“De teu Santuário, tu vens Peregrina”
Karen Bueno – Francisca Borges da Conceição, da Diocese de Jaboticabal/SP, disse certa vez à Mãe Peregrina: “Mãe, a senhora vai me educar, porque é a grande Educadora!”.
Justamente com esse auxílio especial ela aprendeu a ler e a escrever: “Foi a Mãe e Rainha que me educou!”
Caroline Ferreira e Alexandre Silva, de Suzano/SP, foram assaltados na virada deste ano: “Fomos ameaçados com arma de fogo, levaram nossos documentos, celular e o carro. Mas, pela graça de Deus, não levaram nossas vidas”. Rezando em suas orações noturnas, Caroline pediu à Mãe que os ajudasse a encontrar o carro: “No dia 4 de janeiro fui trabalhar normalmente e quando retornei, no final do expediente, recebi a notícia de que haviam achado nosso veículo, com a chave no contato e sem grandes perdas. Gratidão por poder contar sempre com uma grandiosa Mãe que intercede por nós”.
Emídio Alves Júnior, de Olinda/PE, pedia a intercessão da MTA pela cura de seu pai, que sofria com uma depressão. O mesmo aconteceu com a Sra. Lidia da Paixão, de Planaltina/GO, em busca da cura para o filho. Ambos alcançaram essa graça e nos relatam em seus testemunhos.
Qual a ligação entre essas histórias?
Faz 60 anos que uma “imagenzinha” bate às portas, de casa em casa, procurando abrigo. Em cada um desses casos, a visita da Mãe Peregrina de Schoenstatt está presente. Francisca e Lídia são missionárias, Emídio, Caroline e Alexandre recebem a Mãe todos os meses. Além deles, certamente se perguntássemos a milhares de outros brasileiros, cada um teria uma vivência especial para contar sobre a visita que “aquece e ilumina”, pois leva consigo o “filho Jesus, que é vida, caminho, verdade e luz”.
Como tudo começou?
Em 1950 o Sr. João Luiz Pozzobon foi enviado do Santuário Tabor, de Santa Maria/RS, com a primeira imagem da Campanha da Mãe Peregrina – a imagem ‘original’. Essa era uma Peregrina grande, com 11 quilos, que ele a carregava sobre os ombros, levando-a até as casas, os hospitais, presídios, escolas…
Apesar de estar sempre a caminho, as visitas da Mãe eram esparsas em cada lugar, já que havia muitos lugares distantes para ir. Foi então que, no ano de 1959, atendendo ao pedido de algumas famílias, João Pozzobon teve a inspiração de fazer circular pequenas imagens peregrinas da Mãe e Rainha de Schoenstatt, em grupos de 30 famílias.
No dia 1º de fevereiro de 1959, as Peregrinas “pequenas” começam a visitar mensalmente as famílias. “Fui inspirado a começar com as pequenas ‘Peregrinas’ das famílias”, conta o próprio Diác. Pozzobon.
A ideia surgiu-lhe diante do oratório de Santo Antônio, próximo à sua casa. Ali havia uma pequena capelinha e chamaram a um sacerdote palotino para que a abençoasse. “… e foi feita a bênção da imagem na presença de todo o povo, que assistiu à santa missa aquele dia e, de lá, ela partiu para a primeira casa, em procissão, com o povo que estava participando da missa. Assim foi o começo. Então ela fazia uma ‘viagem’ por 30 famílias. Mas, depois, mais famílias começaram a pedir, depois, outras a pedir também, tanto que passou a andar um círculo de 60 famílias. Então, depois de colocada a primeira imagem, foi colocada uma outra, para umas 30 famílias. Fazia-se um roteiro de 60 famílias, uma imagem na frente e outra atrás: uma partia daqui e a outra dali, mas todas faziam o mesmo giro. Isto foi em 1º de fevereiro de 1959. Depois, lá por maio, já havia diversas [imagens] colocadas: todos pediam! Para cada 30 famílias, uma imagem e um responsável”.
Com a Mãe, rumo ao futuro
Após 60 anos, algo em torno de 4 milhões de famílias brasileiras acolhem a MTA regularmente nas casas, hospitais, celas de prisão, escolas, comércios…
Apesar da imagem ter data e hora marcada para chegar, trata-se de uma “visita incomum”, que rompe as estruturas de onde chega. Isso porque não é só uma imagem de Maria com o Menino nos braços, mas é o próprio Santuário, com todas as suas graças, que se faz pequeno para ir aos lares.
A Mãe Peregrina é missionária, é audaciosa, é corajosa… Ela entra onde muitos não conseguem, onde muitos não alcançam ir, onde as pessoas mais precisam de Jesus. Há dor física ou de separação? Ali ela está! Há medo ou insegurança? Ali ela está! Há alegria e comemoração? A Mãe sempre está junto!
No anseio de construir a nova terra mariana no Brasil, a Família de Schoenstatt conta com esse grande apostolado que é modelo autêntico de uma ‘Igreja em saída’. “Vêem os senhores como todas as forças fundamentais de Schoenstatt se tornam eficazes no apostolado do Sr. Pozzobon?” (Pe. José Kentenich).
Referências
– 140.000Km a caminho com a Virgem. Esteban J. Uriburu
– Herói Hoje, não Amanhã. Esteban J. Uriburu
– Revista Tabor, ed 113 – Mãe Peregrina
Foto: Pascom Mauriti/CE