um exército em ordem de batalha.” Foi ela que protegeu desde o início, aqueles jovens seminaristas tornando-os personalidades livres, fortes e sacerdotais. Maria aceitou se estabelecer na pequena Capela de São Miguel e tornou aquele lugar um centro de peregrinação, um Tabor onde podemos dizer: “Aqui é bom estar. ”
Schoenstatt passou por inúmeros desafios. Nasceu no início da I Guerra Mundial, teve seu Pai e Fundador preso em Dachau na II Guerra Mundial por cerca de 3 anos sendo coroada Rainha do Campo de Concentração, e como se não bastasse, de 1951 à 1965 o Padre Kentenich foi afastado da sua Obra e exilado por 14 anos em Milwaukee, nos Estados Unidos.
Schoenstatt não desistiu, pois sua confiança cega sempre esteve na Mãe Três Vezes Admirável, pois em todas as batalhas ela haveria de vencer. E assim foi. Após 14 anos de ofertas ao Capital de Graças o Pai volta para o seio da família, legitimado pelo Papa Paulo VI que reconhece a Obra como fruto do atuar do Espírito Santo.
A Mãe de Deus se mostra Vencedora e no dia 2 de junho de 1966, Pe. Kentenich a proclama Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Onde houver um Santuário de Schoenstatt, onde houver um Schoenstattiano que for fiel a Aliança de Amor, a Mãe continuará sendo Vencedora, pois Schoenstatt é o celeiro das Glórias de Maria. Que Maria, assunta ao céu, assuma também as nossas vidas “como coisa e propriedade” sua.
Fonte: schconfins