A vida de nosso Pai e Fundador é a carta de Deus para nós
O livro de sua vida é nosso livro de Deus
Equipe de Comunicadores de Schoenstatt do Brasil – As mãos seguram a caneta que desliza criativa sobre o papel. No rosto, a expressão serena e confiante de que muitas coisas podem ser ainda projetadas. No sorriso discreto, a confiança filial que é sua marca singular…
Ao olhar esse papel em branco, muitas coisas vêm à mente sobre o que ele poderia estar escrevendo. Bem, não há como saber ao certo, o fato é que hoje, aqui e agora ele conta com nossas mãos para continuar a escrever essa história, fundados nos seus princípios, mas de modo criativo e não como meros repetidores.
50 anos se passaram desde o dia 15 de setembro de 1968, quando a Família de Schoenstatt se deparou com a notícia dura e, ao mesmo tempo, esperançosa: faleceu o Pe. José Kentenich. A partir daí, já não se podia mais contar com sua presença terrena de Pai e educador, mas todos os filhos teriam a graça de tê-lo sempre presente, em uma grande comunhão espiritual.
Neste 15 de setembro de 2018, sua caneta está agora nas mãos de cada filho de Schoenstatt. Que palavras e expressões utilizaremos? Como serão os capítulos seguintes dessa história? “Esse é um desafio fascinante, por assim dizer, que Deus põe em nossas mãos. Todo fundador depende de seus filhos espirituais. Ele, por assim dizer, tem as mãos atadas, porque somos nós que o fazemos presente, que levamos seu carisma, partindo da convicção de que esse carisma não é apenas uma questão pessoal, mas é um presente de Deus para a Igreja, um presente do qual eu participo e essa é minha vocação. O fundador necessita de mim – hoje, eu sou seus braços, suas mãos, sua voz – não para levá-lo adiante, mas para levar adiante o presente que Deus oferece ao mundo por meio dele”, afirma a Ir. M. Elizabet Parodi, do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt, pesquisadora da relação entre os fundadores e suas fundações.
Segundo indicam estudos, a Família de Schoenstatt – assim como outras fundações – vive um período importante de transição, ao alcançar os 50 anos da morte do fundador; é um momento ‘divisor de águas’. Depende dessa geração a vinculação ou o distanciamento do fundador e seu carisma. Por isso, este é um momento tão importante. Cabe a esta geração garantir que a pessoa e o carisma do Pe. Kentenich permaneçam vivos e ajudem a Igreja em sua grande missão evangelizadora, em sua missão de configurar a cultura em todo o mundo.
E como se faz isso?
Há muitas formas, mas, talvez, a mais direta e eficiente é o fazer-se filho. Porque, desse modo seu carisma torna-se nossa vivência pessoal e impregna toda a nossa vida e nossas ações. Garantimos sua presença e seu carisma permitindo que ele seja nosso Pai: meu Pai, seu Pai. Assim!
O ser paternal já está inscrito no coração dele e, antes que possamos ou consigamos chamá-lo de Pai, de sua boca já sai um sorriso que diz: Filho! Filha!
Dom Heinrich Tenhumberg salientava que o Pe. Kentenich “permitia que o chamasse de pai, aceitava-o somente na consciência de que procuravam e desejavam ver nele um transparente da bondade divina”.
A Ir. M. Petra Schnuerer, que foi secretária do fundador, nos diz: “Sejam muito simples diante de nosso Pai e Fundador, porque somos uma Família diferente das demais fundações. O Pai é Pai para sempre, para todos, não somente para aqueles que viviam em sua época. É seu Pai, é meu Pai e vai ser Pai dos que vivam 50 anos mais tarde, a única coisa que temos de fazer é nos abrirmos a ele, falar-lhe, olhar sua foto… Assim, tratem de ser muito singelos diante de nosso Fundador”.
Duas metas para uma mesma missão
Nossa geração se confronta com dois desafios cruciais para este jubileu de ouro, que se complementam mutuamente:
- O primeiro é garantir a vinculação ao fundador, ter o ouvido próximo ao seu coração para desvendar o mistério divino que ali habita. Só assim será possível cumprir a missão original que o Espírito Santo quer realizar na Igreja e no mundo por meio de Schoenstatt.
- Outra missão é abrir-se ao mundo e à realidade, sem perder a originalidade e a força do carisma do Fundador. Pois, como diz o Papa Francisco, “o carisma não se conserva tendo-o guardado; tem que abri-lo e deixar que saia, para que entre em contato com a realidade, com as pessoas, com suas inquietações e seus problemas. E assim, neste encontro fecundo com a realidade, o carisma cresce, se renova e também a realidade se transforma, se transfigura pela força espiritual que esse carisma leva consigo”.
Esses dois aspectos caminham juntos e torna mais bonita, livre e alegre a missão de escrever as novas linhas da história. Sem dúvidas, há muitos desafios, dúvidas e incertezas pelo caminho. Mas, não o trilhamos sozinhos. Duas coisas são certas: Temos uma Aliança de Amor com a Mãe e sua presença no Santuário; o Pai coloca sua mão sobre a nossa e ajuda a continuar a história, basta ser filho, pedir e confiar no seu auxílio.