“A Mãe de Deus acolhe todos os seus filhos no seu próprio coração e leva-nos ao coração de Deus”
Antonio Carlos e Elizabet Fonseca Furtado – Maio, mês que toca nosso coração por vários motivos, é o mês em que celebramos o Dia das Mães e, entre todas elas, aquela que é a Mãe de Deus e nossa Mãe, a Virgem Maria, a quem amamos e reverenciamos.
Celebrar as mães é celebrar a vida, é celebrar sua presença amorosa no lar, presença que acolhe, cuida, educa e ajuda a crescer. No Dia das Mães, queremos cumprimentar e agradecer a todas as mulheres que assumem e vivem com dedicação e responsabilidade sua vocação materna, que se realiza de diversas maneiras, seja no cuidado com os próprios filhos, seja na acolhida e adoção de outros, seja na vida consagrada – que, ao renunciar a maternidade biológica pelo Reino de Deus, não abdica da maternidade espiritual, mas a realiza ao entregar toda a vida ao serviço de tantas pessoas.
Que maio nos faça recordar a verdade de que Maria é o natural da reza e do rito. Em Maria, a prece flui naturalmente, nem precisa ser criada, ela já existe, ela já está ali. Em Maria, aprendemos que Amor é identificação e aproximação. Ela, com seu corpo e estado virginal, permitiu a Deus se tornar visível. Deu à luz um Deus simples e singelo.
Em nossa vocação humana e divina, Maria é o feminino de Deus em nosso caminho para a eternidade. Deus é Pai com coração de Mãe, onde Maria aparece como “o rosto materno de Deus” a favor da humanidade.
Modelo de mãe e mulher
Maria é o modelo para todas as mães e, por isso, convém também que neste mês de maio reflitamos um pouco sobre a importância da mãe nos nossos dias. Quando se referiu à maternidade na Carta às Mulheres, o Papa João Paulo II afirmou que elas se fazem ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que as tornam o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que as faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida. Essas palavras abrem caminho para amplas e profundas reflexões que nos possibilitam a descoberta de valores e princípios morais que expressam o plano do Criador e a maravilha da vida humana.
Maria é a Mãe de Deus e nossa. Que todos nós devotos, filhos de Nossa Senhora, aprendamos a ver nela o sorriso de Deus que nos revela seu amor e sua ternura, façamos dela a nossa guia no caminhar rumo ao Pai, contemos com o seu amparo nos momentos de dificuldades e fragilidades que marcam a existência humana. Que ela, nossa Mãe, seja referência a todos nós para que, a seu exemplo, sejamos fiéis ao sim que também demos ao nosso Deus quando assumimos a nossa fé.
Para melhor entendermos o grande papel de Maria, recordamos que ela experimentou de modo único a misericórdia de Deus. A misericórdia a envolveu de modo particular desde a sua Imaculada Conceição, passando pela Anunciação, como discípula fiel do seu Filho, até o grande momento da sua Páscoa. Por isso vemos Maria como:
Mãe que gerou a misericórdia divina encarnada – graça extraordinária que coloca a jovem Maria, a partir da Encarnação do Filho de Deus, numa relação inimaginável de intimidade com o próprio “Pai das misericórdias” (2 Cor 1, 3).
Profetisa que exalta a misericórdia de Deus, pois no seu cântico do “Magnificat” ela louva ao Pai misericordioso: “a sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem”; “socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia” (Lc 1, 50.54).
Intercessora incansável do povo de Deus – elevada aos céus em corpo e alma, Maria não deixa de apresentar as necessidades dos fiéis ao seu Filho, a quem rogou pelos esposos de Caná, quando vivia na terra (cf. Jo 2,1ss). Ela “continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna”, ensina o Concílio Vaticano II (Lumen gentium, n. 62), praticando assim a misericórdia, sobretudo para com os que padecem dos males da alma (pecadores), mas também do corpo (todos que sofrem).
Apóstola incansável da misericórdia divina – com a permissão e o envio do seu Filho, Maria visitou inúmeras vezes os seus filhos ainda peregrinos neste mundo, o que podemos contemplar nas aparições que já gozam de beneplácito eclesial convidando a todos a se aproximarem do “trono da graça” que é o seu Filho. Com o seu coração compassivo de Mãe, não poderia permanecer indiferente às mazelas dos seus filhos neste vale de lágrimas.
A Mãe de Jesus e nossa merece, portanto, ser honrada como Mãe da Misericórdia e Mãe de misericórdia! “Ó Maria, Mãe que experimentastes e gerastes a Misericórdia, Mãe que proclamais e exerceis a misericórdia, fazei de nós autênticos apóstolos deste mesmo mistério de amor em nosso tempo”.
Rezar e olhar por elas
Nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, sempre nos ensina que devemos amar
nossas mães olhando para a figura de Maria. Por que não cultivar, em nossas famílias, as três atitudes de Maria – ouvir a Palavra, guardar a Palavra no coração e frutificar a Palavra? Elas são hoje a grande chave para vivermos o nosso seguimento de Jesus.
Pe. José Kentenich rezava várias vezes, neste mês, essa pequena oração entregando sob sua proteção a Família de Schoenstatt: “Ave, Maria! Por tua pureza, conserva puros o meu corpo e a minha alma, abre-me largamente o teu coração e o coração de teu Filho”. Sobre ela, explica: “É uma oraçãozinha que eu próprio fiz, certa vez, quando ainda era pequeno. Eu sempre me ajoelhava e rezava esta oraçãozinha”.
“A Mãe de Deus acolhe todos os seus filhos no seu próprio coração e leva-nos ao coração de Deus. Se ela exige expressamente nossa cooperação, se ela espera ser solicitada, está seguindo o mé¬todo de Deus como educador. Não foi Ele que disse: “Pedi e recebereis, batei e abrir-se-vos-á, procurai e achareis” (Cf. Lc. 11,9)?… A medida da nossa CONFIANÇA determina a medida da realização.
Assim, neste mês, não devemos só rezar, mas também olhar com carinho nossas Mães idosas, doentes e necessitadas. Feliz Dia das Mães para todas!