“Para nós, o apostolado é o fim primeiro e único”
Gines e Bernadete Ponce – Diante do desejo de se fundar uma União Apostólica de Schoenstatt, a partir do Congresso de Hoerde, nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, fez a seguinte pergunta: “Temos o direito de existir? O que nos faz diferentes dos demais?”
Respondendo ao questionamento sobre o direito de existência, assim se concluiu: “Somos originários de uma Congregação Mariana, porém, queremos ser algo mais… para nós, o apostolado é o fim primeiro e único”. E, ao questionamento em relação à capacidade de responder à necessidade do tempo, argumentaram dizendo: “Temos um programa que leva a vida interior a um maior crescimento. Mais interioridade! É para isso justamente que, em primeiro lugar, queremos educar os membros da comunidade. Também nós estamos em perigo de ser arrastados pela corrente da superficialidade se não nos concentrarmos com todas as forças de nosso ser. As exigências da União estão estabelecidas de tal forma que asseguram a maior concentração, mesmo na agitação da vida moderna. Isso é muito importante para nós que aspiramos ser apóstolos. Queremos empregar constantemente todos os meios à nossa disposição, para influenciar, direta ou indiretamente, a vida espiritual de nosso próximo. Não exige isto formação metódica e ativa da vontade e do coração? – O que nós mesmos não somos, nunca poderemos alcançar com os outros”.
No ano de 1949, em São João do Polêsine/RS, no Brasil, nosso Pai ensinou que o líder apostólico deve ser um educador educado, à imagem de Cristo Bom Pastor:
“O objeto ao qual queremos dedicar nossas forças é o Movimento Apostólico de Schoenstatt. Dizemos, e devemos repeti-lo novamente, que tal Obra é, antes de tudo, uma obra educativa, um Movimento de educação. Em consequência, quem trabalha no Movimento deve ser um educador. Mas isto não conseguiremos por nós mesmos: Necessitamos de uma graça imensa, a graça da educação. Por isso recorremos a Maria, com as mãos abertas para implorar este dom, dizendo-lhe: Concede-nos a graça, o carisma da educação. A que fim atende esta graça? A resposta é muito simples: queremos assemelhar-nos a Cristo. Cristo é o melhor educador, é o Bom Pastor. Por isso, se em geral esperamos a graça da transformação em Cristo, agora a esperamos como graça da transformação em Cristo – o Bom Pastor, em Cristo – bom educador. Estamos chamados a ser apóstolos por excelência; alguns, inclusive, devem educar a outros pastores: todos devemos e podemos ser bons pastores… Quem quer possuir o dom ou o carisma da educação, deve cultivar a consciência de instrumento e abrigar a aspiração a ser o bom pastor, tendo sempre diante de seus olhos este anseio: ‘Dá-me almas e tudo o demais toma para Ti’.”
Schoenstatt é um Movimento Apostólico que aspira estar em estreita união com a Igreja. Isto justifica o fato de, em 2014, por ocasião do centenário de fundação, toda a Família de Schoenstatt ter peregrinado a Roma para ouvir o pastor da nossa Igreja, o Papa Francisco. Ali ele, inspirado pelo Espírito Santo, disse o que espera de nós neste novo século da existência de Schoenstatt.
E seu primeiro pedido é direto: a santidade, pois “não se tem nada sem uma vida de santidade”.
Ele explicou que renovar a Igreja não é fazer uma mudança “aqui e ali” – isso também faz parte, mas são renovações de fora. “Ninguém fala, por exemplo, da renovação de coração”, ressaltou. Ele também mencionou a necessidade de ter como centro de tudo Jesus Cristo e trabalhar pela cultura do encontro.
Enfim, o Papa Francisco nos pediu uma vida de santidade para a renovação da Igreja!
Para nosso Pai, a busca pela santidade e o espírito missionário sempre estiveram estreitamente unidos. Tanto que as cadernetas antigas de Horário Espiritual traziam a frase: “Eu me santifico por eles” (Jo 17,19). Nossa santidade está a serviço da missão e só tem sentido se for para a missão. Não nos santificamos para nós próprios, mas para cumprirmos melhor nossa missão e sermos um sinal de luz nos novos tempos, como caminho a outros. Cada pequena obra de nosso dia tem e deve ter cunho apostólico. Isso nós o realizamos como Família, unidos com nosso Pai, por meio da sua e da nossa Cultura da Aliança.
Como conclusão, podemos afirmar que Schoenstatt, de acordo com as características próprias de ramo ou comunidade, tem todas as condições para formar autênticos líderes apostólicos que, como instrumentos nas mãos da nossa Mãe e Rainha, podem contribuir, de maneira eficaz, para a renovação da Igreja e da sociedade.