Com um novo início no Espírito Santo surge e nova terra mariana
Ir. M. Rosequiel Favero – Mais uma vez celebramos a festa de Pentecostes. Já nos perguntamos o que ela significa para nós? Nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, chama Pentecostes como a ‘Festa da Transformação’, que “homens fracos transformou e aponta à Igreja o caminho da vitória” (RC 353).
Antes de Pentecostes, vemos os apóstolos com medo, fechados no Cenáculo. No fogo do Espírito Santo, não somente ousam ‘abrir as portas’, mas se lançam para o meio do povo e anunciam destemidamente Jesus ressuscitado. Não foi só a coragem que eles receberam. Foram completamente transformados pelos dons do Espírito Santo: apesar de serem homens, na sua maioria, sem instrução, se tornaram grandes pregadores. O Paráclito, como divino mestre, lhes ensinou novamente tudo o que Cristo lhes havia anunciado. Desta vez, não pelo anúncio, mas pelos dons do entendimento e da sabedoria. Desta forma, o Cenáculo se tornou a escola a partir do qual o Espírito Santo formou e enviou os apóstolos como instrumentos para ‘fazer novas todas as coisas’ (cf Ap 21, 5).
Um novo início no Espírito Santo a partir do Santuário
Pe. Kentenich nos diz: “Hoje celebramos Pentecostes (…) isso significa que devemos nos lembrar do grande acontecimento da vinda do Espírito Santo (…) que também devemos estar conscientes de que hoje nos é oferecida a mesma graça que então foi concedida aos apóstolos e discípulos”. [1]
Nesta perspectiva, nós somos os apóstolos dos novos tempos, preparados e enviados no nosso cenáculo, o Santuário, para ‘fazer novas todas as coisas’. Como os apóstolos viveram ‘um novo início’, no qual o Espírito Santo não só lhes ensinou, mas, mais profundamente, lhes infundiu seus dons que recordou neles tudo o que Cristo lhes havia ensinado, na Aliança de Amor com a MTA, somos transformados e enviados como apóstolos dos novos tempos.
Desde tempos muito antigos, Maria é vista como a ‘Obra prima do Espírito Santo’. Ela é o ‘Vaso Espiritual’, como cantamos na Ladainha, todo aberto à atuação do divino. É também instrumento que, por sua incansável intercessão diante de Deus, abre o coração de seus filhos ao atuar transformador do Espírito Santo. Por isso, a Aliança de Amor com ela nos ‘mergulha no Cenáculo’ e faz de nós, pela sua intercessão, instrumentos em suas mãos.
Do Santuário-Cenáculo, construtores da Nova Terra Mariana
Instrumentos para que? Para ‘fazer novas todas as coisas’: nosso interior, nossa família, ambiente de trabalho, a paróquia, nossa Pátria. Todas as realidades onde podemos ter influência deveriam ser tocados pela ação transformadora do Espírito Santo, do qual nos tornamos – a exemplo de Maria – instrumentos eficazes.
‘Fazer novas todas as coisas’ nos faz recordar do lema do Movimento de Schoenstatt, especialmente a segunda parte, que tem orientado as reflexões deste ano: ‘Por uma Nova Terra Mariana’. Reflexões que nos alertam que nossa Aliança de Amor precisa refletir-se em todos os âmbitos de nossa vida e nos impulsionam a ‘pôr a mão na massa’ para transformar as realidades em que vivemos.
Para construir a Nova Terra Mariana precisamos daquele que transformou Maria na sua obra prima: a Espírito Santo. Através de nós, a marca de Maria deve ser novamente impressa no mundo de hoje, como os passos ficam marcados na terra molhada. Em qualquer lugar onde vivemos e atuamos deveria se poder dizer: aqui esteve (está) atuando Maria.
Isso exige, sem dúvidas, todas as nossas forças. E devemos empenhá-las com coragem. Mas precisamos do Espírito Santo, o único capaz de realizar este milagre. Pois, como ele construiu a ‘Primeira Terra Mariana’, pela nossa Aliança de Amor vivida, ele deverá realizar o milagre da transformação na ‘Nova Terra Mariana’.
Para isso, rezemos com o Padre Kentenich:
“Em meio aos Apóstolos imploras
com tua poderosa intercessão,
o sopro do Espírito prometido
que homens fracos transformou
e aponta à Igreja o caminho da vitória.
Abre nossas almas ao Espírito de Deus
para que Ele faça novas todas as coisas”
(Rumo ao Céu, 353).
[1] Pe. José Kentenich. Movidos pelo Espírito, pág 107. 29 de maio de 1966.