“A santidade nas coisas do dia a dia fez sentido para mim ao estudar piano”
Lucas Siduoski – Desde os primórdios da história da humanidade a música sempre se fez presente nas diversas civilizações e povos, sendo uma expressão fundamental da cultura. Na Bíblia vemos, já no Antigo Testamento, diversos relatos do povo cantando para louvar e agradecer a Deus, como no livro do Êxodo, na passagem do povo de Israel pelo Mar Vermelho, conduzidos por Moisés (Ex 15, 1-15).
Para a maioria de nós, a música tem seu papel no dia a dia quando o que sentimos já não “cabe em palavras”. Quando não é suficiente falar, cantamos ou tocamos um instrumento; quando nossa alma experimenta intensa alegria ou tristeza, encontramos uma música que expressa exatamente o que sentimos, que não pode ser traduzido apenas numa sucessão de letras – é necessária uma melodia.
Pe. José Kentenich, na prisão de Coblença, cantava para acalmar os demais prisioneiros que estavam perturbados com os maus tratos recebidos dos soldados. Podemos nos perguntar: por que ele não conversou com os prisioneiros somente? Um homem tão sábio, que teria diversas palavras de conforto, que entendia o que estavam sentindo – pois estava na mesma situação – por que não tentou acalmá-los somente com suas sábias e doces palavras? Porque ele sabia que a música chegaria em lugares que as palavras não chegam, trazendo lembranças de lugares e dias felizes, esperança para as almas esgotadas.
Compreendi a Aliança de Amor em minha vida através da música. A santidade nas coisas do dia a dia, nas pequenas coisas, fez sentido para mim ao estudar piano na universidade, ao ensaiar o Coral no meu trabalho. Se não tivermos atenção nos mínimos detalhes, ao preparar e executar uma obra musical, ela não toca por completo o coração das pessoas e não atinge seu grande objetivo: aproximar as pessoas de Deus.
A paz que cura todas as ansiedades vem de Deus, vem de buscar Ele em cada nota da partitura. O equilíbrio entre o eu interior e exterior está no quanto se busca ser um músico que quer mais do que simplesmente estar afinado ou não – está na busca da “santidade musical”, em executar cada nota como se fosse a única. Como toda missão que leva ao Céu, isso não é fácil de ser feito, é um processo árduo e difícil para as limitações humanas que enfrentamos. E é nesse momento que eu experimento o Capital de Graças e a Aliança de Amor cumprindo seu papel: é preciso entregar tudo nas mãos de Maria, para que Ela me eduque e, pela graça de Deus, torne possível o que humanamente não sou capaz: ser um músico santo.
Santa Cecília, Rogai por nós!