Local dedicado a presos políticos e influenciadores
Juliana Dorigo – Dachau foi o primeiro campo de concentração construído pelos nazistas. Ele foi inaugurado nas proximidades de Munique, na Alemanha, em 22 de março de 1933, antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O campo recebeu cerca de 200 mil pessoas e estima-se que mais de 50 mil morreram no local.
Dachau era considerado o “campo modelo” do regime nazista, pois, por ser o primeiro, com base nele foram construídas todas as outras prisões desse mesmo formato. Foi assim que seu nome se tornou conhecido em toda a Alemanha e os campos de concentração em geral eram chamados de ‘Dachau’, como conta o historiador Eugen Cogon: “Em sua qualidade de campo mais antigo da Alemanha, deu seu nome à coisa em todo o país. Quando falava de alguém enviado para um campo, a população alemã em geral dizia: ‘Ele está em Dachau’”.
O perfil dos prisioneiros
Os nazistas destinaram para Dachau as pessoas que tinham maior influência sobre a população, como prisioneiros políticos e religiosos. Inicialmente, os internos eram alemães comunistas, sócio democratas, sindicalistas, sacerdotes cristãos, entre outros adversários políticos do regime nazista, pessoas intelectuais e com apoio popular.
Cerca de 2.720 religiosos foram aprisionados nesse campo e 1034 sacerdotes encerraram ali sua vida terrena – incluindo alguns membros da Família de Schoenstatt. “Possuir um livro proibido, guardar recortes de jornais tendenciosos ou cartas pessoais críticas ao regime, apresentar indícios de proselitismo religioso: a Gestapo (polícia nazista) utiliza todos os pretextos possíveis para justificar a prisão de sacerdotes”, escreve o pesquisador francês Guillaume Zeller.
Terra de santos
Dachau também era utilizado como centro de treinamento para os guardas de outros campos de concentração. Ele foi dividido em alas, como os pavilhões de dormitório, a praça da chamada, o crematório, a área onde ficavam os quartéis. Na ala reservada para as experiências médicas, os prisioneiros eram utilizados como cobaias – como é o caso do Pe. Albert Eise, a quinta “cruz negra” de Schoenstatt.
Dachau tornou-se extremamente importante para a produção de armamentos da Alemanha. No ano de 1944 foram criados os campos satélites que ficavam sob sua administração.
O fim do campo de concentração
Com o avanço dos americanos à Alemanha, os prisioneiros foram obrigados a iniciar a marcha da morte, em uma caminhada que partia de Dachau a Tegernsee. As tropas americanas libertaram o campo no início de maio de 1945, liberando também os presos que haviam sido levados para a marcha da morte. No dia 6 de abril de 1945, pelas 9 horas da manhã, o Pe. Kentenich pôde deixar o campo de concentração de Dachau, levando na mala um testemunho de amor e fidelidade e a conquista de um grande crescimento mundial para sua Obra.