“A minha missão era conseguir que o Papa abençoasse a Peregrina Original”
Ir. M. Nilza P. da Silva – Nem se imagina, hoje em dia, que levar uma imagem da Mãe Peregrina para ser abençoada em Roma, ou em qualquer outra Igreja do mundo, teria algum problema. Mas, o Pe. Carlos Cox, Padre de Schoenstatt chileno, nos conta o que viveu junto com o Pe. Rubens Severino e o Sr. João Luiz Pozzobon, para que a Peregrina Original fosse abençoada pelo Papa João Paulo II. Isso se deu há 40 anos.
Foi em julho de 1979, durante as férias do Pe. Carlos Cox, em Roma, quando ele era ainda seminarista. Comunicaram-lhe que o Sr. João Pozzobon, iniciador da Campanha da Mãe Peregrina, iria para Roma, com a missão de conseguir a bênção do Papa para a Peregrina Original.
Pe. Carlos Cox nos relata:
“Eu estava de férias em Roma, com o objetivo de visitar tranquilamente os diferentes lugares e recordar a história da Igreja, quando me chamaram e avisaram que o Sr. João Pozzobon chegava a Roma. Perguntaram-me se seria possível que a imagem da Mãe Peregrina, que o Sr. João trazia, (a Peregrina Original) fosse abençoada pelo Santo Padre. Que eu visse uma possibilidade para isso.
Realmente, era uma tarefa quase impossível, já que eu era ainda um seminarista, que praticamente não conhecia Roma, e nem tinha contatos especiais para isso. As Irmãs de Maria (que atuam no Vaticano) estavam de férias, não havia ali os sacerdotes diocesanos e nem os Padres de Schoenstatt.
Fui buscar o Pe. Rubens e o Sr. João no aeroporto. Ficamos onde eu estava hospedado, uma comunidade religiosa perto da Praça Navona. Começamos a visitar os lugares mais importantes. Graças a Deus, sendo o Pe. Rubens sacerdote, pudemos participar em muitas santas missas, em lugares históricos: Basílica de São Pedro, São Paulo fora dos muros, San Salvatore in Onda, no Colégio Pio Brasileiro… Também visitamos as casas de alguns Padres Pallotinos, próximas dali.
Procurei lhes explicar que era uma pessoa especial…
Entretanto, procurei conseguir as entradas para a audiência, explicando ao encarregado que o visitante era uma pessoa especial, que era um senhor que havia peregrinado 140 mil quilômetros a pé com a imagem da Mãe Peregrina. Deram-nos um lugar no final, nada especial. Perguntei ao Pe. Rubens: como faremos para que o Santo Padre abençoe a imagem?
Aqui, nosso modo de ser latino nos ajudou: quando as pessoas se ajoelharam para receber a bênção, o Pe. Rubens foi para a frente, até as barreiras. Eu e o Sr. João Pozzobon o seguimos. Chegamos até as barreiras de proteção e estávamos no lado direito – o Santo Padre saia pelo lado esquerdo. Entre essas barreiras há uns quinze ou vinte metros de distância! Nós dizíamos algumas coisas para o Papa, do outro lado: “Aqui está a Peregrina”, “Venha abençoá-la”. O Sr. João Pozzobon estava sempre tranquilo.
O Santo Padre estava praticamente indo embora e nós ficamos muito decepcionados. Então, um guarda deu a volta, cruzou a barreira de proteção, para nos perguntar o que queríamos. Dissemos a ele, numa mescla de italiano, castelhano e português, que queríamos que o Papa abençoasse a Mãe Peregrina e como essa bênção era importante para a Campanha. O segurança nos disse que só o Pe. Rubens ou o Sr. João Pozzobon poderiam passar com a imagem. Sem vacilar um segundo, o Sr. João decidiu que seria o Pe. Rubens quem passaria com a imagem, e ele e eu ficamos.
“Foi ela quem se preocupou”
Dessa bênção foram feitas as fotos que vocês conhecem: o Santo Padre, do papamóvel, abençoando a Peregrina Original. Eu fiquei com o Sr. João Pozzobon. Estava muito descontente por não ter contatos necessários. Tinha esperado um lugar melhor na audiência… Mas, o Sr. João dizia: “Foi ela quem se preocupou”, o Santo Padre a abençoou.
Quando terminou tudo, nós saímos. Estávamos felizes, mas, dentro de mim havia algo. Fomos ao centro da Praça de São Pedro, rezamos e agradecemos a Mãe pelo que havíamos conseguido, nesse dia 25 de julho.
Realmente, o que mais me recordo é que foi um presente muito grande. Humanamente, não havia nenhuma possibilidade que o Papa abençoasse a Mãe Peregrina, sem a ajuda desse guarda muito gentil, que depois voltei a encontrar no Chile, na ocasião da visita do Papa.
Isso é um pouco da história da bênção da imagem. Chamou a atenção a constante tranquilidade e a serenidade do Sr. João Pozzobon. Mostrou ser um autêntico instrumento, um pequeno burrinho, como ele dizia. O importante era que a Peregrina Original tinha recebido a bênção do Papa João Paulo II para toda a Campanha e para tudo o que aconteceria no futuro.