No dia que antecede Pentecostes, o Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, nos convida a ter um espírito mariano, um espírito de oração e um espírito de uma solidão abrigada em Deus, ou seja, de maior proximidade com o Pai. Acompanhemos sua reflexão:
Qual foi o resultado dessa vinda do Espírito Santo? Todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em várias línguas. Involuntariamente essa reflexão nos conduz ao Cenáculo. Entre nós desperta o mesmo pedido, a mesma atitude que ocorreu no Cenáculo. Torna-se vivo em nós e ao nosso redor, em certo sentido, o próprio espírito dos Apóstolos. Não podemos, também nós, especialmente nestes dias, mas também depois, ver em nosso Santuário, lá no vale, o nosso Cenáculo?
“Et erant omnes perseverantes unanimiter in oratione cum Maria, Matre lesu”
E todos perseveravam unânimes unidos em oração, com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,14).
Sim, nestes dias o Cenáculo deve tornar-se vivo em nosso meio, como também a atitude fundamental dos Apóstolos: espírito mariano, espírito de oração e espírito de solidão.
Espírito mariano: com Maria. Os Apóstolos reuniram-se em torno da querida Mãe e rezaram com Ela e através dela e fizeram-se dependentes de suas preces. Não posso eu também assim me comportar nestes dias? Não devo agir assim?
Espírito de oração: “Perseverantes unanimiter in oratione”. Perseveravam unanimemente em oração. Esta frase pode servir de norma para a minha própria atuação.
Espírito de solidão: devem retirar-se da agitação do mundo, devem permanecer na solidão até receberem o Consolador, o Espírito Santo.
Deve avivar-se em nós, nestes dias, de modo expressivo, a súplica do Pentecostes primitivo: Emitte Spiritum tuum! Envia, Espírito de Deus, enviai, ó Pai do Céu, enviai, divino Salvador, o vosso Espírito! Se o enviardes, haverá de surgir a nova criatura, o homem se há de renovar no seu interior; o homem, a humanidade e a sociedade serão renovados, serão redimidos, serão salvos plenamente. […]
Pentecostes: Um acontecimento atual
Se acompanharmos os Atos dos Apóstolos, verificaremos como o Espírito Santo agiu neles, também depois da Festa de Pentecostes; mas também constataremos como a história da comunidade cristã primitiva foi confirmada de maneira única, pela força criadora do Santificador, pela força criadora do Espírito de Deus.
E o tempo atual, meus senhores, não exige uma atuação extraordinária do Espírito Santo? […] Não constitui nossa tarefa zelar para que este mundo, para que o homem novo, o homem redimido e a humanidade nova, a humanidade redimida, tenham em si, de modo singular, os traços de Cristo? Por isso, a exemplo dos Apóstolos, temos que juntar nossas mãos, temos que nos unir à Mãe de Deus e suplicar: “Emitte Spiritum tuum” – Enviai o vosso Espírito, o Espírito Santo, e em nós se há de renovar a face da terra, a face da terra ao nosso redor.
Não queremos pertencer ao número daqueles que só sabem falar muito sobre a festa de Pentecostes e a ação do Espírito Santo, como um acontecimento do passado. Desejamos sentir também hoje a presença do Espírito Santo e vivificador. Cremos em sua força – em sua força transformadora, em sua força criadora – também no tempo presente, também em nós e em nosso povo. Refiro-me ao brado que, uníssono, dos corações dos católicos, se eleva ao céu. Ouvem esse brado? Se observarem com atenção, perceberão que Ele vem ao encontro da esperança em um novo tipo de homem novo e de uma sociedade humana renovada.
Fonte: Pe. José Kentenich. Viver com Alegria, vol 1.
Retiro pregado a sacerdotes na Alemanha, dos dias 7 a 13 de setembro de 1934.
Sim, a cada dia a humanidade precisa mais do Espírito Santo, o santificador, de uma renovação.
Eu também preciso, “vinde Espírito Santo”, com Seu poder transformador, nos revelar o verdadeiro Amor!