Ano eleitoral deve ser um momento de discernimento para todos os cidadãos
Guilherme e Ana Paula Paiva – As eleições estão chegando e o clima institucional e político do país continua não sendo dos melhores. Sem falar da crise econômica e de representatividade que, já há muitos anos, vem assolando nossos dias.
De pronto, poderíamos até pensar que a desconfiança, o temor, as chateações constantes, os prejuízos, a alta de impostos e a diminuição de serviços sociais e políticas públicas, as características demonstradas pelos pré-candidatos à presidência, entre diversos outros fatores, poderiam nos desmotivar ainda mais na participação das eleições como eleitores.
Afinal de contas, qual será o meu prejuízo concreto se eu não votar? Se houver justificativa eleitoral, nenhum. Se não justificar a ausência, uma multa administrativa baixíssima e o inconveniente de ter que me dirigir ao cartório eleitoral para regularizar minha situação. Nada, comparado às decepções com a corrupção sempre mais evidente e o despreparo que políticos têm trazido à nação.
Mas isso seria um discurso por demais pessimista e, até mesmo, egoísta. Não se pode decidir fazer ou não algum ato com vistas às suas consequências. Fazemos por dever; por compromisso; por liberdade consciente […].
Nosso Pai e Fundador nos ensina a sempre orientar nossas decisões por princípios fortes e claros, a sermos críticos e a buscarmos a boa crítica. Por essa perspectiva, e munidos de uma alegre esperança de que a sociedade vem aos poucos mudando seu entendimento no que diz respeito à liberdade exagerada que se confere aos nossos representantes, devemos escolher nossos candidatos a partir do que está por detrás da cortina dos discursos.
Um olhar atento
Qual a posição deles sobre os temas morais que mais têm nos afligido? O que eles pensam sobre aborto, drogas, adoção por pessoas do mesmo sexo em relacionamento, gastos públicos, direitos trabalhistas e previdenciários, custeio de campanhas eleitorais, uso de agrotóxicos, políticas públicas para pessoas de baixa renda, saúde e educação? A lista de temas é enorme – porque nosso Estado é enorme, mas não é secundário saber o que defendem, o que os partidos, que estão por detrás, pensam a respeito, qual a orientação política deles em caso de votação. Embora não haja controle jurídico na coerência com o eleitorado, há o controle político, de opinião pública, que nos últimos anos (pelo ativismo e também pela grande exposição e informações) tem adquirido muita força.
Votar com consciência e senso crítico, em alegre esperança de que tempos melhores virão a partir de nossas contribuições (que não são pequenas). E fiscalizar com autoridade e igual senso crítico, primando pela transparência e pela responsabilidade dos agentes em função pública. Parece ser um ótimo e desafiador caminho a seguir. Mas todo bom schoenstattiano adora um desafio! Avante!
*Texto resumido da Revista Tabor. Para ler o conteúdo completo adquira a última edição da revista, disponível nos Santuários de Schoenstatt do Brasil ou pelo site: revistatabor.com.br