“Bendito o que vem em nome do Senhor… hosana”
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
Pe. Francisco José Lemes – Com o DOMINGO DE RAMOS damos abertura à SEMANA SANTA, período em que vamos caminhar, passo a passo, o mistério de nossa Redenção, pela qual Jesus se entrega livremente ao Pai em nosso favor. Sacrifício perfeito, pelo qual ele, qual cordeiro sem mancha, se entrega no altar da cruz!
Na primeira parte do rito fazemos memória da Entrada de Jesus em Jerusalém, com a proclamação do evangelho que relata esse momento da vida de Jesus na cidade santa. Em seguida da benção dos ramos, seguimos com uma solene procissão até a igreja onde será celebrada a Santa Missa, com a leitura dialogada do Evangelho da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ele está tão próximo de nós, por ele fomos carregados
Jesus é exaltado pelo povo com hosanas e diante de Pôncio Pilatos lhe pedem sua morte na cruz. Lembra o nosso caminhar neste mundo. Às vezes somos reconhecidos pelo bem que fazemos, outras vezes, somos levados aos “calvários da vida”; mas, se nele cremos e o seguimos fielmente, ressuscitaremos, tal como aconteceu com Jesus.
A espiritualidade do Domingo de Ramos deve nos levar a uma reflexão de nosso seguimento a Jesus, o abraçar a nossa cruz de cada dia e ir atrás dele. Suportar os sofrimentos e adversidades sem perder a fé e a esperança de que Deus está sempre conosco. Na cruz Jesus experimenta o silêncio de Deus diante do sofrimento: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes”? Quantas vezes fazemos essa experiência? Mas Jesus tem um gesto de confiante entrega a Deus: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Diante daquilo que não conseguimos entender ou aceitar, a melhor forma é nos entregar a Deus e, assim, sentiremos que está tão próximo de nós que por ele fomos carregados.
O Domingo de Ramos nos leva da alegria à tristeza da morte, mas com a plena certeza de que a morte não tem a última palavra. Jesus sai vitorioso da morte, dando-nos vida – e esta em plenitude! Ao ser sepultado, faz-nos lembrar o que ele mesmo dissera: “Se o grão de trigo não morrer, viverá na solidão, mas, se ele morrer, muito fruto há de dar”. Ele é esse grão de trigo, massacrado pelo sofrimento, humilhado, zombado… É plantado na terra e, ao rolar a pedra, surge com vida nova, trazendo consigo as marcas da Paixão, para nos lembrar que a glória da ressurreição passa pelo sofrimento e pela morte!
Com nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, rezemos nos preparando para celebrar bem o Domingo de Ramos:
“Senhor, queres morrer de novo,
Porque subitamente nos ameaça destruição;
Com propostas de amor, procuras conquistar
Herdeiros da transfiguração?”
“Eis aqui a tua grei
Dos pequenos e dos puros;
Une-os benignamente a ti
E manifesta-te de novo ao mundo”
“Neles podes sofrer, lutar
E apascentar as almas,
Por eles experimentar de novo
As alegrias da ressurreição”
(Rumo ao Céu, 620 a 622)