As Novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, para este quadriênio (2019 a 2023), propõem fazer da Igreja uma CASA, um LAR que acolhe.
Para isso, existem quatro pilares que sustentam essa CASA:
Pilar do Pão – Eucaristia, espiritualidade
Pilar da Palavra – catequese
Pilar da Caridade – serviço à vida plena
Pilar da missão – estado permanente da missão
Hoje vamos refletir sobre o PILAR DO PÃO
Ir. M. Isabel Cristina Benedeti / Ir. M. Sara Amaral – Falar da Santa Eucaristia é sempre um desafio e um bálsamo em nossas vidas… Desafio por ser tão amplo, divino e envolto num mistério insondável de um Deus que se faz nosso alimento! Um bálsamo em nossa vida terrena, nas horas de dor, de angústia, nas horas silenciosas de cada dia no seu cotidiano…
Por que a Eucaristia deve ser um pilar em nossa vida?
Pilar é uma coluna simples que sustenta uma construção; “poste, estaca, esteio, pilastra, coluna”, conforme nos diz o dicionário. Eucaristia deve ser um Pilar, uma coluna, um esteio em nossa vida como cristãos! Ela nos sustenta em nossa caminhada nesta vida. Como o corpo precisa de alimento para sobreviver, a alma precisa do ‘alimento sagrado’ para poder vencer as dificuldades e reveses da vida e estar intimamente unidos a Jesus.
Podemos dizer que é um Pilar, conforme nos diz o Catecismo da Igreja Católica: a “Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa!” (n. 1324)
Nosso Fundador, Pe. José Kentenich, nos diz: “…Cremos em quê? Que este pequenino pão ou as espécies de pão e vinho, são o Deus-Homem, Jesus Cristo. Isto significa uma culminância da fé. (…) Santo Agostinho nos diz tão admiravelmente bem: ‘o amor é o órgão por excelência da fé!’ Porventura é uma naturalidade para nós que o Deus eterno, cujos reflexos nós homens pequeninos podemos ser, nos ama com grande prodigalidade? Então não nos será difícil crer na obra-prima do amor divino-humano, a culminância de nossa fé, a fé na santa Eucaristia!” (Arquivo das Irmãs de Maria de Schoenstatt).
Há missão e caridade se não houver contato com a Eucaristia?
Cremos que a caridade se concretiza e nossa missão se fortalece no contato com a santa Eucaristia! A Eucaristia nos faz Igreja. Aqueles que comungam Cristo são por Ele unidos em um só Corpo, a Igreja. Esta união nos leva ao comprometimento com os irmãos, especialmente os mais necessitados.
Nosso Fundador, em uma das orações do Rumo ao Céu, utiliza-se desta realidade: “… o teu ser e a tua vida repercutem neles, determinam sua desgraça ou aumentam sua felicidade…” (RC 471s)
Podemos empregar essa frase aos seguidores de Jesus Cristo: sua vida está intimamente ligada com Cristo e com os irmãos, porque, juntos, formam uma unidade, um só corpo. Então o que fazemos de bom, a fidelidade aos ensinamentos de Cristo… se revertem em bem, em graças para todos. Ou da mesma forma o contrário, revertendo em mal para os outros… Deus é o Amor personificado, aquele que vive nele e com Ele torna-se também amor. “O selo batismal capacita e compromete os cristãos a servirem a Deus em uma participação viva na sagrada liturgia da Igreja e a exercerem o seu sacerdócio batismal pelo testemunho de uma vida santa e de uma caridade eficaz” (CIC n. 1273)
O contato com Cristo na Eucaristia nos incita a ir ao encontro do outro em missão e em amor para dar o que recebemos, seu Corpo e Sangue!
O Catecismo nos diz: “Como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais. Ao dar-se a nós, Cristo reaviva o nosso amor e nos torna capazes de romper as amarras desordenadas com as criaturas e de enraizar-se nele” (CIC n. 1394).
Como fazer para sustentar este Pilar em nossa vida?
Cultivar um íntimo amor a Jesus na Eucaristia pela frequência a este augustíssimo Sacramento, pela oração, por meio de Maria, nossa Mãe. Ela nos leva a Jesus.
Nosso Pai e Fundador cita o Papa Pio X, em 1964, quando diz: “Pio X estava tão profundamente ancorado no amor à Mãe de Deus e mostrou tão maravilhosamente em sua conhecida encíclica, como a Mãe de Deus e o amor a ela é o caminho mais seguro e mais curto para chegar a um relacionamento vivo com Jesus. (…) Por isso, somos convidados a fazer como o fez a Mãe de Deus, isto é, se as circunstâncias o permitirem, tomamos todos os dias o Pão eucarístico…” (Arquivo das Irmãs de Maria)
Com a Mãe de Deus queremos ser fiéis ao que nos diz o Catecismo: “Desde o início, a Igreja foi fiel ao mandato do Senhor. Da Igreja de Jerusalém se diz: ‘Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. (…) Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. (At 2,42.46)” (n. 1342)
*Contribuição das Irmãs Adoradoras, do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt
Fotos: Iris Marcomini / Ir. Marcia Maria Gusmão