Para manter a chama do primeiro amor na vida matrimonial
Romulo e Márcia Romanato – Embora cursamos juntos o Colégio, foi no último ano que os nossos corações dispararam e os nossos olhares foram trocados com maior intensidade, culminando no início de namoro, justamente na nossa Festa de Formatura, uma semana antes do Natal de 1981. No ano seguinte, cada um foi cursar sua Faculdade e nos víamos, praticamente, nos finais de semana.
Desde aquele 19 de dezembro de 1981, passaram-se quase 43 anos. Namoramos 7 (nos casamos em 1989) e completamos, portanto, 35 anos de casados no último mês de março. Somos pais da Gabriela (que se casou com o Eduardo e já tem o Lorenzo com 2 anos e o Giuseppe com 2 meses) e da Giovanna (que se casou com o Alexandre e tem a Antonella com 10 meses). É uma vida, que tem passado muito rapidamente… voando, na verdade. Dá a impressão que foi ontem esse começo de namoro e hoje já estamos avós. De dois, hoje somos 9 e espero que sejamos ainda mais.
Se tivéssemos que viver tudo novamente, com certeza, faríamos tudo de novo e melhor. Se amar é fazer o outro feliz, podemos dizer que somos plenamente felizes. Hoje, com as meninas casadas, vivemos novamente a vida a dois. Às vezes nos perguntam: E a síndrome do ninho vazio? Nós sempre respondemos: Essa síndrome passou longe, felizmente, pois essa volta da vida a dois está sendo muito especial. Parece que voltamos ao tempo de recém casados e é muito bom.
Qual o segredo?
Sempre nos perguntam: Mas, qual é o segredo? Nesses 35 anos de casados, trabalhamos juntos há 25 anos e, desde o casamento, nós participamos ativamente da Igreja. Ou seja, ficamos juntos quase 24 horas por dia. Se existe um segredo talvez seja continuar (e)namorados. Sermos casados é o estado jurídico, mas sermos enamorados é o estado emocional. Nós nos curtimos muito e gostamos de ficar um perto do outro. Fazemos um bem danado um ao outro. Rimos muito de nós mesmos. Olhando a vida, concluímos que o bom Deus nos proporcionou muito mais do que poderíamos imaginar. Na verdade, nunca nos preocupamos com o amanhã. Pode parecer até irresponsabilidade, mas não é. Vivemos naturalmente assim: Trabalhamos e deixamos Deus cuidar.
O que de fato não abrimos mão é do respeito um ao outro, cuidar do outro e viver pelo outro. Jamais como cobrança, mas, de fato, de um jeito muito natural. Voltar sempre ao primeiro amor, eis o objetivo, a meta e o segredo. Aquele amor primeiro é invencível diante das dificuldades que o mundo possa apresentar. Aquele primeiro amor é a força vitoriosa diante de qualquer provação. Olhar as fotos antigas, de namoro e o álbum de casamento, faz um grande bem aos dois, porque ali está a nossa essência, ali está a nossa força.
Quer um conselho? Aproveitem o tempo a dois juntos, como no tempo de namorados, curtam momentos a sós, respeitando, logicamente, o tempo dos filhos. Namore, desenferruje. Aos homens: Lembre-se de como se esforçou para conquistá-la. Para as mulheres: Lembre-se de como se arrumava para esperar o namorado. Se cuidem, inclusive da aparência. É tudo para ele e tudo para ela. Não se arrume para os outros, mas, sim, se arrume e se cuide para o outro. Entenderam? Então, façam! Coragem! Você consegue, mesmo com os quilinhos a mais que o tempo nos traz.
Um detalhe importante
Logicamente, há um detalhe que não pode passar desapercebido: no início do texto escrevemos que, desde sempre, participamos da vida na Igreja. Desses 35 anos, 25 são em Schoenstatt, fortalecidos pela Aliança de Amor que selamos com nossa Mãe querida. Diante de tantos desafios e de tantos perigos, não tem como enfrentar o mundo sozinhos. Temos uma grande aliada, temos uma pedagogia que nos fortaleceu e fortalece muito. Temos o Santuário, do qual irradiam muitas graças, especialmente o abrigo espiritual, a graça da transformação e do ardor apostólico. Essa fonte está em nossa casa, em nosso Santuário Lar, está na União de Famílias de Schoenstatt, Comunidade a qual pertencemos. Guerrear no mundo sem o exército celeste, da qual a Mãe é a Rainha, é ficar vulnerável. Não tem como arriscar, porque estamos falando de uma família, no caso a nossa.
Recebemos da Ir. M. Isabel Machado, um texto que nosso Pai e Fundador escreveu, em 1958, e diz tudo o que um marido e uma esposa jamais podem esquecer:
“Quando nos ajoelhamos, como casal, diante do altar, também dissemos: Não quero aceitar a ninguém senão a este homem, a ninguém senão a esta mulher. Foi uma decisão clara. Rejeitamos todos os outros homens e todas as outras mulheres. Conheço apenas UMA mulher, a quem pertenço completamente; apenas UM homem, a quem me entrego completamente… Escolhemo-nos um ao outro. Outros homens podem ser mais poderosos, mais ricos, mais eficientes. Eu só conheço UM homem. Outras mulheres podem ser mais bonitas, mais charmosas, mais adoráveis – só conheço UMA mulher. Nós dois nos pertencemos mutuamente até o fim da vida. Parece tão simples e, no entanto, é algo extraordinariamente grande” (Pe. José Kentenich, 16.06.1958)
Olha que nosso Pai e Fundador não foi casado e nunca namorou, mas conseguiu adentrar a alma dos enamorados. Portanto: Faça o ordinário (as coisas cotidianas) de modo extraordinário, então, naturalmente estará fazendo sempre o extraordinário, de uma maneira muito simples e orgânica. Vale a pena! Tenham certeza disso! O mundo precisa de muitos testemunhos, de que amor esponsal tudo cura, tudo pode.
* Contribuição da União de Famílias de Schoenstatt
Fotos: Andrew Welch, via unsplash.com / Arquivo pessoal, Marcia e Romulo Romanato
Rômulo e Márcia,
Muito agradecidos pelo testemunho. De tudo o que vocês escreveram, muita coisa se parece muito conosco, só que faz um pouco mais tempo. Cecília e eu também namoramos sete anos e somos casados há quarenta e sete. Quando me aposentei do banco há 14 anos, vários colegas me perguntavam o que eu faria, já que ainda era relativamente jovem. E eu respondia que tinha vários planos, o primeiro dos quais era ficar mais com a família, especialmente com a Cecília e com nossa filha adotiva Márcia que estavam precisando muito. Nunca me arrependi, nem ela. Até hoje nunca me senti desocupado, nem ela me negou acesso às panelas porque gosto, entre outras atividades domésticas, de cozinhar.
Hoje nossos três filhos e nossa filha Márcia são casados e nos deram nove netos(as) maravilhosos(as), além, é claro, das notas e do genro.
Meu comentário já se alongou demais, mas um ponto não posso deixar de mencionar: com isolamento causado pela pandemia, o melhor momento vem sendo nossa Family Live todos os sábados os sábados pelo Zoom. Imperdível!
Rômulo e Márcia, parabéns! Continuem assim, pois vale a pena. Nem preciso dizer da importância do papel da MTA. Somos da Liga de Famílias há “apenas” 35 anos.
Muito lindo o testemunho. Glória a Deus. Parabéns! Foi gratificante para mim e me ajudou.