3º Dia da Tríduo – Sementes de um mundo novo
Romulo e Márcia Romanato – Completa-se o tão esperado Centenário de Hoerde. Nesse exato instante estamos vivendo as celebrações de Hoerde ao redor do mundo. Agora começa o novo desafio: manter essa chama acesa para os que vêm, acesa para o próximo centenário, acesa para sempre. E quais são, então, os fundamentos dessa chama? Como poderemos manter esse espírito de Hoerde para as próximas gerações?
Os segredos da eternidade de um carisma: ser fiel a origem!
Naquele domingo, 20 de agosto de 1919, os pequenos e anônimos heróis chamaram para si a responsabilidade, mas não pode passar desapercebido um detalhe importante: Eles tiveram toda a orientação prévia de nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, para que o Congresso se realizasse com os fundamentos claros. O próprio Fundador não pôde ir, por questões de saúde. Assim, o Congresso se realizou sem a presença física dele, mas de acordo com seu pensamento. Isso não seria o bastante para que em nós o mesmo se realizasse hoje? Ele não está aqui fisicamente entre nós, mas espiritualmente sim, pois continua, do céu, a nos orientar. Os jovens assumiram a missão da fundação da União Apostólica de Schoenstatt, mas, repito: de acordo com o pensamento do Fundador. Esse detalhe não pode passar desapercebido, pois ele é fundamental.
Para que tenhamos esse mesmo espírito, para que sejamos merecedores dele e para que ele faça em nós a diferença, precisamos assumir verdadeiramente a missão: sermos protagonistas de um novo tempo. O mundo hoje carece de protagonistas.
Ser, portanto, os protagonistas de um tempo novo
Com esse pensamento, nós podemos nos remeter à ideia de um grande auditório, onde aconteceria uma peça de teatro. Esta sala está repleta de expectadores – “casa cheia”, como dizemos – e quando chega a hora da peça iniciar, as cortinas se abrem, mas ninguém entra, ou seja, o palco permanece vazio. Os atores receiam desagradar ao público exigente e, por medo ou covardia, resolvem não entrar. O público fica impaciente, começa a reclamar, vem a confusão, porque o mais importante não acontece, pois, os atores, os protagonistas não assumiram, ficaram com medo da imensa plateia. Naquele teatro, pela ausência dos atores, outros assumiram o lugar no palco, totalmente despreparados e apresentaram uma peça que nada tinha a ver com o projeto original. Na verdade, foi uma peça de mau gosto, mas, acreditem: a maior parte do público gostou e os menos avisados acharam que o enredo era aquele.
Será que o mesmo não pode acontecer conosco? Não é o que acontece em muitos lugares no mundo todo? Onde estão os atores? O mundo é a grande assembleia que está perdida e precisa mais do nunca dos protagonistas, os evangelizadores do nosso tempo. O presente e o futuro precisam de evangelizadores entusiasmados, com testemunhos de vida. Será que não estamos com medo de assumir esse papel? Porque, ao não assumirmos, abrimos espaços para outros assumirem e eles não estão brincando, pois estão fazendo verdadeiras barbaridades na nossa história, seguindo um enredo que claramente não é de Deus.
Viver o presente, com um olhar para o futuro
É a nossa hora: nascemos para isso. O bom Deus nos escolheu para nascermos nesse momento da história do mundo, na história de Schoenstatt, e construirmos um belo futuro. Poderíamos nascer em qualquer momento, a qualquer tempo, mas Ele nos escolheu para estarmos aqui e agora, ele quer preparar o futuro conosco.
Portanto, “com o ouvido no coração de Deus e a mão no pulso do tempo” (PJK), somos os Congregados de hoje e estamos colocando o fundamento de Schoenstatt para os novos milênios. Quem dera se formos lembrados como heróis, como os primeiros o são. Hoerde é onde nós estamos e gerações futuras nos julgarão. Temos um mundo pela frente como campo de batalha e o tempo urge. Eles assumiram a nobre missão de fundadores da União Apostólica de Schoenstatt. Nenhum deles poderia imaginar que aquele Congresso fosse perpetuado na história, que daria novos rumos, mas eles confiaram na palavra e na inspiração de nosso Pai e Fundador. Eles foram fiéis a origem, construindo com coragem todo o futuro de Schoenstatt. E, como eles bradaram há 100 anos, queremos repetir com voz forte:
“Caritas Christi urget nos” – o Amor de Cristo nos impulsiona
Queremos que esse amor a Cristo transborde em nosso ser e na força da Aliança de Amor, abrigados na Mãe, Rainha e Vencedora Três vezes Admirável de Schoenstatt queremos levar o Espírito de Hoerde para as novas gerações.
“Pai, nosso pensamento em teu pensamento, nosso coração em teu coração, nossas mãos em tuas mãos, tua herança nossa missão”!
Somos herdeiros de um grande passado, portadores de um grande presente e construtores de um futuro grandioso (Pe. Kentenich)
“Necessitamos de uma organização que se aposse de nosso interior e abra horizontes amplos ao impulso juvenil de auto atividade e autodesenvolvimento. Uma ideia que ultrapassa os tempos, tornou-se o alicerce desta nova fundação. Como instrumentos nas mãos da Mãe e Rainha Celestial, queremos mobilizar todas as nossas forças para a renovação religiosa e moral do mundo”.
20 de agosto de 1919 em Hoerde e agora, o mesmo para 20 de agosto de 2019 aqui e agora.
Hoerde ontem, Hoerde hoje e Hoerde Sempre… eternamente!
Em tempo: Aqueles congregados se acharam pequenos, porque, de fato, o somos, mas lembrem-se sempre: “quando algo vem de Deus, um homem pode mover o mundo” (João Luiz Pozzobon).
Coragem!