“De modo semelhante à Mãe de Deus, aspiramos a tornar-nos vaso aberto, bem aberto para Deus, para todo o divino” (Pe. José Kentenich) [1]
Maria Augusta Bruschini – Mês de maio, mês dedicado a Maria, a Mãe das mães. Com muito carinho celebramos o Dia das Mães, no segundo domingo do mês. É um dia em que ela é lembrada com grande afeto por todos. Mas, será que só em um dia do ano ela deve ser lembrada e homenageada? E os outros 364 dias? Será que se deixa de ser mãe em algum momento? Será que uma mãe pode esquecer-se de seus filhos e da grande missão para a qual foi chamada?
Na verdade, eu diria que a maioria das mulheres se transforma quando dá à luz um filho. Desde sua concepção, quando a mulher é gerada, ali já é semeado um ‘germe de mãe’, pois “em cada mulher que a terra criou, um traço de Deus Maria deixou, um sonho de Mãe Maria plantou…” [2]. Assim, podemos entender o instinto maternal de todas as mulheres: a semente da maternidade existe desde que cada uma foi criada. Quanto mais nos doamos aos nossos filhos, mais o amor se desenvolve em cada uma de nós e a maternidade vai florescendo e amadurecendo.
Maria, nosso modelo de mulher e mãe
Ela nos ensina todas as virtudes que devemos conquistar para sermos uma mãe dedicada, delicada, atenta, dócil, amorosa, compreensiva, paciente… Ela nos ajuda a ver nossos filhos com o seu olhar e a aceitá-los como são. A ter um olhar único para cada um, assim como Maria olha para cada um de seus filhos.
E quantas vezes ali, nos momentos de aflição, na dor, no desamparo e nas dificuldades, recorremos àquela que nos dá seu colo, nos acolhe e nos ajuda a superar todas as dificuldades que encontramos?! Ela vem em nosso socorro!
Mas, infelizmente, nem todas as mães desenvolvem esse amor. Acabam sendo levadas pelos valores do mundo, dando mais importância ao trabalho, à sua aparência física, à vaidade e acabam colocando os filhos num segundo plano. Seria uma pena se nós, mulheres e mães, não nos espelhássemos em Maria para desenvolver essa divina função a que fomos chamadas.
Uma descoberta que transforma a vida
Como mãe da União Apostólica de Mães de Schoenstatt, posso confessar a transformação que aconteceu em minha vida desde que me aproximei da Mãe Três Vezes Admirável. Aos poucos fui aprendendo a viver a Fé Pratica na Divina Providência e me aprofundando nos ensinamentos do nosso Fundador, Pe. José Kentenich. Ele sempre valorizou muito a autoeducação, constante e perseverante – o que, para uma mãe, é fundamental. Ele nos ensinou a manter os ouvidos no coração do Pai e a mão no pulso do tempo, para saber como e quando agir, nas diversas situações da nossa vida.
Na União, fui aprendendo a soltar as rédeas do controle da vida e passá-las para as mãos do Pai. “Agora me deixo guiar cegamente por ti: quero escolher somente tua santa vontade; contigo atravessarei noites e trevas, porque teu amor sempre vela por mim” (Rumo ao Céu, 400)
Mães educadas por Maria
Um aspecto muito importante da mãe é colocar alma no mundo tão secularizado e materializado. A mãe deve ser pura, simples e bondosa. Ela encontra sua realização e felicidade máximas ao sair de si mesma para desgastar-se no serviço da vida que lhe foi confiada. Quando ela se arisca e luta por essa atitude de serviço, ela se transforma em abrigo aos demais.
A essência da maternidade consiste “no serviço desinteressado à vida do outro” (Pe. Kentenich). A mãe necessita estar constantemente voltada para sua autoeducação, especialmente no campo afetivo, a fim de superar os sentimentos de egoísmos, caprichos, superficialidades.
No Movimento de Schoenstatt, Maria nos educa e nos molda em sua escola de amor; ela fortalece nossa vida interior e nos ajuda a viver nossa grande missão de mãe/mulher, especialmente nos dias de hoje, onde os valores e princípios evangélicos estão tão abafados.
Quando entronizei meu Santuário Lar, como ‘Rainha do Lar, Rainha da Família’, dei a ela o poder para me ajudar na criação e educação dos meus filhos. Aos poucos fui entregando a ela todo o poder, confiando-lhe todas as situações na educação e desenvolvimento dos meus filhos. Ali senti uma força muito grande que sempre me auxiliou em todos os momentos da minha vida. Ela sempre esteve comigo.
Sempre unida à oração e vivendo a Aliança de Amor, pude sentir sua presença em minha vida e na vida da minha família. Os meus filhos ainda eram jovens, pré-adolescentes, quando coroei a Mãe como Rainha da Família e então, na confiança heroica, ela foi orientando-os nos estudos, na escolha da profissão, na escolha dos companheiros para o casamento, no trabalho… e sempre. Confiando na Providência Divina, fomos procurando cumprir a vontade do Pai. Hoje não posso imaginar como seria ter criado meus filhos, formado minha família sem o auxilio e a presença da MTA me orientando sempre.
Refúgio dos pecadores, auxiliadora dos aflitos, Mãe, sempre presente nos acompanhando.
Nós, mães, temos a missão de rezar sempre pelos nossos filhos, porque aqui na terra somos a principal autoridade espiritual sobre eles. É por meio de nós que eles recebem, desde a gestação, as primeiras percepções da vida. Por isso, rezemos:
Oração de uma mãe para seus filhos:
Mãe, a ti confio os meus filhos e a ti eu os consagro, hoje e todos os dias de suas vidas.
Semeai, ó Rainha, no coração dos meus filhos, o encanto do amor puro, digno e generoso.
Fortalecei-os na fé, na esperança e na confiança do amor de Deus.
Mãe e Rainha de Schoenstatt, educai-os e transformai-os, com vossa luz, em homens novos, anunciadores do bem, da verdade e da paz. Amém!
Foto: Erick Henrique Alaídes, Itabira/MG
[1] O Fundador nos Fala. Primeiro Curso de Retiro às Mães de Schoenstatt pregado pelo Pe. José Kentenich, Schoenstatt, 4 a 8 de setembro de 1950
[2] Canção ‘Maria de Nazaré’, composição: Pe. Zezinho (Pe. José Fernandes de Oliveira)