O jeito schoenstattiano de ser cidadão.
Karen Bueno – As manchetes dos impressos, as chamadas dos rádios e telejornais apontam: a situação do Brasil não vai bem. E nem é preciso assistir televisão ou acompanhar as notícias para constatar essa realidade, basta olhar o próprio dia a dia – o aumento de impostos, os vários comércios e indústrias encerrando as atividades, o alto custo de vida. Quem não conhece um colega ou conhecido que foi demitido do emprego ou enfrenta redução das jornadas de trabalho? A situação não vai bem!
Mas, basta olhar e lastimar o atual contexto social do Brasil? Definitivamente, isso não basta para aqueles que selaram a Aliança de Amor e têm o máximo como a meta da mais elevada aspiração. Vendo a corrupção que sempre existiu na história do país, alguns dizem que é impossível fazer algo pela nação. Dá impressão de que tudo está limitado às autoridades federais, à Brasília/DF. Porém, o Pe. José Kentenich apresenta uma forma simples e bastante eficaz de lutar por uma nova ordem social: a autoeducação.
Santidade: nossa luta por um país renovado
Do Santuário a Mãe de Deus distribui graças em abundância e realiza milagres de transformação. Ela pode operar maravilhas nesta terra! Porém, ela necessita da cooperação humana para que o plano de amor do Pai aconteça. As diversas contribuições ao Capital de Graças, os pequenos atos de autoeducação oferecidos como dádiva, são um bem precioso para formação de uma nova terra mariana, pois, por meio deles, Maria continua a cumprir seu papel na Obra da Redenção por meio de Schoenstatt.
O Pai e Fundador afirma: “Grande é quem consagra sua vida a uma grande tarefa! Podemos imaginar-nos tarefa maior do que a de atrair a Mãe de Deus para cá, como a Esmagadora da Serpente? Outros podem travar grandes lutas, conquistar fama… No entanto, se nós virmos e entendermos bem a tarefa e a cumprirmos, teremos interferido muito mais no mecanismo do tempo. Portanto, vencendo uma tentação, dominando uma paixão e dando-a a Mãe de Deus, como contribuição ao Capital de Graças, por estas pequenas coisas, por estas pequenas vitórias, interferimos nos acontecimentos do mundo” [1].
Transformar a pátria por meio de gestos cotidianos
Hoje se repetem as palavras ousadas do Documento de Fundação de Schoenstatt, que exigem uma atitude concreta na formação de um homem novo que edifica, por seu ser e atuar, uma nova sociedade baseada na cultura da Aliança: “Esta santificação exijo de vós. Ela é a armadura a vos revestir, a espada com a qual deveis libertar vossa pátria de seus poderosos inimigos, colocando-a na vanguarda do mundo antigo”.
Oferecer à Mãe de Deus pequenos atos de amor que interferem no cotidiano social – como não furar filas, usar o cinto de segurança, devolver o troco corretamente, não estacionar na vaga de deficientes ou jogar lixo no chão, ajudar o que necessita, participar de ações beneficentes, etc. – são uma forma concreta de edificar um país novo. Tudo isso, lembrando sempre de rezar pela nação e pelos governantes, pois a oração é uma peça fundamental da “armadura a nos revestir”.
Além da autoeducação – e em alguns casos por meio dela – também é essencial estar atento às correntes de vida de nosso tempo. Participar da vida social e política, acompanhar a realidade que nos cerca, buscar fontes de informação confiáveis e variadas, acompanhar o exercício dos nossos representantes políticos e estar presente – para poder dar a opinião – nos momentos de decisões. Vale perguntar-se: Tenho acompanhado as discussões que ocorrem na Câmara Municipal de minha cidade? As sessões são geralmente abertas, participo delas? Acompanho o atuar dos meus representantes? Interesso-me por questões que dizem respeito aos demais ou apenas àquelas que me tocam diretamente? Como eu, com minha originalidade, posso contribuir para melhorar meu país?
Um tempo de grande turbulência pede o olhar atento e a inspiração do Espírito Santo. As grandes correntes ideológicas, seja qual direção elas tomem – direita ou esquerda política, passivismo ou ativismo extremo, por exemplo –, podem arrastar para a massificação, vendando os olhos diante da complexidade de algumas questões. Uma pergunta que pode ajudar a fugir do senso comum e descobrir qual posicionamento tomar é: o que o Bom Deus deseja para minha nação? Em sua Doutrina Social, a Igreja apresenta o norte para essa reflexão: Clique para ler o compêndio.
Maria, reina neste chão!
É tempo de confiar à Mãe de Deus todas as aflições deste povo heroico, filial por natureza, que necessita de seu olhar e de sua educação materna. Pe. José Kentenich orienta a coroar Maria nas situações adversas – Eis, pois, a hora exata de proclamá-la Rainha do Brasil!
“Quanto mais incapaz se sente a Igreja, quanto mais incapazes os combatentes ao nosso lado, tanto mais sobe no horizonte a Mulher Apocalíptica, o Grande Sinal no céu, revestida de sol, coroada de doze estrelas, a lua sob os pés […]. A Mãe de Deus também recebeu a ordem de Deus: Mãe, interfere na história do mundo! E as ruínas que hoje vemos por toda parte, transformar-se-ão num cosmos admirável” [2]
Não há espaço para comodismo e insegurança! Chegou a hora do nosso amor! Santidade hoje! É preciso agir confiando na Mãe Três Vezes Admirável, é preciso agir para que se realizem as palavras do Fundador: “Cuidaremos que não somente nossa pequena Família, mas o Brasil todo, sim, grande parte do mundo – até podemos crer que o mundo inteiro – um dia se tornará Tabor de nossa Mãe e Rainha de Schoenstatt”.
[1] Palavras do Pe. José Kentenich no lançamento da Pedra Fundamental do Santuário de Londrina/PR, 25/04/1948
[2] Idem
Foto: Juciellen Ribeiro