A Mãe de Deus quer revelar aqui suas glórias
Deilton de Souza – Querida Família de Schoenstatt, fazemos memória as magnificências que Deus realiza na nossa história como Família neste dia de júbilo no Cristo e Senhor ressuscitado!
Os mistérios pascais da vida de Cristo são a melhor ocasião para recordar o nosso Ideal TABOR, o ideal do Schoenstatt brasileiro, pois vêm a iluminar e aprofundar o mistério da nossa Aliança de Amor.
Algo semelhante ocorre entre a vitoriosidade de Cristo e a vitoriosidade da Mãe de Deus na nossa história de Família. A Mãe de Deus, “em atenção aos méritos de seu Filho, e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, foi enriquecida com a excelsa missão e dignidade de Mãe de Deus Filho” (Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium, n.53). Por conseguinte, pela Aliança de Amor, a Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt guia-nos a experimentar o Tabor como um acontecimento de transformação em Cristo. Maria, nossa Mãe e Mãe da Igreja, é a portadora de Cristo por excelência. Em Cristo, Ela quer revelar suas magnificências, a partir dos nossos Santuários, a todo o mundo.
No marco da primeira visita do Pe. José Kentenich ao Brasil, num dia como hoje um 20 de abril de 1947, há exatos 72 anos, juntamente com a entronização da Mãe de Deus na Catedral de Londrina/PR, estabeleceu-se nosso Ideal Tabor. Para o nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, esse acontecimento significou para a história da nossa Família brasileira “um novo Documento de Fundação”, o qual expressa que a Mãe de Deus quer revelar aqui suas glórias. Quais são, pois, os grandes desafios contidos nesse excelso ideal?
“A Mãe de Deus quer revelar aqui suas glórias. Sua glória consiste em fazer com que Cristo possa subir novamente ao trono. Precisam acontecer milagres de transformação, precisamos nos transformar em milagres vivos”, afirma nosso Pai e Fundador.
Em efeito, a experiência da vitoriosidade de Maria nos leva a experimentar o Tabor onde Cristo manifestou-se de forma fulgurante sua glória (cf. Mc 9,2-10; Mt 17,1-9; Lc 9,28-36). Em cada Santuário, lugar onde é bom estar, se renova e se experimenta as magnificências de Maria. No Santuário examinamos e discernimos o que a Mãe de Deus quer de nós. Move-nos a transfigurarmos, a recriarmos, a nos educarmos em Cristo. A partir do Santuário Maria “procura conquistar herdeiros da transfiguração” (Rumo ao Céu, n.620).
A vitoriosidade da Mãe de Deus, expressão da sua missão na concreção do plano salvífico de Deus, “de modo algum ofusca ou diminui” a “única mediação de Cristo” (Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium, n.60), pois as “glórias” de Maria, nos unem e nos assemelham à Cristo, seu Filho.
Cabe sinalizar que a experiência do Tabor é para nós motivo de anuncio da rica e profunda manifestação da Luz divina que nos impele a abrir novos caminhos ao plano de Deus. Este compromisso segue sendo para nós um desafio permanente, pois o Tabor quer ser um acontecimento que transforme nossa pátria numa verdadeira Terra Mariana, onde a Luz de Cristo resplandeça e sua glória permaneça entre nós.
Esse desafio trouxe até nós a presença de nosso Pai e Fundador ao Brasil. Ele não hesitou em anunciar, de imediato, esta missão. Para ele, vir ao Brasil significou transmitir e assumir o ideal do Tabor como resposta aos desafios do tempo. Neste sentido, o Brasil inteiro deve tornar-se um Tabor, um Schoenstatt vivo! “O mundo inteiro precisa tornar-se mariano, aberto para Deus, configurado à imagem de Cristo”, ou seja, si “contemplamos a Jesus no Tabor, contemplamos a Mãe de Deus e contemplamos a nós, contemplamos nossa glória comum no Tabor”, afirmou o Pe. Kentenich dias antes de nos presentear o ideal Tabor.
À luz da Fé prática na Divina Providência, o Pe. José Kentenich nos traz uma visão profética da filialidade heroica, baseada na experiência de ser filho e filha diante de Deus, de filhos e filhas bem-amados do Pai.
Portanto, tal experiência reflete uma profunda vivência de confiança filial à Mãe de Deus na Aliança de Amor. Logo, essa filialidade heróica vivida significa participar da vida transfigurada de Jesus, nosso Senhor. Hoje somos nós os herdeiros dessa missão. “Nosso Tabor deve irradiar as glórias da Mãe de Deus. Em que consiste a perfeita glória da Mãe de Deus? Como está Ela em nossa frente? Ela é a grande Mulher cristiforme e cristiformante, a Mulher do Sol, revestida do Sol” (Herança do Tabor I, pág. 73), afirma o Pe. Kentenich.
Temos uma grande responsabilidade pela frente. Estamos envoltos em pequenos raios de luzes que surgem do Tabor. Uma das vozes do tempo que moveu a alma do nosso Pai e Fundador foi, naqueles dias, a publicação da Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesiae, do Papa Pio XII, promulgada no dia 02 de fevereiro de 1947. Dito documento eclesial regulamenta os Institutos Seculares na Igreja. Para a Obra de Schoenstatt esse documento é de suma importância, pois valida implicitamente nossa apostolicidade. Pois bem, no dia 25 de março deste ano, no Santuário mariano de Loreto, o Papa Francisco lança, aos jovens e a todo o povo de Deus, a Exortação Apostólica pós-sinodal Christus Vivit (Cristo Vive). Acaso, o Ideal Tabor não quer, nos tempos atuais, adquirir um rosto jovem? “Assim, com a presença d’Ela [da Mãe de Deus], nasceu uma Igreja jovem, com os seus Apóstolos em saída para fazer nascer um mundo novo (cf. At 2, 4-11)” (Christus Vivit, n.47). Assim, hoje somos chamados a transfigurar, a experimentar as magnificências de Maria no novo Tabor, o Tabor Jovem, “para que surjam homens novos, livres e fortes aqui na terra que, nas alegrias e dificuldades, procedam como Cristo… assim como a Mãe e Esposa o fez outrora, em sua vida” (Rumo ao Céu, nn.617-618).
Que em nossa terra de Schoenstatt, “o prado de sol no brilho do Tabor”, irrompa um novo tempo para a Mãe de Deus e para nós como outrora! Feliz Páscoa!
Foto: Ir. M. Rosequiel Fávero
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