8º dia da Novena de Natal
Na reflexão de ontem vimos que, para viver a filialidade e ser um sinal de Deus no mundo, é preciso colocar-se na presença de Deus. Mas, como podemos fazer isso? O Pe. José Kentenich diz que poderemos alcançar essa meta somente com o auxílio de graças extraordinárias, mas que, também, podemos nos preparar um pouco mais. Para isso, ele dá três respostas:
1º) Aproveitar os exercícios ordinários de oração, como escola de amor. Depende do bom Deus se aprendemos a amar. E se amamos, somos capazes de vencer a situação do tempo. Certamente todos nós também queremos saber muito; mas, saber muito, para amar.
Que exercícios posso incluir no meu Horário Espiritual? Precisamos fazer exigências a nós mesmos! Não devemos somente incluir as orações comuns, de costume. Isto não basta. É preciso ir tão longe quanto possível. Porém, de maneira razoável, sensata! O mundo de hoje se afasta do bom Deus. Por isso é bom incluir no Horário Espiritual um breve tempo diário para cultivar a oração interior.
2º) Em segundo lugar, devemos fixar tempos exclusivos para o bom Deus. Que tempos poderíamos reservar para isto? Em casa não vivemos sozinhos, por isso precisamos ser engenhosos para conseguirmos nos retirar diariamente ao menos por cinco ou dez minutos para o cultivo da oração interior, para estar exclusivamente com o bom Deus. Senão, fazemos grandes palestras, entusiasmamo-nos por grandes ideias, mas o coração está muito pouco compenetrado do bom Deus. Fixar um tempo de oração aos domingos ou durante a semana! Quanto tempo o mundo, hoje, exige para si! O homem moderno está em contínua agitação, está sempre a caminho. É preciso que haja uma reação contrária. Precisamos, pois, educar-nos para, com mais ardor, elevá-lo ao trono de nosso coração. Devemos dedicar tempo a Deus! Nós dois nos pertencemos mutuamente. Eu te pertenço e Tu podes fazer comigo o que quiseres.
3º) Estar, no correr do dia, em santa solidão com o bom Deus. O tempo atual assemelha-se a uma fábrica. Ali a fumaça é tanta que compenetra a roupa das pessoas. O mesmo acontece com a poluição que há no mundo. Ela penetra na alma. E minha missão de vida é ser um sinal, uma indicação a Deus! Se não nos esforçarmos para estar muitas vezes, também no correr do dia, em santa solidão com o bom Deus, podemos ouvir quantos sermões quisermos, mas eles não nos atingirão em profundidade. Vejamos uma imagem: com chuva, andamos de bicicleta, sem guarda-chuva, mas com capa de chuva. Ao retirarmos a capa, percebemos que nossa roupa permaneceu enxuta; a chuva não a atingiu. O mesmo acontece hoje em dia, com os sermões. Isto porque à palavra deve seguir a ação.
Reflexões retiradas do manuscrito:
O Objetivo de Vida do Autêntico Cristão, Pe. José Kentenich. Conferência à Família de Schoenstatt de Aschaffenburg/Alemanha