34º Domingo do Tempo Comum
Pe. Francisco José Lemes Gonçalves – Com esta Solenidade encerramos o Ano Litúrgico da Igreja e agradecemos tudo que pudemos viver no Mistério Pascal de Cristo, onde se encontra a nossa páscoa. Com Ele do nascer, vida pública, paixão e morte e sua gloriosa ressurreição e o tempo do Espírito, peregrinamos neste mundo até o dia em que nosso Bom Pai do Céu nos chamar para junto de si.
O Reino de Cristo não é deste mundo, como também não é um rei a modo dos do mundo… seu reino é daqueles que servem! Ele mesmo provou isso, desde sua Encarnação por obra do Espírito Santo no seio virginal de Maria. Provou isso nos seus gestos concretos de cura, palavras e no seu aproximar-se dos pobres e pecadores. Provou isso na Última Ceia, ao tirar o manto (despojamento de todo poder), amarrar uma toalha a cintura (disposição no servir) e, com uma bacia e um jarro de água, lavou os pés dos apóstolos. E… disse-nos que fizéssemos o mesmo. Na cruz dá sua maior prova de que seu Reino é daqueles que dão a vida, livre e por amor!
É um Rei que se deixou coroar não com coroa de ouro e pedras preciosas, mas uma coroa de espinhos, seu manto foi um manto de deboche dado pelos soldados, seu cetro uma vara e seus vivas os deboches dos guardas, bofetadas e cusparadas… rei diferente, não é?! Mas, justamente se deixou humilhar, pois Deus seu Pai o exaltaria, sim na Cruz que lhe deram por trono! Muitos saíram batendo no peito, balançando a cabeça e frustrados! Como ainda hoje, quando buscamos o Reino de Jesus fora da imagem do Crucificado.
Mas, aos pés da Cruz estava uma rainha. Também bem diferente de nossas rainhas de contos de fada. Uma Rainha como o Rei, despojada, solidária e marcada pela cruz. Também não foi saudada como mãe do grande rei, mas como mãe do que estava sendo morto porque se fez Deus e se proclamou Messias! Coroada de injurias e impropérios, mas estava ali de pé, com o Rei dos reis!
Celebrar Nosso Senhor como Rei do Universo é não ter medo de fazer parte de seu Reino, que tem como ponte a Cruz, sem ela corre-se o risco de ser um “reino de faz de conta” e isso está cheio por ai! Reinos com muitas promessas, vantagens, ausência de sofrimento…. Não, quem professa a fé em Jesus Cristo, crê no Crucificado-Ressuscitado!
Com nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, rezemos:
“Tens o cetro em tuas mãos, reinas sobre cidades e campos; céu e terra são tua tenda, és Rei do Universo. (…) O poder da antiga serpente está algemado, o universo encontrou o seu centro: tu és o Senhor do céu e da terra, ante o qual se prostra toda a criação”
(Rumo ao Céu 144, 324)